mercado global https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/163259/all pt-br Pequenos produtores formam redes solidárias para atingir mercado global https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-05-30/pequenos-produtores-formam-redes-solidarias-para-atingir-mercado-global <p>Vladimir Platonow<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro &ndash; Uma feira que come&ccedil;ou hoje (30) e vai at&eacute; amanh&atilde; (31), nas areias de Copacabana, &eacute; um exemplo do que pode ocorrer quando produtores se re&uacute;nem e formam redes, nacionais e internacionais. O Sal&atilde;o Mundial do Com&eacute;rcio Justo e Solid&aacute;rio faz parte da 1&ordf; Semana Mundial do Com&eacute;rcio Justo e Solid&aacute;rio, que come&ccedil;ou no &uacute;ltimo dia 26, com o apoio da Secretaria Nacional de Economia Solid&aacute;ria, do Minist&eacute;rio do Trabalho e Emprego (MTE), e da&nbsp; prefeitura do Rio de Janeiro.</p> <p> &ldquo;No mundo inteiro, os pequenos produtores est&atilde;o tentando apresentar &agrave; sociedade uma nova forma de desenvolvimento, ter uma nova economia, que valorize mais o ser humano e o meio ambiente. &Eacute; uma forma de ter produtos mais justos com o Planeta e com a popula&ccedil;&atilde;o. Hoje. &eacute; mais f&aacute;cil atuar em rede. A tecnologia consegue diminuir a dist&acirc;ncia e, com isso, &eacute; poss&iacute;vel conversar e se organizar mais globalmente&rdquo;, explicou o secret&aacute;rio municipal de Desenvolvimento Econ&ocirc;mico e Solid&aacute;rio, Vin&iacute;cius Assump&ccedil;&atilde;o.</p> <p> Exemplos de casos bem-sucedidos n&atilde;o faltam na feira, que re&uacute;ne 150 expositores de todas as regi&otilde;es brasileiras e de diversos pa&iacute;ses. Alguns vieram de muito longe, como a artes&atilde; Meera Bhathrai, do Nepal, um pa&iacute;s de 147 mil quil&ocirc;metros quadrados e cerca de 30 milh&otilde;es de habitantes encravado nas montanhas entre a &Iacute;ndia e a China. Ela trouxe bonequinhas de pano e echarpes, fabricadas por mulheres nepalesas.</p> <p> &ldquo;O problema do desemprego est&aacute; nos matando, nos deixando sem sa&iacute;da. Mas as mulheres est&atilde;o usando suas habilidades e desenvolvendo trabalhos artesanais em casa. De outra forma, elas n&atilde;o t&ecirc;m outras op&ccedil;&otilde;es na vida, pois a maioria &eacute; pobre e analfabeta. Por meio do com&eacute;rcio justo e solid&aacute;rio, temos boas condi&ccedil;&otilde;es de trabalho, ao contr&aacute;rio de quem trabalha para empresas multinacionais&rdquo;, disse Meera.</p> <p> Entre os expositores, est&aacute; um representante da Palestina, Shadi Mahmoud, que trouxe alguns dos poucos artigos poss&iacute;veis de serem produzidos nos territ&oacute;rios ocupados: ch&aacute;s, &oacute;leo de oliva, temperos e t&acirc;maras. Segundo ele, o maior problema no pa&iacute;s &eacute; a falta de emprego. &ldquo;Existe muito desemprego, que est&aacute; crescendo por causa da ocupa&ccedil;&atilde;o israelense, que controla todos os aspectos da nossa vida. &Eacute; muito dif&iacute;cil fazer neg&oacute;cios, pois n&atilde;o podemos importar ou exportar sem a permiss&atilde;o do governo de Israel. Muitos est&atilde;o saindo das cidades e voltando a trabalhar na terra para sobreviver&rdquo;, contou Shadi, que mora na cidade de Ramal&aacute;, na Cisjord&acirc;nia.</p> <p> Da Am&eacute;rica do Sul, o peruano Agapito Marcapi&ntilde;a veio representando a Associa&ccedil;&atilde;o dos Pequenos Produtores Artesanais e Ecol&oacute;gicos (Aptec), que re&uacute;ne agricultores da regi&atilde;o andina. &ldquo;Produzimos gr&atilde;os e frutas naturais dos Andes. Somos pequenos produtores, reunidos h&aacute; sete anos. Eu era um pequenos agricultor e agora j&aacute; tenho minha pr&oacute;pria casa. Antes, trabalh&aacute;vamos para os grandes exportadores e agora fazemos nossa pr&oacute;pria exporta&ccedil;&atilde;o de forma organizada. Antes, n&atilde;o nos pagavam um pre&ccedil;o justo e agora conseguimos por meio da uni&atilde;o&rdquo;, disse Agapito.</p> <p> A ga&uacute;cha Luci Machado da Silva, artes&atilde; da Copearte, uma organiza&ccedil;&atilde;o fundada em uma comunidade pobre na Vila Pinto, situada no bairro Bom Jesus, trouxe roupas, len&ccedil;ois e artesanato fabricado pelas integrantes da cooperativa. &ldquo;O que n&oacute;s mais precisamos &eacute; aprender a fazer a coloca&ccedil;&atilde;o das pe&ccedil;as no mercado. Atualmente, ganho R$ 200 por m&ecirc;s, que n&atilde;o &eacute; muito dinheiro, mas ajuda bastante a renda da fam&iacute;lia, que &eacute; cerca de R$ 1 mil&rdquo;, disse Luci.</p> <p> Da Favela da Mar&eacute;, na zona norte do Rio, veio a cer&acirc;mica negra, pe&ccedil;as de argila primitivas escurecidas com uma t&eacute;cnica especial. &ldquo;Depois de cinco horas de queima, a gente adiciona p&oacute; de serragem, que abafa o fogo, e a fuligem entranha na pe&ccedil;a, que est&aacute; incandescente e d&aacute; essa cor negra&rdquo;, explicou Gl&oacute;ria da Concei&ccedil;&atilde;o Barreto, uma das fundadoras da organiza&ccedil;&atilde;o, ao lado de Maria Evangelista da Silva Pereira, tamb&eacute;m presente na feira. Juntas, elas conseguem produzir at&eacute; 200 pe&ccedil;as por m&ecirc;s, incluindo pequenas estatuetas estilizadas do Cristo Redentor e do P&atilde;o de A&ccedil;&uacute;car.</p> <p> O conceito de com&eacute;rcio justo e solid&aacute;rio prev&ecirc; a forma&ccedil;&atilde;o de redes de pequenos produtores, que juntos conseguem colocar seus produtos em grandes mercados, explicou o guatemalteco Marvin L&oacute;pez Garc&iacute;a, representante da Coordenadora Latino-Americana e do Caribe de Pequenos Produtores de Com&eacute;rcio Justo (Clac): &ldquo;Somos uma plataforma que representa 21 pa&iacute;ses, com 15 produtos aliment&iacute;cios, no sistema de com&eacute;rcio justo. Temos que estar fortalecidos para atender aos requerimentos do mercado e desenvolver rela&ccedil;&otilde;es mais diretas com os exportadores. S&oacute; h&aacute; futuro se os pequenos produtores trabalharem coletivamente e de forma mais organizada.&rdquo;</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Gra&ccedil;a Adjuto</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir o material &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> Cidadania comércio justo Copacabana Economia economia solidária exemplo feira mercado global Ministério do Trabalho pequenos prefeitura produtores redes solidárias rio rio de janeiro Salão Mundial Secretaria Nacional de Economia Solidária Thu, 30 May 2013 22:31:08 +0000 gracaadjuto 721928 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/