investigação da comissão https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/160751/all pt-br Comissão da Verdade vai ouvir no Rio militares perseguidos pela ditadura https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-05-02/comissao-da-verdade-vai-ouvir-no-rio-militares-perseguidos-pela-ditadura <p>Isabela Vieira<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro - Motivados pelo depoimento do brigadeiro Rui Moreira Lima, de 93 anos, a Comiss&atilde;o Nacional da Verdade (CNV) &nbsp;investigar&aacute; atos de persegui&ccedil;&atilde;o da ditadura contra militares das pr&oacute;prias For&ccedil;as Armadas e da Pol&iacute;cia Militar. &nbsp;Criada para apurar viola&ccedil;&otilde;es de direitos humanos entre 1946 e 1988, o &oacute;rg&atilde;o estima que 7,5 mil militares foram perseguidos e 30, mortos.</p> <p> A primeira audi&ecirc;ncia p&uacute;blica para colher o testemunho dos militares e seus familiares ocorrer&aacute; neste s&aacute;bado (4), no Rio. &nbsp;Eles ser&atilde;o ouvidos pela comissionada Rosa Maria Cardoso e pelo presidente da Comiss&atilde;o Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, Wadih Damous. Segundo ele, pelo fato de o Rio ter sido capital at&eacute; 1960, tem o maior contingente de militares nessa situa&ccedil;&atilde;o.</p> <p> &ldquo;Nas For&ccedil;as Armadas n&atilde;o existiram s&oacute; torturadores e golpistas&rdquo;, disse Damous. &ldquo;Houve aqueles que resistiram, que defenderam a ordem democr&aacute;tica e pagaram muito caro por isso, alguns com a vida, outros com seus empregos e carreiras&rdquo;, completou. Representando a Ordem do Advogados do Brasil (OAB), ele destaca que portarias e atos secretos foram os instrumentos mais aplicados.</p> <p> O depoimento do brigadeiro Moreira Lima &agrave; comiss&atilde;o, em outubro de 2012, deu origem &agrave; cria&ccedil;&atilde;o do grupo de trabalho (GT) para apurar as persegui&ccedil;&otilde;es aos militares, que se estenderam tamb&eacute;m &agrave;s suas fam&iacute;lias, segundo Rosa Cardoso. O filho do brigadeiro, na &eacute;poca com 18 anos, chegou a ser sequestrado pelos militares.</p> <p> A comissionada revela que os casos mais recorrentes s&atilde;o os de crian&ccedil;as perseguidas nas pr&oacute;prias escolas militares. &ldquo;Esses meninos foram penalizados dentro do ambiente escolar. Foi deslocado, sistematicamente, todo o rancor da persegui&ccedil;&atilde;o dos pais para eles, a ponto de terem que sair dessas escolas. L&aacute;, eram inclusive chamadas pelos nomes dos pais&rdquo;, revelou.</p> <p> Segundo Paulo Cunha, consultor do GT e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), casos de militares que se envolveram com a luta armada, como o do capit&atilde;o do Ex&eacute;rcito Carlos Lamarca, s&atilde;o mais conhecidos pelo p&uacute;blico. Por&eacute;m, muitos outros protagonizaram &ldquo;uma luta pela legalidade, pela democracia&rdquo;, tanto em alas ideol&oacute;gicas de esquerda quanto de direita&rdquo;.</p> <p> Na audi&ecirc;ncia de s&aacute;bado, al&eacute;m do filho sequestrado do brigadeiro Rui Moreira Lima, que ainda luta para que o pai chegue ao posto mais alto da carreira, ser&atilde;o ouvidos Eduardo Chuay, capit&atilde;o do Ex&eacute;rcito preso, torturado e reformado, al&eacute;m de integrantes da guerrilha de Capara&oacute;, grupo de resist&ecirc;ncia formado majoritariamente por militares que haviam perdido seus cargos por persegui&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica.</p> <p> Durante o evento, a CNV agendar&aacute; depoimentos a portas fechadas com militares que quiserem narrar persegui&ccedil;&otilde;es ou fazer den&uacute;ncias. No &acirc;mbito do GT, &nbsp;em data pr&oacute;xima, a expectativa &eacute; ouvir, em S&atilde;o Paulo, policiais militares perseguidos. Os dados ser&atilde;o compilados e publicados ao final do trabalho da comiss&atilde;o, previsto para 2014.</p> <p><em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira//A mat&eacute;ria foi alterada, no dia 17.05.2013, &agrave;s 21h11, para ajuste de informa&ccedil;&atilde;o quanto &agrave; idade do brigadeiro Rui Moreira Lima e a data da audi&ecirc;ncia de que trata o segundo par&aacute;grafo</em></p> <p><em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> CNV Comissão Nacional da Verdade direitos humanos investigação da comissão Nacional perseguição a militares perseguição da ditadura regime militar violação a direitos Thu, 02 May 2013 21:02:31 +0000 davi.oliveira 719849 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/