Conselho Indigenista Missionária https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/163170/all pt-br Índios recorrem de decisão judicial que os obriga a deixar Belo Monte em 24 horas https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-05-29/indios-recorrem-de-decisao-judicial-que-os-obriga-deixar-belo-monte-em-24-horas <p>Alex Rodrigues<br /> <em>Rep&oacute;rter Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p>Bras&iacute;lia &ndash; A poucas horas do fim do prazo concedido pela Justi&ccedil;a Federal para que os &iacute;ndios que <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-05-27/indios-voltam-ocupar-canteiro-de-obras-de-belo-monte" target="_blank">ocupam um canteiro</a> de obras da Usina Hidrel&eacute;trica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Par&aacute;, deixem o local voluntariamente, o advogado do grupo de manifestantes pediu a suspens&atilde;o da decis&atilde;o judicial alegando querer evitar um conflito. &Agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>, uma lideran&ccedil;a ind&iacute;gena garantiu que os &iacute;ndios n&atilde;o v&atilde;o deixar o local, caso a decis&atilde;o n&atilde;o seja revista.</p> <p>Na peti&ccedil;&atilde;o que ajuizou esta manh&atilde;, na subse&ccedil;&atilde;o judici&aacute;ria de Altamira (PA), o advogado Adelar Cupsinski, que tamb&eacute;m presta servi&ccedil;os ao Conselho Indigenista Mission&aacute;rio (Cimi), pede ao juiz federal S&eacute;rgio Wolney de Oliveira Guedes que reconsidere sua <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-05-28/justica-da-24-horas-para-que-funai-e-uniao-convencam-indios-deixar-canteiro-de-belo-monte" target="_blank">&uacute;ltima decis&atilde;o</a>, anunciada ontem (28) &agrave; tarde.</p> <p>A pedido da empresa Norte Energia, o magistrado concedeu um prazo de 24 horas para que a Funda&ccedil;&atilde;o Nacional do &Iacute;ndio (Funai) providencie a sa&iacute;da pac&iacute;fica e volunt&aacute;ria do grupo de &iacute;ndios munduruku que, desde a madrugada de segunda-feira (27), ocupa um dos tr&ecirc;s canteiros de obra do empreendimento. O prazo legal termina hoje (29) &agrave;s 17h.</p> <p>Apontando o risco de eventual confronto entre policiais e &iacute;ndios caso a decis&atilde;o seja cumprida nesta tarde, o advogado pede que a reintegra&ccedil;&atilde;o de posse seja suspensa at&eacute; que uma audi&ecirc;ncia de concilia&ccedil;&atilde;o seja feita, com a presen&ccedil;a de lideran&ccedil;as ind&iacute;genas e de um representante do governo federal. &ldquo;Preferencialmente o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica&rdquo;, disse Cupsinski &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>.</p> <p>Segundo a assessoria da subse&ccedil;&atilde;o judici&aacute;ria de Altamira, o pedido j&aacute; foi entregue ao juiz federal, que, de acordo com o advogado, se comprometeu a analisar e se pronunciar sobre a peti&ccedil;&atilde;o o quanto antes.</p> <p>Por telefone, a <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> conversou com Paygomuyatpu Munduruku, lideran&ccedil;a da etnia que afirmou que os &iacute;ndios pretendem resistir, caso a ordem de reintegra&ccedil;&atilde;o de posse n&atilde;o seja adiada. &ldquo;Por enquanto est&aacute; tudo sob controle. Estamos aguardando, vendo a movimenta&ccedil;&atilde;o dos policiais. Sabemos o poder de for&ccedil;a da pol&iacute;cia, mas desta vez n&atilde;o vamos sair. Vamos encarar&rdquo;, declarou Paygomuyatpu. Ele afirma que h&aacute; cerca de 150 &iacute;ndios presentes no local de v&aacute;rias etnias, entre elas araras e kaiap&oacute;s.</p> <p>Questionado sobre porque os mundurukus &ndash; que s&atilde;o maioria, decidiram viajar cerca de 800 quil&ocirc;metros para realizar o protesto em Belo Monte, Paygomuyatpu justificou que parte dos mundurukus que participam do ato vive na regi&atilde;o.</p> <p>&ldquo;Al&eacute;m disso, protestamos onde for melhor, onde for preciso os &iacute;ndios se unirem. As empresas [respons&aacute;veis por] todas essas obras que n&atilde;o aceitamos s&atilde;o sempre as mesmas. E a luta pela consulta pr&eacute;via [aos povos ind&iacute;genas] sobre os preju&iacute;zos &eacute; de todos n&oacute;s [&iacute;ndios]&rdquo;, acrescentou ele, confirmando que os manifestantes querem a suspens&atilde;o de todos os empreendimentos hidrel&eacute;tricos na Amaz&ocirc;nia, at&eacute; que o processo de consulta pr&eacute;via aos povos tradicionais, previsto na <a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5051.htm" target="_blank">Conven&ccedil;&atilde;o 169</a> da Organiza&ccedil;&atilde;o Internacional do Trabalho (OIT), seja regulamentado.</p> <p>Aprovado pelo Congresso Nacional em 20 de junho de 2002, na forma do <a href="http://legis.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=234865">Decreto 143</a>, e promulgada pela Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica em abril de 2004, a Conven&ccedil;&atilde;o 169 estabelece, entre outras medidas, que os povos ind&iacute;genas e os que s&atilde;o regidos, total ou parcialmente, por seus pr&oacute;prios costumes e tradi&ccedil;&otilde;es ou por legisla&ccedil;&atilde;o especial, sejam consultados sempre que medidas legislativas ou administrativas afetarem seus interesses.</p> <p>Em janeiro de 2012, o governo federal instituiu um grupo de trabalho interministerial para avaliar e apresentar a proposta de regulamenta&ccedil;&atilde;o dos mecanismos de consulta pr&eacute;via. O grupo &eacute; coordenado pelo Minist&eacute;rio das Rela&ccedil;&otilde;es Exteriores e pela Secretaria-Geral da Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica e conta com a participa&ccedil;&atilde;o de v&aacute;rios &oacute;rg&atilde;os e entidades governamentais. Lideran&ccedil;as ind&iacute;genas, contudo, questionam iniciativas como a realiza&ccedil;&atilde;o de estudos para avaliar o potencial h&iacute;drico do Rio Tapaj&oacute;s sem que suas comunidades tenham sido consultadas.</p> <p>Esta &eacute; a segunda a&ccedil;&atilde;o ind&iacute;gena no m&ecirc;s de maio para obrigar o Cons&oacute;rcio Construtor Belo Monte (CCBM) a paralisar os trabalhos no S&iacute;tio Belo Monte. Desde o in&iacute;cio das obras de constru&ccedil;&atilde;o da usina, em junho de 2011, manifesta&ccedil;&otilde;es ind&iacute;genas e trabalhistas j&aacute; <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-05-28/belo-monte-teve-92-dias-de-paralisacoes-por-causa-de-protestos-diz-consorcio" target="_blank">provocaram um total</a> de 92 dias de servi&ccedil;os parados, de acordo com o cons&oacute;rcio. Em nota, o CCBM informa que, desde o in&iacute;cio da &uacute;ltima ocupa&ccedil;&atilde;o, os &iacute;ndios tomaram &ocirc;nibus com trabalhadores a bordo, impedindo o deslocamento interno no canteiro de obras; bloquearam rotas de fuga em casos de emerg&ecirc;ncia; ocuparam a guarita dos seguran&ccedil;as e se apossaram de dezenas de r&aacute;dios-comunicadores usados pelos funcion&aacute;rios.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Denise Griesinger</em></p> <p><em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> Conselho Indigenista Missionária Nacional ocupação do canteiro Usina Hidrelétrica de Belo Monte Wed, 29 May 2013 17:12:30 +0000 deniseg 721839 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/