impunidade de crimes contra jornalistas https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/158651/all pt-br Brasil é terceiro em ranking das Américas sobre impunidade de crimes contra jornalistas https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-04-07/brasil-e-terceiro-em-ranking-das-americas-sobre-impunidade-de-crimes-contra-jornalistas <p> Thais Leit&atilde;o<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; A impunidade em casos de viol&ecirc;ncia contra comunicadores &eacute; um dos principais respons&aacute;veis pelo aumento no n&uacute;mero de assassinatos e amea&ccedil;as a jornalistas e outros profissionais de m&iacute;dia, segundo Carlos Laur&iacute;a, coordenador do Comit&ecirc; de Prote&ccedil;&atilde;o aos Jornalistas (CPJ) para as Am&eacute;ricas. Ele estima que aproximadamente 85% dos assassinatos de jornalistas ficam impunes em todo o mundo.</p> <p> Em entrevista &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>, Laur&iacute;a disse que o relat&oacute;rio do Comit&ecirc; de Prote&ccedil;&atilde;o aos Jornalistas indica que em 2012 o Brasil ocupava o terceiro lugar nas Am&eacute;ricas, atr&aacute;s da Col&ocirc;mbia e do M&eacute;xico, e o 11&ordm; no mundo, no <em>ranking </em>de impunidade de crimes praticados contra jornalistas, motivados diretamente por suas reportagens.</p> <p> A publica&ccedil;&atilde;o <em>Ataques &agrave; Imprensa &ndash; Jornalismo na Linha de Frente</em>, sobre a situa&ccedil;&atilde;o dos pa&iacute;ses americanos no que diz respeito &agrave;s amea&ccedil;as &agrave; liberdade de imprensa, foi entregue por Laur&iacute;a a autoridades brasileiras h&aacute; cerca de um m&ecirc;s.</p> <p> Para criar o <em>ranking</em>, a institui&ccedil;&atilde;o analisou o per&iacute;odo de 2002 a 2011 e adotou a propor&ccedil;&atilde;o de casos n&atilde;o solucionados de jornalistas assassinados por um milh&atilde;o de habitantes. No Brasil, o &iacute;ndice ficou em 0,026. De acordo com a pesquisa, cinco assassinatos ficaram sem solu&ccedil;&atilde;o no pa&iacute;s na &uacute;ltima d&eacute;cada.</p> <p> O l&iacute;der do <em>ranking</em> foi o Iraque, onde n&atilde;o houve nenhuma condena&ccedil;&atilde;o em 93 casos de assassinato de jornalistas ocorridos na &uacute;ltima d&eacute;cada. A maior parte desses crimes foi cometida quando o pa&iacute;s estava em guerra. Segundo o relat&oacute;rio, n&atilde;o tiveram solu&ccedil;&atilde;o no pa&iacute;s 2.906 casos de jornalistas assassinados, por 1 milh&atilde;o de habitantes no mesmo per&iacute;odo.</p> <p> O fracasso em condenar os respons&aacute;veis por esses crimes &eacute; um problema global porque os profissionais ficam sem a prote&ccedil;&atilde;o do Estado e os agressores t&ecirc;m a tranquilidade que n&atilde;o sofrer&atilde;o consequ&ecirc;ncias pelos atos que cometeram&rdquo;, disse.</p> <p> No caso brasileiro, Carlos Laur&iacute;a enfatizou a preocupa&ccedil;&atilde;o em rela&ccedil;&atilde;o aos casos de viol&ecirc;ncia contra blogueiros, lembrando que em 2012 foram mortos M&aacute;rio Randolfo Marques Lopes, editor de um <em>site</em> de not&iacute;cias em Barra do Pira&iacute; (RJ), e o jornalista e blogueiro D&eacute;cio S&aacute;, no Maranh&atilde;o.</p> <p> &ldquo;A maior utiliza&ccedil;&atilde;o das ferramentas digitais para divulga&ccedil;&atilde;o de informa&ccedil;&otilde;es e de opini&otilde;es por comunicadores que trabalham, muitas vezes de forma independente, &eacute; motivo de preocupa&ccedil;&atilde;o, porque, pelo que temos visto, os torna muito vulner&aacute;veis. Quando se trata de profissionais que atuam no interior do pa&iacute;s, em locais com acesso mais dif&iacute;cil &agrave; Justi&ccedil;a, as amea&ccedil;as s&atilde;o ainda maiores&rdquo;, destacou.</p> <p> O coordenador do CPJ tamb&eacute;m chamou a aten&ccedil;&atilde;o para as a&ccedil;&otilde;es movidas por empres&aacute;rios, pol&iacute;ticos, funcion&aacute;rios p&uacute;blicos, entre outros, que, alegando ofensas &agrave; honra ou invas&atilde;o de privacidade, tentam impedir a publica&ccedil;&atilde;o de not&iacute;cias de interesse p&uacute;blico ou retirar de sites mat&eacute;rias j&aacute; publicadas.</p> <p> Em 2010, o CPJ registrou um assassinato de profissional da imprensa em raz&atilde;o de sua atividade no Brasil. Em 2011 foram tr&ecirc;s e no ano passado, quatro. A Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas para a Educa&ccedil;&atilde;o, a Ci&ecirc;ncia e a Cultura (Unesco) registrou 119 assassinatos de jornalistas em 2012, o maior n&uacute;mero desde que o organismo come&ccedil;ou a contabilizar esses epis&oacute;dios, em 1997.</p> <p> O CPJ foi criado em 1981 por um grupo de correspondentes norte-americanos com o objetivo de defender os direitos de colegas que atuavam em ambientes repressivos e perigosos. A primeira campanha resultou na liberta&ccedil;&atilde;o de tr&ecirc;s jornalistas brit&acirc;nicos presos na Argentina em 1982 durante a cobertura da Guerra das Malvinas.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Tereza Barbosa</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> Dia do Jornalista impunidade de crimes contra jornalistas Nacional ranking Sun, 07 Apr 2013 19:14:52 +0000 deniseg 717787 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/