Departamento Geral de Ações Socioeducativas do Rio de Janeiro https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/160727/all pt-br Internas do Degase mostram cadeira de rodas para sambistas em concurso internacional https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-05-02/internas-do-degase-mostram-cadeira-de-rodas-para-sambistas-em-concurso-internacional <p><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist719829/prev/ABr020513_TNG0717.jpg" style="margin: 8px; width: 300px; float: right; height: 225px" />Alana Gandra<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p>Rio de Janeiro - Um time brasileiro vai disputar o campeonato First Lego League deste ano na Alemanha, a partir do pr&oacute;ximo dia 7, com o projeto de uma cadeira de rodas el&eacute;trica, idealizado para permitir a participa&ccedil;&atilde;o de idosas na ala das baianas, no carnaval carioca.&nbsp;O prot&oacute;tipo foi desenvolvido em tr&ecirc;s meses, a partir de pesquisa feita pelas internas do Departamento Geral de A&ccedil;&otilde;es Socioeducativas do Estado do Rio de Janeiro (Degase) com integrantes da Escola de Samba Uni&atilde;o da Ilha, localizada na Ilha do Governador, zona norte do Rio.</p> <p>A equipe&nbsp;As Meninas Supertalentosas, do Centro Socioeducativo Professor Antonio Carlos Gomes da Costa, do Degase, que abriga hoje 47 meninas em conflito com a lei, se destaca entre os 54 times de 35 pa&iacute;ses que concorrer&atilde;o no certame, considerado um dos mais importantes campeonatos estudantis do mundo na &aacute;rea da rob&oacute;tica e que, este ano, tem solu&ccedil;&otilde;es para idosos como tema central. A equipe do Degase ir&aacute; ao campeonato a convite da Funda&ccedil;&atilde;o Lego e do Instituto Aprender Fazendo, operador do First Lego League no Brasil, representando a parte social da iniciativa internacional.</p> <p>Das dez internas que integram o time, duas meninas de 15 e 16 anos, que se encontram&nbsp;em regime de semiliberdade na unidade do Degase em Volta Redonda, no centro-sul fluminense, ir&atilde;o at&eacute; a Alemanha apresentar o projeto. Liberadas para viajar pelo Juizado de Menores de Volta Redonda, as meninas n&atilde;o podem ser fotografadas nem ter os nomes mencionados nas reportagens, para preservar suas identidades.</p> <p>Liberadas para dar seu testemunho oral, elas relataram &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil </strong>que o trabalho representa uma oportunidade &ldquo;muito boa&rdquo; em suas vidas. Sobre a cadeira, salientaram que a inven&ccedil;&atilde;o teve por objetivo melhorar a vida dos idosos. As duas acreditam que o projeto poder&aacute; contribuir &ldquo;para eu ser algu&eacute;m na vida e ter um futuro muito bom. Uma coisa melhor&rdquo;.</p> <p>Um filme produzido pelas internas mostrar&aacute; parte de um desfile no Samb&oacute;dromo do Rio e a a&ccedil;&atilde;o das cadeiras que facilitam &agrave;s componentes da velha guarda das escolas de samba &ldquo;rodar a baiana&quot; nas evolu&ccedil;&otilde;es da ala. As cadeiras podem suportar o peso da fantasia que atinge, em m&eacute;dia, 30 quilos, durante 3h30m de desfile, desde a etapa da concentra&ccedil;&atilde;o at&eacute; a dispers&atilde;o.</p> <p>Os componentes da fict&iacute;cia escola, bem como o pessoal que ocupa as arquibancadas, s&atilde;o todos feitos em pe&ccedil;as de Lego, um brinquedo de montar. A agente socioeducadora da unidade do Degase, Jandira Pinto, &eacute; a autora do samba que as meninas cantam no filme ao longo do desfile, relatando o prop&oacute;sito da cria&ccedil;&atilde;o coletiva.</p> <p>Benedita da Silva, de 75 anos, d&aacute; seu depoimento sobre a dificuldade de locomo&ccedil;&atilde;o que muitas idosas da escola de samba t&ecirc;m para acompanhar a apresenta&ccedil;&atilde;o. Com as limita&ccedil;&otilde;es f&iacute;sicas, muitas acabam entrando em depress&atilde;o e apresentam doen&ccedil;as. &ldquo;Muitas desistem&rdquo;, disse a professora de rob&oacute;tica Sandra Caldas, t&eacute;cnica da equipe.</p> <p>Ela explicou que a cadeira segura a saia das baianas. &ldquo;A gente prendeu a saia na pr&oacute;pria cadeira, adaptada com o p&eacute;. As m&atilde;os ficam livres. Se ela [a baiana] apertar o bot&atilde;o direito no p&eacute;, a cadeira vai para o lado direito. Se for no esquerdo, ela gira para o lado esquerdo. Se aperta os dois bot&otilde;es, ela vai para a frente. E se tirar os p&eacute;s, a cadeira freia&rdquo;. Com isso, a sambista n&atilde;o precisa de ningu&eacute;m para empurrar. &ldquo;E ela consegue continuar na ala das baianas&rdquo;.</p> <p>Sandra Caldas lembrou que a experi&ecirc;ncia do Degase com prot&oacute;tipos feitos com pe&ccedil;as de Lego come&ccedil;ou em 2008. A partir da&iacute;, o departamento tem ganho importantes pr&ecirc;mios, o que contribui para a ressocializa&ccedil;&atilde;o das internas. &ldquo;Tem mudado paradigmas&rdquo;, salientou.</p> <p>A busca de patente para o projeto &eacute; uma preocupa&ccedil;&atilde;o das socioeducadoras do Degase. Sandra Caldas disse que a ideia &eacute; apresentar o prot&oacute;tipo &agrave; Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro estimulando que cada escola tenha cadeiras deste tipo para dar &agrave;s componentes que se dedicaram durante toda a vida &agrave;s agremia&ccedil;&otilde;es. &rdquo;N&atilde;o &eacute; para qualquer pessoa. &Eacute; valorizar as pessoas que deram sua vida pelas escolas&rdquo;. Cada cadeira tem custo estimado de US$ 2,4 mil.</p> <p>Na avalia&ccedil;&atilde;o da diretora adjunta da unidade do Degase, Rejane Dias Santos, &ldquo;qualquer atividade feita com amor, com dedica&ccedil;&atilde;o, sempre chega ao cora&ccedil;&atilde;o delas [as internas] e elas entendem a dedica&ccedil;&atilde;o do profissional&rdquo;. Ela disse que ensinar &eacute; sempre positivo e traz respostas. &ldquo;Tudo isso contribui e favorece. O universo conspira a favor. E elas d&atilde;o uma resposta positiva. &Eacute; muito bom a gente perceber isso no dia a dia&rdquo;, reiterou.</p> <p>O concurso &eacute; dividido em tr&ecirc;s fases. A primeira inclui as miss&otilde;es ligadas ao tema dos idosos. A segunda aborda a pesquisa cient&iacute;fica, onde est&aacute; inserida a cadeira de rodas el&eacute;trica. E, no final, s&atilde;o analisados os valores, ou seja, quest&otilde;es como o relacionamento entre os membros da equipe, o respeito m&uacute;tuo, integra&ccedil;&atilde;o com outras equipes.</p> <p>No caso das Meninas Supertalentosas, elas contaram com a ajuda da equipe FrancoDroids, do Col&eacute;gio Liceu Franco-Brasileiro, que vai disputar o First Lego League, na Austr&aacute;lia. Houve um interc&acirc;mbio: os estudantes passaram &agrave;s internas sua experi&ecirc;ncia na &aacute;rea da rob&oacute;tica e elas aprenderam a trabalhar em equipe, ressaltou Sandra Caldas.</p> <p>Outras duas equipes do Brasil participar&atilde;o do campeonato na Alemanha: Itap&ecirc;Robota, do Servi&ccedil;o Social da Ind&uacute;stria de Itapetinga (SP) e Apoibot, do Col&eacute;gio Apoio de Pernambuco.</p> <p>Veja <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/galeria/2013-05-02/detentas-do-rio-montam-prototipo-de-cadeira-de-rodas-para-idosos">aqui</a> a galeria de imagens</p> <p>&nbsp;</p> <p><em>Edi&ccedil;&atilde;o: Beto Coura</em></p> <p><em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> As Meninas Supertalentosas Benedita da Silva Cadeira de rodas para sambistas idosas Centro Socioeducativo Professor Antonio Carlos Gomes da Costa degase Departamento Geral de Ações Socioeducativas do Rio de Janeiro Educação First Lego League Fundação Lego Instituto Aprender Fazendo Liesa Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro Sandra Caldas Thu, 02 May 2013 18:58:47 +0000 alberto.coura 719834 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/