Renata Ramos https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/156592/all pt-br Mercado de animais domésticos cresce; segmento pede estatuto federal e incentivos fiscais https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-03-16/mercado-de-animais-domesticos-cresce-segmento-pede-estatuto-federal-e-incentivos-fiscais <p> Mariana Branco<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil<br /> </em></p> <p> <br /> Bras&iacute;lia &ndash; O mercado de animais dom&eacute;sticos e de produtos e servi&ccedil;os destinados aos bichos de estima&ccedil;&atilde;o tem crescido de forma significativa no Brasil. Segundo os dados mais recentes divulgados pela Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira da Ind&uacute;stria de Produtos para Animais de Estima&ccedil;&atilde;o (Abinpet), no ano passado, o segmento faturou R$ 14,2 bilh&otilde;es e respondeu por 0,32% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas de um pa&iacute;s).</p> <p> Apesar da representatividade, integrantes desse mercado afirmam que falta regulamenta&ccedil;&atilde;o e pedem um estatuto pet em &acirc;mbito federal, a fim de unificar as legisla&ccedil;&otilde;es de estados e munic&iacute;pios e garantir profissionaliza&ccedil;&atilde;o ao setor. Os empres&aacute;rios querem ainda incentivos, como redu&ccedil;&atilde;o tribut&aacute;ria. O assunto &eacute; discutido na C&acirc;mara Setorial da Cadeia Produtiva de Animais de Estima&ccedil;&atilde;o, vinculada ao Minist&eacute;rio da Agricultura, Pecu&aacute;ria e Abastecimento.</p> <p> Uma dificuldade para a constru&ccedil;&atilde;o do estatuto &eacute; conciliar os interesses do setor privado com os de entidades protetoras dos direitos dos animais e com as atribui&ccedil;&otilde;es de &oacute;rg&atilde;os ambientais como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov&aacute;veis (Ibama).</p> <p> O maior conflito diz respeito &agrave; quest&atilde;o dos criadouros. Segundo Jos&eacute; Edson Galv&atilde;o de Fran&ccedil;a, presidente da Abinpet e da C&acirc;mara Setorial de Animais de Estima&ccedil;&atilde;o, a libera&ccedil;&atilde;o de criadouros profissionais de aves ornamentais est&aacute; interrompida h&aacute; cinco anos em fun&ccedil;&atilde;o das discuss&otilde;es para cria&ccedil;&atilde;o da lista pet, documento previsto na Resolu&ccedil;&atilde;o n&deg; 394 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) que enumerar&aacute; as esp&eacute;cies que podem ser criadas para comercializa&ccedil;&atilde;o. H&aacute; controv&eacute;rsia com rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s esp&eacute;cies de aves que, na avalia&ccedil;&atilde;o de entidades protetoras, s&atilde;o silvestres e n&atilde;o deveriam integrar a lista. Para Fran&ccedil;a, no entanto, o governo deveria incentivar a cria&ccedil;&atilde;o de p&aacute;ssaros ornamentais.</p> <p class="rtecenter"> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//ckfinder/userfiles/images/Infograficos/info_pets.png" style="width: 728px; height: 500px;" /></p> <p> <br /> &ldquo;Confunde-se o criador amador com o profissional. Quem cria, gosta e quer conservar, n&atilde;o &eacute; contrabandista. Defendemos uma pol&iacute;tica de fomento para o profissional com a devolu&ccedil;&atilde;o de um percentual &agrave; natureza. Como o Ibama &eacute; &oacute;rg&atilde;o de fiscaliza&ccedil;&atilde;o e n&atilde;o de fomento, essa parte poderia passar para o Minist&eacute;rio da Agricultura&rdquo;, afirmou, ressaltando que um grupo de trabalho foi criado na C&acirc;mara Setorial de Animais de Estima&ccedil;&atilde;o para tratar do assunto. Procurado, o Ibama confirmou por meio da assessoria de imprensa que est&aacute; dialogando com os criadores e informou que nenhum representante do &oacute;rg&atilde;o dar&aacute; entrevista antes de que haja uma decis&atilde;o. O &oacute;rg&atilde;o destacou que foram realizadas consultas p&uacute;blicas&nbsp; para definir quais esp&eacute;cies devem fazer parte da lista pet.</p> <p> Outro impasse enfrentado pelo setor privado diz respeito &agrave;s legisla&ccedil;&otilde;es de alguns estados e munic&iacute;pios que restringem ou pro&iacute;bem a presen&ccedil;a de criadouros e incentivam a castra&ccedil;&atilde;o. Medidas do tipo visam evitar o aumento da popula&ccedil;&atilde;o de animais abandonados e t&ecirc;m o apoio de entidades de defesa dos animais. Para Vanusa Rocha Monteiro Lopes, presidente da Sociedade Humanit&aacute;ria Brasileira (SHB), organiza&ccedil;&atilde;o n&atilde;o governamental (ONG) pr&oacute;-animais sediada em Bras&iacute;lia, a pol&iacute;tica de coibir a prolifera&ccedil;&atilde;o de criadouros e promover a esteriliza&ccedil;&atilde;o &eacute; acertada. &ldquo;Nem sempre os animais t&ecirc;m o trato e a assist&ecirc;ncia necess&aacute;ria nesses lugares. Os protetores n&atilde;o concordam muito com a comercializa&ccedil;&atilde;o. A n&atilde;o ser que exista uma fiscaliza&ccedil;&atilde;o muito rigorosa&rdquo;, opina. Jos&eacute; Edson de Fran&ccedil;a, no entanto, afirma que o problema &eacute; atacado de forma errada. &ldquo;Curitiba simplesmente proibiu canis e gatis. A pol&iacute;tica tem de eliminar os maus-tratos, n&atilde;o matar o neg&oacute;cio&rdquo;, defende.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist715269/prev/ABr130313DSC_5476.jpg" style="width: 300px; height: 225px; float: right;" />Se os criadouros despertam pol&ecirc;mica, h&aacute; pontos mais pac&iacute;ficos que fazem parte das reivindica&ccedil;&otilde;es do setor de animais dom&eacute;sticos. Entre eles, a regulamenta&ccedil;&atilde;o de algumas profiss&otilde;es e a cria&ccedil;&atilde;o de mais cursos de qualifica&ccedil;&atilde;o.</p> <p> A veterin&aacute;ria Renata Ramos, propriet&aacute;ria de uma <em>pet shop</em>, diz que encontra dificuldades para contratar funcion&aacute;rios preparados. &ldquo;Em Bras&iacute;lia n&atilde;o h&aacute; boas escolas para banho e tosa. Para t&eacute;cnico em veterin&aacute;ria, n&atilde;o existe nenhum curso. A gente tem que fazer o treinamento do funcion&aacute;rio. Leva uns 30 dias para deix&aacute;-lo mais ou menos treinado e a rotatividade &eacute; muito grande&rdquo;, explica. Para ela, a qualifica&ccedil;&atilde;o &eacute; importante mesmo que o trabalho pare&ccedil;a simples. &ldquo;Muitos casos em que o animal sai machucado &eacute; por falta de experi&ecirc;ncia do profissional&rdquo;, destaca.</p> <p> Os empres&aacute;rios pedem ainda desonera&ccedil;&atilde;o tribut&aacute;ria para a ind&uacute;stria pet, a exemplo da que o governo j&aacute; concedeu a outros setores da economia. &ldquo;Somos um setor grande, representativo. Os alimentos puxam a fila da ind&uacute;stria. A cada R$ 2 gastos com ra&ccedil;&atilde;o, R$ 1 &eacute; imposto. A carga tribut&aacute;ria chega a 49,9%, incluindo PIS, Cofins [Contribui&ccedil;&atilde;o para o Financiamento da Seguridade Social], ICMS [Imposto sobre Circula&ccedil;&atilde;o de Mercadorias e Servi&ccedil;os] e IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados]&rdquo;, afirma o presidente da Abinpet e da C&acirc;mara Setorial, Jos&eacute; Edson Galv&atilde;o de Fran&ccedil;a.</p> <p> &nbsp;</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: L&iacute;lian Beraldo</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. &Eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; </em><strong><em>Ag&ecirc;ncia Brasil</em></strong></p> Abinpet animais domésticos bichos de estimação Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Animais de Estimação Economia estatuto José Edson Galvão de França PET Renata Ramos Vanusa Rocha Monteiro Lopes veterinária Sat, 16 Mar 2013 14:55:40 +0000 lilian.beraldo 716156 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/