Grupo Aquarela Bogotá. crianças https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/160658/all pt-br Brasileiras na Colômbia fazem a diferença com trabalho voluntário https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-05-01/brasileiras-na-colombia-fazem-diferenca-com-trabalho-voluntario <p><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist715269/prev/DSC03299.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />Leandra Felipe<br /> <em>Correspondente da Ag&ecirc;ncia Brasil/EBC</em></p> <p> Bogot&aacute; - No exterior, longe da fam&iacute;lia, dos projetos profissionais e acad&ecirc;micos, brasileiras descobriram no trabalho volunt&aacute;rio uma fonte de realiza&ccedil;&atilde;o pessoal e de integra&ccedil;&atilde;o. Elas fazem parte da organiza&ccedil;&atilde;o n&atilde;o governamental (ONG) Funda&ccedil;&atilde;o Grupo Aquarela Bogot&aacute; e apoiam cinco institui&ccedil;&otilde;es colombianas que atendem a cerca de 200 crian&ccedil;as e adolescentes de baixa renda e/ou portadoras de c&acirc;ncer.</p> <p> O trabalho &eacute; totalmente filantr&oacute;pico. As associadas do Aquarela atuam nas institui&ccedil;&otilde;es com atividades direcionadas &agrave; faixa et&aacute;ria das crian&ccedil;as de cada institui&ccedil;&atilde;o. Na Funda&ccedil;&atilde;o Ayuda por Col&ocirc;mbia, visitada pela <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>, as crian&ccedil;as recebem as volunt&aacute;rias com alegria e com pedidos m&uacute;sica para <em>bailar</em> (dan&ccedil;ar).</p> <p> As volunt&aacute;rias desenvolvem v&aacute;rios projetos, como cursos de fotografia, horta comunit&aacute;ria, oficinas de inform&aacute;tica. de culin&aacute;ria e artesanato. E, al&eacute;m da dedica&ccedil;&atilde;o do tempo das volunt&aacute;rias, as institui&ccedil;&otilde;es assistidas recebem mensalmente aporte financeiro da Funda&ccedil;&atilde;o Aquarela e a doa&ccedil;&atilde;o mensal de 400 a 600 litros de leite.</p> <p> A diretora da Ayuda por Col&ocirc;mbia, Fabiola Cortes, disse &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> que a ajuda em dinheiro &eacute; importante, mas o que faz a diferen&ccedil;a &eacute; o tempo que as brasileiras dedicam &agrave;s crian&ccedil;as. &quot;N&oacute;s contamos com esse dinheiro todo m&ecirc;s, e o Aquarela nunca deixou de contribuir, desde que se comprometeu conosco, com a parte financeira e com o leite. Mas o que tem maior valor para n&oacute;s &eacute; o amor que elas trazem para as crian&ccedil;as&quot;, conta Fabiola.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist715269/prev/DSC03327.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: left;" />Segundo ela, o dia de visita das <em>mujeres brasile&ntilde;as</em>, como as crian&ccedil;as chamam o grupo, &eacute; esperado com muita ansiedade. &quot;Elas v&ecirc;m aqui e passam a manh&atilde; com eles: brincam, pulam, fazem festa, contam hist&oacute;rias. Isso marca as crian&ccedil;as, que v&ecirc;m de fam&iacute;lias desestruturadas e que enfrentam uma realidade bastante dif&iacute;cil fora daqui&quot;, diz.</p> <p> Camilo Rodr&iacute;guez tem 7 anos e espera ansioso pela chegada das &quot;amigas brasileiras&quot;. &nbsp;Com o viol&atilde;o, elas cantam em espanhol <em>Se tu &eacute;s feliz a bailar!! Se tu es feliz a abra&ccedil;ar</em>!. &quot;Eu gosto delas porque v&ecirc;m nos visitar sempre e s&atilde;o divertidas&quot;, conta Camilo.</p> <p> O trabalho do grupo &eacute; reconhecido na Col&ocirc;mbia, e recebe patroc&iacute;nio de empresas brasileiras e de multinacionais que atuam no pa&iacute;s. &quot;O perfil das mulheres que ajudam &eacute; relativamente parecido. Elas v&ecirc;m para c&aacute; acompanhar a fam&iacute;lia e s&atilde;o recebidas e integradas ao pa&iacute;s pelo grupo. Logo se envolvem com o trabalho volunt&aacute;rio e, &agrave;s vezes, acabam trazendo recursos das empresas em que os maridos trabalham&quot;, explicou a atual presidenta, Regina Garcia.</p> <p> Algumas empresas, como a Petrobras, patrocinam exclusivamente o trabalho social desenvolvido com as crian&ccedil;as. Outras ajudam esporadicamente na realiza&ccedil;&atilde;o dos eventos anuais promovidos pelo Aquarela.</p> <p> &quot;Para arrecadar dinheiro para os projetos sociais e promover a cultura brasileira, todo ano fazemos o carnaval, a festa junina e a feijoada&quot;, detalha Regina. O grupo tamb&eacute;m faz eventos menores como bingos, bazares e almo&ccedil;os que, segundo ela, s&atilde;o importantes para a integra&ccedil;&atilde;o.</p> <p> De acordo com Regina, as brasileiras que atuam no grupo encaram a atividade como um trabalho. &nbsp;Ela diz que o Aquarela cresceu e as responsabilidade e demandas aumentaram. &quot;Mas o trabalho &eacute; gratificante. V&aacute;rias crian&ccedil;as com as quais convivemos t&ecirc;m c&acirc;ncer em estado terminal. Oferecemos carinho e tempo a elas, mas recebemos o mesmo de volta. Sa&iacute;mos das atividades, renovadas, com a alma limpa&quot;, comenta.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist715269/prev/DSC03349.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />Com 19 anos de exist&ecirc;ncia, o grupo &eacute; caraterizado pela rotatividade. Algumas pessoas v&ecirc;m &agrave; Col&ocirc;mbia para morar por tempo indeterminado. Outras passam apenas uma temporada, mas o suficiente para se envolverem com o trabalho desenvolvido.</p> <p> Foi o caso de Gabriela Primo, 28 anos. Formada em turismo, ela deixou o trabalho em uma ag&ecirc;ncia de interc&acirc;mbio e veio para a Col&ocirc;mbia h&aacute; um ano e dois meses para acompanhar o marido, que chegou a trabalho.</p> <p> &quot;Eu topei vir, mas me deu um pouco de medo. Deixei o emprego, tudo, e n&atilde;o sabia o que encontraria na Col&ocirc;mbia. Eu tinha preconceito, e achava que aqui era ruim&quot;, disse Gabriela. Antes de chegar a Bogot&aacute;, ela soube que havia um grupo de brasileiras que trabalhavam com a comunidade local e recebiam os &quot;rec&eacute;m-chegados&quot;. &nbsp;</p> <p> Gabriela se envolveu nas atividades do grupo e foi bem recebida pelas brasileiras. &quot;Logo vi que queria trabalhar na parte volunt&aacute;ria e social, hoje acho que essa mudan&ccedil;a me fez descobrir minha verdadeira voca&ccedil;&atilde;o&quot;, conta.</p> <p> O Aquarela tem dez anos como ONG registrada na Col&ocirc;mbia, mas come&ccedil;ou h&aacute; 19 anos. No in&iacute;cio, o foco maior era a integra&ccedil;&atilde;o de quem chegava, conta Claudia Miranda, 43 anos, h&aacute; 18 anos vivendo em Bogot&aacute;.</p> <p> Ela se integrou ao grupo quando ele estava come&ccedil;ando a se reunir. &quot;Na &eacute;poca, tudo era mais dif&iacute;cil. As guerrilhas eram muito mais atuantes nas grandes cidades que hoje. Havia mais perigo, sequestros, e viver aqui era complicado. O Aquarela come&ccedil;ou com brasileiras que queriam estar juntas, matar a saudade da comida do Brasil e que, de certo modo, buscavam ref&uacute;gio&quot;, diz Claudia.</p> <p> No in&iacute;cio, algumas mulheres faziam roupas, doavam para hospitais e arrecadavam alimentos. O grupo tamb&eacute;m fazia pequenos &quot;jornais&quot; e distribu&iacute;a entre a comunidade brasileira, na &eacute;poca muito menor que hoje. A Embaixada do Brasil estima que cerca de 4 mil brasileiros vivam em Bogot&aacute;.</p> <p> Para contar a hist&oacute;ria da funda&ccedil;&atilde;o, a musicista Beth Fontes, 48 anos, lan&ccedil;ou na semana passada em Bogot&aacute; o livro <em>A Hist&oacute;ria de uma Aquarela</em>, publica&ccedil;&atilde;o bil&iacute;ngue (em portugu&ecirc;s e espanhol) com ilustra&ccedil;&otilde;es de Maria Lucia Rodriguez.</p> <p> Toda a renda do livro ser&aacute; dedicada ao trabalho social do grupo e tanto a autora quanto a ilustradora abriram m&atilde;o dos direitos autorais pela causa. Beth conta que escreveu o livro pela vontade de &quot;imortalizar&quot; a hist&oacute;ria que ela e centenas de mulheres t&ecirc;m experimentado na Col&ocirc;mbia.</p> <p> &quot;Muitas de n&oacute;s nos mudamos para a Col&ocirc;mbia com muitas incertezas. Mas, por meio do grupo nos integramos e, trabalhando como volunt&aacute;rias, descobrimos novos horizontes e um novo sentido. &Eacute; disso que o livro fala&quot;, detalhou &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>.</p> <p> Beth acaba de regressar ao Brasil depois de uma temporada na capital colombiana. Do tempo que passou na Col&ocirc;mbia, trabalhando como volunt&aacute;ria, ela diz que levar&aacute; boas recorda&ccedil;&otilde;es e o aprendizado. &quot;Os sorrisos e os olhares daquelas crian&ccedil;as ser&atilde;o, em minha mem&oacute;ria, marcas significativas da passagem pelo pa&iacute;s&quot;, conclui.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Gra&ccedil;a Adjuto</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> adolescentes baixa renda brasileiras câncer Colômbia fundação Grupo Aquarela Bogotá. crianças Internacional ong organização não governamental projetos profissionais trabalho voluntário Wed, 01 May 2013 14:21:27 +0000 gracaadjuto 719760 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/