Associação Brasileira de Alcoolismo e Drogas https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/161415/all pt-br Especialista defende política de prevenção contra drogas no Brasil https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-05-10/especialista-defende-politica-de-prevencao-contra-drogas-no-brasil <p>Alana Gandra<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro - Preven&ccedil;&atilde;o &eacute; a pol&iacute;tica que o governo brasileiro deve adotar para combater a expans&atilde;o das drogas no pa&iacute;s, disse &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> a pesquisadora Mina Carakushansky, diretora da Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira de Alcoolismo e Drogas (Abrad) e da Federa&ccedil;&atilde;o Mundial contra as Drogas (Wfad, a sigla em ingl&ecirc;s). Ela participa neste s&aacute;bado (11) de semin&aacute;rio de preven&ccedil;&atilde;o ao uso de drogas e &agrave; depend&ecirc;ncia qu&iacute;mica, promovido pela Abrad, na C&acirc;mara Comunit&aacute;ria da Barra da Tijuca.</p> <p> A Wfad &eacute; uma comunidade multilateral de organiza&ccedil;&otilde;es n&atilde;o governamentais, sediada na Su&eacute;cia. Fundada em 2009, a entidade tem como objetivo trabalhar para um mundo livre de drogas. A federa&ccedil;&atilde;o apoia as conven&ccedil;&otilde;es de narc&oacute;ticos da Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas (ONU).</p> <p> Mina disse que, de maneira geral, apenas 5% da popula&ccedil;&atilde;o mundial usam regularmente algum tipo de droga il&iacute;cita, enquanto 95% n&atilde;o usam qualquer droga. &ldquo;A gente ouve muito falar em tratamento contra drogas, que &eacute; necess&aacute;rio. Mas ouve-se falar muito pouco em preven&ccedil;&atilde;o&rdquo;. O semin&aacute;rio, ressaltou, visa a chamar a aten&ccedil;&atilde;o da sociedade para a necessidade de preven&ccedil;&atilde;o &agrave;s drogas no Brasil.</p> <p> Para ela, se a verba destinada pelo governo federal para o enfrentamento do <em>crack</em>, no total de R$ 4 bilh&otilde;es at&eacute; 2014, conseguisse tratar e recuperar os atuais dependentes dessa droga, isso n&atilde;o iria resolver o problema, porque logo apareceriam outros usu&aacute;rios. &ldquo;O paralelo que a gente tem que fazer em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s &nbsp;drogas que hoje s&atilde;o ilegais, as drogas psicoativas, &eacute; o mesmo que se faz em rela&ccedil;&atilde;o ao tabaco, &agrave; dengue, &agrave; tuberculose ou &agrave; febre amarela&rdquo;. Ou seja, combater as drogas por meio de campanhas preventivas maci&ccedil;as que mostrem &agrave; popula&ccedil;&atilde;o as consequ&ecirc;ncias que o v&iacute;cio pode trazer.</p> <p> Mina assegurou que a preven&ccedil;&atilde;o evita que haja novos problemas ou, pelo menos, que os problemas proliferem. &ldquo;A solu&ccedil;&atilde;o real est&aacute; em a gente evitar que aquelas pessoas caiam no precip&iacute;cio das drogas&rdquo;. O semin&aacute;rio abordar&aacute; a preven&ccedil;&atilde;o &agrave;s drogas em suas m&uacute;ltiplas formas, dentro das empresas, da fam&iacute;lia, nas escolas, nos clubes sociais. Ser&atilde;o oferecidas palestras e oficinas para educadores, jornalistas, psic&oacute;logos, m&eacute;dicos, enfermeiros, assistentes sociais e lideran&ccedil;as comunit&aacute;rias.</p> <p> A pol&iacute;tica de preven&ccedil;&atilde;o deve ser iniciada na inf&acirc;ncia, defendeu Mina, para que o Brasil consiga atingir no futuro a mesma posi&ccedil;&atilde;o de pa&iacute;ses de primeiro mundo na luta contra as drogas. Segundo ela, a Su&eacute;cia &eacute; o pa&iacute;s que mais &ecirc;xito obteve na preven&ccedil;&atilde;o contra as drogas, em compara&ccedil;&atilde;o com as demais na&ccedil;&otilde;es europeias que apresentam caracter&iacute;sticas similares de educa&ccedil;&atilde;o, moradia, bem-estar da popula&ccedil;&atilde;o, meios econ&ocirc;micos e democracia.</p> <p> Titular da Secretaria Especial &nbsp;de Preven&ccedil;&atilde;o &agrave; Depend&ecirc;ncia Qu&iacute;mica em 2000, o primeiro &oacute;rg&atilde;o desse tipo no Brasil, Mina criticou o movimento pela legaliza&ccedil;&atilde;o das drogas. Lembrou que a pr&oacute;pria Su&eacute;cia, ap&oacute;s v&aacute;rias experi&ecirc;ncias de liberaliza&ccedil;&atilde;o, resolveu adotar uma pol&iacute;tica de preven&ccedil;&atilde;o forte e ampla, que se mant&eacute;m, independentemente da &nbsp;posi&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica ou ideol&oacute;gica do governo. &ldquo;A pol&iacute;tica de drogas n&atilde;o muda. &Eacute; sempre a mesma&rdquo;. Ela admitiu que n&atilde;o h&aacute; ainda perfei&ccedil;&atilde;o na Su&eacute;cia. &ldquo;Mas, em rela&ccedil;&atilde;o ao que se pode fazer, &eacute; um exemplo a ser imitado&rdquo;.</p> <p> Dados da ONU indicam que o Brasil &eacute; o primeiro pa&iacute;s consumidor de <em>crack</em> no mundo e o segundo maior consumidor de coca&iacute;na. Mina alertou, por&eacute;m, que n&atilde;o adianta fazer compara&ccedil;&otilde;es entre o Brasil e outros pa&iacute;ses, porque s&atilde;o realidades diferentes. &nbsp;A Su&eacute;cia, por exemplo, liberou as drogas em 1965. Diante do crescimento do consumo e dos problemas sociais que surgiram, o governo voltou atr&aacute;s tr&ecirc;s anos depois e as leis foram endurecidas.</p> <p> A pesquisadora reiterou que a preven&ccedil;&atilde;o contra as drogas deve come&ccedil;ar na inf&acirc;ncia. O ideal &eacute; que ela comece na fam&iacute;lia. &ldquo;&Eacute; uma cultura que a pessoa n&atilde;o desenvolve da noite para o dia. &Eacute; desenvolvida com campanhas, com esclarecimentos&rdquo;. Mudan&ccedil;as de humor e de comportamento devem acender um alerta nos pais ou respons&aacute;veis. &ldquo;No in&iacute;cio, &eacute; relativamente f&aacute;cil neutralizar isso. Agora, quando se torna dependente, &eacute; mais dif&iacute;cil&rdquo;.</p> <p> O caso do cigarro &eacute;, disse ela, o melhor exemplo de que &eacute; poss&iacute;vel fazer coisas positivas no Brasil. No in&iacute;cio da campanha do governo contra o fumo, 35% da popula&ccedil;&atilde;o fumavam. &Agrave; medida que os conhecimentos cient&iacute;fico e tecnol&oacute;gico avan&ccedil;aram e a campanha de esclarecimento se intensificou, o &iacute;ndice de consumo baixou para 15%.&nbsp; Segundo ela, o h&aacute;bito de fumar j&aacute; &eacute; visto como algo n&atilde;o positivo.</p> <p> Mina lembrou ainda que o Brasil conseguiu um feito grande em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; pr&oacute;pria popula&ccedil;&atilde;o com a redu&ccedil;&atilde;o do consumo de cigarro, porque diminu&iacute;ram os custos com sa&uacute;de e houve um &nbsp;prolongamento da vida de pessoas que antes poderiam ficar doentes. Para fazer campanhas preventivas e esclarecedoras desse n&iacute;vel, &eacute; preciso que haja vontade pol&iacute;tica e pessoas que pensem no bem-estar do povo, destacou.</p> <p> A diretora da Abrad manifestou-se contra o projeto de descriminaliza&ccedil;&atilde;o do consumo de drogas, &nbsp;porque v&aacute;rios pa&iacute;ses citados como exemplos de sucesso est&atilde;o voltando atr&aacute;s em suas decis&otilde;es. &Eacute; o caso de Portugal, citou. &ldquo;Porque aumentaram muito os &iacute;ndices de criminalidade, de overdose&rdquo;. Ela est&aacute; certa de que todos os movimentos que visem a dar acesso livre &agrave;s drogas e facilitar sua obten&ccedil;&atilde;o, &ldquo;anos mais tarde v&atilde;o voltar atr&aacute;s&rdquo;. Mina acrescentou que todas as drogas, dependendo da pot&ecirc;ncia, causam efeitos perigosos ao organismo.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Gra&ccedil;a Adjuto</em></p> <p> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></p> Abrad Agência Brasil Associação Brasileira de Alcoolismo e Drogas brasil Defesa dependência química drogas especialista Federação Mundial contra as Drogas governo brasileiro Mina Carakushansky Nacional onu pesquisadora Política prevenção seminário Wfad Fri, 10 May 2013 09:02:57 +0000 gracaadjuto 720420 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/