Centro Nacional de Educação Sexual de Cuba https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/158620/all pt-br Desafio dos países em desenvolvimento é vencer a exploração sexual, diz Mariela Castro https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-04-06/desafio-dos-paises-em-desenvolvimento-e-vencer-exploracao-sexual-diz-mariela-castro <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/24/gallery_assist717746/prev/ABr030413PZB_5672.jpg" style="width: 300px; height: 225px; float: right; margin: 7px;" />Renata Giraldi<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; Em 24 anos de atua&ccedil;&atilde;o do Centro Nacional de Educa&ccedil;&atilde;o Sexual de Cuba, a diretora Mariela Castro Esp&iacute;n, disse &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> que uma das principais conquistas foi garantir mais espa&ccedil;o para as mulheres em todas as esferas da sociedade cubana. Para ela, &eacute; uma conquista pol&iacute;tica assegurar &agrave;s mulheres os mesmos direitos dos homens. Segundo Mariela, o desafio agora &eacute; vencer a explora&ccedil;&atilde;o sexual, um problema que atinge, principalmente os pa&iacute;ses em desenvolvimento.</p> <p> &ldquo;&Eacute; um problema comum a todos os pa&iacute;ses do terceiro mundo. S&atilde;o muitas as v&iacute;timas da explora&ccedil;&atilde;o sexual. Em Cuba, temos uma pol&iacute;tica de prote&ccedil;&atilde;o social ampla. Mas n&atilde;o &eacute; suficiente, por isso queremos conhecer tamb&eacute;m o que se faz em outros pa&iacute;ses&rdquo;.</p> <p> Mariela Castro, que passou apenas um dia em Bras&iacute;lia para reuni&otilde;es na Secretaria de Direitos Humanos na Presid&ecirc;ncia, disse que os n&uacute;meros mostram os avan&ccedil;os das conquistas das mulheres na sociedade cubana. S&oacute; no Parlamento cubano, 43% das cadeiras s&atilde;o ocupadas por mulheres. Na &aacute;rea social, mais de 75% das atividades s&atilde;o desempenhadas por mulheres. Nos centros de investiga&ccedil;&atilde;o cient&iacute;fica, 48 dos 199 institutos s&atilde;o comandados por mulheres.</p> <p> Segundo a diretora do Centro Nacional de Educa&ccedil;&atilde;o Sexual de Cuba, um dos pilares da Revolu&ccedil;&atilde;o Cubana de 1959, baseou-se na elimina&ccedil;&atilde;o de toda forma de discrimina&ccedil;&atilde;o sexual: garantindo condi&ccedil;&otilde;es e tratamento iguais para homens e mulheres. Mariela contou que sua m&atilde;e Vilma Esp&iacute;n liderou o movimento comunista em Cuba.</p> <p> Os dados oficiais do pa&iacute;s indicam que a maior parte dos estudantes que conclui o ensino superior &eacute; formado por mulheres: 65%. A popula&ccedil;&atilde;o cubana, de cerca de 12 milh&otilde;es de habitantes, conta com elevado desenvolvimento humano.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Tereza Barbosa<br /> </em><br /> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> Centro Nacional de Educação Sexual de Cuba cuba Direito das mulheres exploração sexual Internacional Mariela Castro países em desenvolvimento violência Sat, 06 Apr 2013 16:24:56 +0000 aquintiere 717743 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Mariela Castro faz revolução silenciosa mudando o comportamento sexual em Cuba https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-04-06/mariela-castro-faz-revolucao-silenciosa-mudando-comportamento-sexual-em-cuba <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/24/gallery_assist717746/prev/ABr030413PZB_5662.jpg" style="width: 300px; height: 225px; float: right;" />Renata Giraldi<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil<br /> </em><br /> Bras&iacute;lia &ndash; Filha do presidente de Cuba, Ra&uacute;l Castro, e sobrinha de Fidel, Mariela Castro Esp&iacute;n, de 50 anos, diretora do Centro Nacional de Educa&ccedil;&atilde;o Sexual do pa&iacute;s, faz uma revolu&ccedil;&atilde;o silenciosa na sociedade cubana combatendo a homofobia e os preconceitos em geral. Na semana passada, ela esteve no Brasil, onde participou de dois semin&aacute;rios sobre o tema em Bras&iacute;lia e Porto Alegre. Em entrevista &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> Mariela disse que sua estrat&eacute;gia de a&ccedil;&atilde;o &eacute; simples: educa&ccedil;&atilde;o aliada &agrave; sensibilidade.</p> <p> &ldquo;A nossa principal &ecirc;nfase &eacute; na estrat&eacute;gia educativa. Trabalhamos com tudo o que toca o cora&ccedil;&atilde;o e a sensibilidade&rdquo;, disse. Depois de lembrar que Brasil e M&eacute;xico apresentam &iacute;ndices elevados de viol&ecirc;ncia contra homossexuais e transg&ecirc;neros, ela destacou que os n&uacute;meros brasileiros s&atilde;o &ldquo;ainda mais&ldquo; preocupantes. &ldquo;Isso chama a aten&ccedil;&atilde;o. Essa n&atilde;o &eacute; uma realidade em Cuba&rdquo;.</p> <p> Mariela n&atilde;o comentou a pol&ecirc;mica envolvendo a Comiss&atilde;o de Direitos Humanos da C&acirc;mara devido &agrave; a&ccedil;&atilde;o do seu presidente, deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), que defende medidas conservadoras quando o tema &eacute; orienta&ccedil;&atilde;o sexual. Ela mostrou que a campanha pelo fim do preconceito em Cuba envolve cartazes e <em>spots</em> com os lemas: &ldquo;Dois iguais tamb&eacute;m t&ecirc;m direito a ser casal&rdquo; e &ldquo;Reconhecimento dos direitos sexuais como direitos humanos&rdquo;. A seguir, os principais trechos da entrevista de Mariela Castro &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>.</p> <p> <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> &ndash; Como &eacute; o trabalho no Centro Nacional de Educa&ccedil;&atilde;o Sexual de Cuba?<br /> <strong>Mariela Castro Esp&iacute;n</strong> &ndash; A nossa principal &ecirc;nfase &eacute; na estrat&eacute;gia educativa. Trabalhamos com mensagens informativas e que consideramos fundamentais. Promovemos cursos de forma&ccedil;&atilde;o, na &aacute;rea jur&iacute;dica, de educa&ccedil;&atilde;o e de sa&uacute;de, incentivamos debates e muitas conversas. Minha m&atilde;e [Vilma &nbsp;Esp&iacute;n, que casou com Ra&uacute;l Castro, atual presidente cubano] era uma feminista e sempre teve ideias de liberdade e de direitos igualit&aacute;rios. Ela lutou por isso desde os anos de 1970.</p> <p> <strong><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/24/gallery_assist717746/prev/ABr030413PZB_5614.jpg" style="width: 300px; height: 225px; float: left; margin: 7px;" />ABr</strong> &ndash; A senhora fala muito em educa&ccedil;&atilde;o, ent&atilde;o esse &eacute; o caminho quando se refere a informar sobre quest&otilde;es sexuais?<br /> <strong>Mariela</strong> &ndash; Sim, sem d&uacute;vida. O come&ccedil;o de tudo &eacute; a estrat&eacute;gia da educa&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o vamos impor a hegemonia, por exemplo, n&atilde;o gosto da ideia do macho-<em>gay </em>ou do macho-heterossexual. Isso &eacute; preconceituoso tamb&eacute;m. &Eacute; preciso trabalhar a sociedade para compreender e conviver bem com as diferentes orienta&ccedil;&otilde;es sexuais que existem. S&oacute; as leis n&atilde;o bastam: a lei sozinha n&atilde;o muda a sociedade. &Eacute; sob re isso que trabalhamos, o que inclui tamb&eacute;m a&ccedil;&otilde;es de combate &agrave; viol&ecirc;ncia contra mulheres e meninas. A educa&ccedil;&atilde;o &eacute; tudo. A m&iacute;dia tamb&eacute;m &eacute; muito importante.</p> <p> <strong>ABr</strong> &ndash; Como lidar com as resist&ecirc;ncias quando se fala de temas t&atilde;o delicados e at&eacute; mesmo pol&ecirc;micos?<br /> <strong>Mariela</strong> - A discrimina&ccedil;&atilde;o de qualquer ordem n&atilde;o &eacute; coerente com os princ&iacute;pios da revolu&ccedil;&atilde;o [Revolu&ccedil;&atilde;o Cubana, quando os irm&atilde;os Castro e guerrilheiros, em 1959, assumiram o poder em Cuba instaurando um governo socialista]. &Eacute; preciso superar preconceitos. Trabalhamos com o apoio das igrejas e da sociedade civil, assim como com v&aacute;rias organiza&ccedil;&otilde;es. A diversidade &eacute; uma caracter&iacute;stica humana.</p> <p> <strong>ABr</strong> &ndash; Nos &uacute;ltimos anos, o centro que a senhora dirige se preocupa bastante com a quest&atilde;o da homofobia. Por qu&ecirc;?<br /> <strong>Mariela</strong> &ndash; Na universidade, trabalhei inicialmente com educa&ccedil;&atilde;o sexual para crian&ccedil;as e adolescentes. Mas com o passar do tempo, fui procurada por homossexuais e transg&ecirc;neros que pediam ajuda. O tema me interessou. Mas tudo come&ccedil;ou l&aacute; atr&aacute;s quando acompanhava minha m&atilde;e que era uma defensora dos direitos humanos. A preocupa&ccedil;&atilde;o est&aacute; em trabalhar pela preserva&ccedil;&atilde;o dos direitos dos homossexuais, o que envolve principalmente o local de trabalho e a fam&iacute;lia.</p> <p> <strong>ABr</strong> &ndash; Parece que a senhora tem sido bem-sucedida nos seus esfor&ccedil;os...<br /> <strong>Mariela</strong> - Trabalhamos com tudo o que toca o cora&ccedil;&atilde;o e a sensibilidade, isso surte efeitos. As artes, em geral, est&atilde;o presentes nas nossas atividades.</p> <p> <strong><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/24/gallery_assist717746/prev/ABr030413PZB_5674.jpg" style="width: 300px; height: 225px; float: right; margin: 7px;" />ABr</strong> &ndash; O que a senhora observa de mudan&ccedil;as na sociedade cubana depois do trabalho de educa&ccedil;&atilde;o sexual?<br /> <strong>Mariela</strong> - Percebo muitas mudan&ccedil;as, n&atilde;o apenas nos &uacute;ltimos anos, mas de 50 anos para c&aacute;. As mudan&ccedil;as de comportamento podem ser observadas desde a inf&acirc;ncia, passando juventude e at&eacute; a vida adulta. Os casos de discrimina&ccedil;&atilde;o s&atilde;o tratados basicamente por meio de medidas administrativas e n&atilde;o na esfera judici&aacute;ria. Promovemos a primeira Jornada contra a Homofobia, em 2008, j&aacute; fizemos 20 cirurgias para revers&atilde;o de sexo [masculino e feminino], h&aacute; orienta&ccedil;&otilde;es sobre o combate de aids e cuidados com a sa&uacute;de masculina, inclusive sobre pot&ecirc;ncia sexual.</p> <p> <strong>ABr</strong> &ndash; Nos &uacute;ltimos anos, a senhora tem dado &ecirc;nfase aos transg&ecirc;neros. H&aacute; uma raz&atilde;o especial?<br /> <strong>Mariela</strong> &ndash; Sim, n&atilde;o tratamos o transg&ecirc;nero como um doente. &Eacute; uma pessoa que sofre e que merece ter aten&ccedil;&atilde;o e receber o tratamento adequado. No caso dos que querem ser submetidos &agrave; cirurgia para a revers&atilde;o de sexo, h&aacute; uma fila de espera. Mas o processo &eacute; todo gratuito. O tratamento envolve o uso de horm&ocirc;nios para a cirurgia, o acompanhamento da fam&iacute;lia e a inser&ccedil;&atilde;o social e laboral.</p> <p> <strong>ABr</strong> &ndash; No Brasil, o que a senhora observa quanto aos temas de homossexuais e transg&ecirc;neros?<br /> <strong>Mariela</strong> &ndash; [Infelizmente] o Brasil e o M&eacute;xico apresentam &iacute;ndices elevados de viol&ecirc;ncia contra homossexuais e transg&ecirc;neros. No Brasil os n&uacute;meros s&atilde;o ainda mais preocupantes. Isso chama a aten&ccedil;&atilde;o. Essa n&atilde;o &eacute; uma realidade em Cuba. Em Cuba, n&atilde;o identificamos a viol&ecirc;ncia contra homossexuais e transg&ecirc;neros. O que percebemos &eacute; que as viola&ccedil;&otilde;es est&atilde;o relacionadas com quest&otilde;es [de preconceito no] trabalho e [na] fam&iacute;lia.</p> <p> <strong>ABr </strong>&ndash; Observando o futuro, a sensa&ccedil;&atilde;o que a senhora tem &eacute; que h&aacute; ainda muito a fazer?<br /> <strong>Mariela</strong> &ndash; Ah...[Olha para cima como quem para para pensar] h&aacute; muito o que fazer ainda. &Eacute; uma estrat&eacute;gia permanente, temos de continuar a luta para superar toda forma de discrimina&ccedil;&atilde;o, incluindo a identidade de g&ecirc;nero. O esfor&ccedil;o agora &eacute; para aprovar mudan&ccedil;as no C&oacute;digo de Fam&iacute;lia tornando legal a uni&atilde;o entre pessoas do mesmo sexo. Em Cuba, n&atilde;o falamos em casamento porque no pa&iacute;s o casamento formal e o informal s&atilde;o tratados da mesma forma. Se heterossexuais podem se unir como um casal, por que os homossexuais n&atilde;o t&ecirc;m o mesmo direito? Estamos em um bom caminho, pois estamos avan&ccedil;ando.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Tereza Barbosa</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> <p> &nbsp;</p> Centro Nacional de Educação Sexual de Cuba cuba homofobia homossexuais Internacional Mariela Castro preconceito Raúl Castro violência Sat, 06 Apr 2013 16:01:54 +0000 aquintiere 717742 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/