Estado de mal-estar https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/161499/all pt-br Sociólogo português diz crise econômica criará o Estado de Mal-Estar na Europa https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-05-11/sociologo-portugues-diz-crise-economica-criara-estado-de-mal-estar-na-europa <p>Gilberto Costa<br /> <em>Correspondente da Ag&ecirc;ncia Brasil/ EBC</em></p> <p>Lisboa &ndash; A crise econ&ocirc;mica est&aacute; fazendo a Europa deixar de ser o continente em que as pol&iacute;ticas sociais diminuem os efeitos das desigualdades econ&ocirc;micas e permitem uma boa qualidade de vida ao conjunto da popula&ccedil;&atilde;o. &ldquo;Querem criar o&nbsp;Estado de Mal-Estar na Europa&rdquo;, critica Boaventura de Sousa Santos, o soci&oacute;logo portugu&ecirc;s mais conhecido no Brasil, fazendo refer&ecirc;ncia ao antigo Welfare State [Estado de Bem-Estar] criado na Europa, a partir do final da&nbsp;2&ordf; Guerra Mundial (1945).</p> <p>Segundo Boaventura, a Europa est&aacute; deixando de ser um continente de primeiro mundo para tornar-se &ldquo;um miniatura do mundo, com pa&iacute;ses de primeiro, segundo e terceiro mundos&rdquo;. Ele se refere ao empobrecimento de alguns pa&iacute;ses e a falta de prote&ccedil;&atilde;o aos cidad&atilde;os, como acontece em Portugal, na Espanha e na Gr&eacute;cia, mas com reflexos em todo o continente.</p> <p>Para o soci&oacute;logo, o modelo de governan&ccedil;a da Uni&atilde;o Europeia esvaziou-se e o projeto est&aacute; desfeito de forma irrevers&iacute;vel. Ele atribui ao &ldquo;neoliberalismo&rdquo; os problemas enfrentados pelo continente, como o desemprego. &ldquo;Esta crise foi criada para destruir o trabalho e o valor do trabalho&rdquo;, disse, ao encerrar em Lisboa um col&oacute;quio sobre mobilidade social e desigualdades.</p> <p>Conforme os dados do <a href="http://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_PUBLIC/3-30042013-BP/EN/3-30042013-BP-EN.PDF">Eurostat</a>, h&aacute; 26,5 milh&otilde;es de pessoas desempregadas nos 27 pa&iacute;ses &ndash; contingente superior a toda a popula&ccedil;&atilde;o na Regi&atilde;o Sul do Brasil (Censo 2010). Para o soci&oacute;logo, parte das demiss&otilde;es ocorre por altera&ccedil;&otilde;es nas regras de contrata&ccedil;&atilde;o. &ldquo;Mudam os contratos de trabalho, mas n&atilde;o mudam os contratos das PPPs&rdquo;, disse se referindo &agrave;s parcerias p&uacute;blico-privadas contratadas entre governos e companhias particulares para a explora&ccedil;&atilde;o de servi&ccedil;os como concession&aacute;rios ou de infraestrutura.</p> <p>Al&eacute;m da inflex&atilde;o na economia e no plano social, Boaventura assinala transforma&ccedil;&otilde;es pol&iacute;ticas, como o esvaziamento do poder decis&oacute;rio dos parlamentos, e dos lugares de &ldquo;concerta&ccedil;&atilde;o social&rdquo;, como os portugueses chamam os conselhos e pactos criados para diminuir conflitos entre empres&aacute;rios, trabalhadores e governo. Na opini&atilde;o do soci&oacute;logo, em vez dessas inst&acirc;ncias, se imp&otilde;e a vontade dos credores externos, como acontece em Portugal, segundo ele, por causa da Troika (formada pelo Fundo Monet&aacute;rio Internacional, o Banco Central Europeu e a Comiss&atilde;o Europeia).</p> <p>Boaventura Sousa Santos diz que a a&ccedil;&atilde;o direta da Troika leva &agrave; imobilidade do governo e questiona a racionalidade dos cortes dos gastos sociais que est&atilde;o sendo feitos. Na Assembleia da Rep&uacute;blica, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, disse que haver&aacute; converg&ecirc;ncia das pens&otilde;es e aposentadorias de ex-funcion&aacute;rios p&uacute;blicos e ex-empregados privados. O chefe do Executivo portugu&ecirc;s afirmou que n&atilde;o &eacute; uma op&ccedil;&atilde;o ajustar a economia e mudar direitos adquiridos. &ldquo;O pa&iacute;s tem que ajustar&rdquo;, defendeu</p> <p>A oposi&ccedil;&atilde;o critica, diz que a medida &eacute; inconstitucional, e reclama do governo por tratar a austeridade como inevit&aacute;vel. De acordo com o secret&aacute;rio-geral do Partido Socialista, Ant&oacute;nio Jos&eacute; Seguro, em menos de dois anos de mandato de Passos Coelho 459 mil empregos foram&nbsp;cortados - quase a metade dos 952,2 mil desempregados contabilizados em mar&ccedil;o.</p> <p>&nbsp;</p> <p>&nbsp;</p> <p><em>Edi&ccedil;&atilde;o: Beto Coura </em></p> <p><em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> António José Seguro Banco Central Europeu Boaventura de Sousa Santos Comissão Europeia) Crise econômica na Europa Estado de mal-estar Fundo Monetário Internacional Internacional Pedro Passos Coelho Troika união europeia Sat, 11 May 2013 13:47:52 +0000 alberto.coura 720481 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/