alfabetização em mídia https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/155937/all pt-br Especialistas defendem regulação da publicidade infantojuvenil para garantir desenvolvimento saudável https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-03-09/especialistas-defendem-regulacao-da-publicidade-infantojuvenil-para-garantir-desenvolvimento-saudavel <p> <span style="line-height: 1.5em;">Thais Leit&atilde;o</span><br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia - A publicidade dirigida ao p&uacute;blico infantojuvenil contribui para o consumo de alimentos com baixo teor nutritivo e o surgimento de altera&ccedil;&otilde;es emocionais em crian&ccedil;as e adolescentes. &Eacute; o que diz a psic&oacute;loga norte-americana Susan Linn, diretora associada do Centro de M&iacute;dia Infantil Judge Baker, nos Estados Unidos. Ela participou, em Bras&iacute;lia, do Semin&aacute;rio Internacional Inf&acirc;ncia e Comunica&ccedil;&atilde;o - Direitos, Democracia e Desenvolvimento.&nbsp;O debate reuniu por tr&ecirc;s dias pesquisadores e representantes de organiza&ccedil;&otilde;es ligadas ao tema de v&aacute;rios pa&iacute;ses e terminou ontem (8).</p> <p> Susan &eacute; autora do livro <em>Crian&ccedil;as do Consumo: a Inf&acirc;ncia Roubada</em> e defende o fortalecimento dos mecanismos de regula&ccedil;&atilde;o da publicidade infantojuvenil para garantir o desenvolvimento saud&aacute;vel de crian&ccedil;as e adolescentes e evitar o agravamento de conflitos familiares.&nbsp;&quot;Pesquisas indicam que as crian&ccedil;as precisam de alimenta&ccedil;&atilde;o saud&aacute;vel, brincadeiras ativas e de passar um tempo com os adultos que cuidam delas para crescer e se desenvolver [adequadamente] e a publicidade e o<em> marketing</em> minam essas condi&ccedil;&otilde;es&quot;, disse, ao acrescentar que, com a converg&ecirc;ncia das m&iacute;dias digitais, crian&ccedil;as s&atilde;o expostas cada vez mais precocemente &agrave;s telas por meio de<em> tablets</em>, <em>smartphones</em>, entre outros.</p> <p> Na avalia&ccedil;&atilde;o da especialista, a publicidade de produtos infantis deve ser direcionada aos pais, que n&atilde;o s&atilde;o t&atilde;o vulner&aacute;veis quanto &agrave;s crian&ccedil;as e t&ecirc;m mais capacidade para identificar as estrat&eacute;gias persuasivas. Ela ressaltou, no entanto, que o papel dos governos &eacute; fundamental para regular o setor, porque mesmo os adultos s&atilde;o levados a acreditar que &quot;seus filhos n&atilde;o ser&atilde;o felizes se n&atilde;o tiverem determinados produtos&quot;.</p> <p> Para o membro do Comit&ecirc; dos Direitos da Crian&ccedil;a das Na&ccedil;&otilde;es Unidas no Brasil Wanderlino Nogueira a experi&ecirc;ncia de outros pa&iacute;ses com s&oacute;lida base democr&aacute;tica, como Su&eacute;cia e Alemanha, provam que o caminho para combater esses problemas &eacute; a proibi&ccedil;&atilde;o da publicidade direcionada &agrave;s crian&ccedil;as. Ele nega que essa medida comprometa o direito de liberdade de express&atilde;o.</p> <p> &quot;N&atilde;o podemos confundir restri&ccedil;&otilde;es &agrave; publicidade com viola&ccedil;&atilde;o da liberdade de express&atilde;o e de informa&ccedil;&atilde;o ou censura. Esses direitos fundamentais n&atilde;o compreendem a publicidade, baseada essencialmente em uma l&oacute;gica mercadol&oacute;gica, que &eacute; a da venda de produtos e de servi&ccedil;os&quot;, disse. &ldquo;Precisamos pensar esse assunto dentro de um contexto maior de democracia e desenvolvimento humano sustent&aacute;vel&rdquo;, acrescentou.</p> <p> Para o professor do Instituto de Consumo da Universidade San Martin de Porres, no Peru, Jaime Delgado, uma das principais preocupa&ccedil;&otilde;es referentes &agrave; publicidade direcionada a crian&ccedil;as &eacute; o apelo feito para a venda de alimentos com elevados &iacute;ndices de a&ccedil;&uacute;car, s&oacute;dio e gorduras. Ele destacou que essa situa&ccedil;&atilde;o tem contribu&iacute;do para o aumento dos &iacute;ndices de sobrepeso, obesidade, diabetes e outras doen&ccedil;as n&atilde;o transmiss&iacute;veis entre crian&ccedil;as.</p> <p> &quot;No Peru, 25% das crian&ccedil;as com idade entre 5 e 9 anos est&atilde;o acima do peso. Temos uma enorme riqueza gastron&ocirc;mica na Am&eacute;rica Latina, n&atilde;o podemos desperdi&ccedil;ar isso preferindo a chamada comida lixo, incentivados por propagandas que nos convencem que elas s&atilde;o boas e saud&aacute;veis&quot;, alertou.&nbsp;Para refor&ccedil;ar seu argumento, Delgado exibiu a imagem de uma propaganda veiculada na televis&atilde;o peruana e retirada do ar, em que aparece um beb&ecirc; fazendo careta para o seio da m&atilde;e. &ldquo;Essa cena absurda era para vender pizza&rdquo;, completou.</p> <p> No Brasil, o setor de publicidade &eacute; autorregulamentado. Desde o dia 1&ordm; de mar&ccedil;o, est&atilde;o proibidas a&ccedil;&otilde;es de<em>&nbsp;merchandisin</em>g (publicidade indireta colocada em programas, com a exposi&ccedil;&atilde;o de produtos) <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-03-01/novas-recomendacoes-para-publicidade-em-programas-infantis-comecam-valer-hoje" target="_blank">dirigidas ao p&uacute;blico infantil em programas</a> criados ou produzidos especificamente para crian&ccedil;as em qualquer ve&iacute;culo. A norma faz parte das novas recomenda&ccedil;&otilde;es para a publicidade que envolve crian&ccedil;as e adolescentes, definidas no C&oacute;digo Brasileiro de Autorregulamenta&ccedil;&atilde;o Publicit&aacute;ria.</p> <p> O Conselho Nacional de Autorregulamenta&ccedil;&atilde;o Publicit&aacute;ria (Conar) &eacute; contr&aacute;rio &agrave; proibi&ccedil;&atilde;o total da publicidade infantil, por entender que se trata de parte essencial da educa&ccedil;&atilde;o e da forma&ccedil;&atilde;o de cidad&atilde;os respons&aacute;veis e de consumidores conscientes.</p> <p> O Projeto de Lei 5.921/01, que pro&iacute;be a publicidade dirigida &agrave; crian&ccedil;a e regulamenta a publicidade dirigida a adolescentes, tramita h&aacute; doze anos no Congresso Nacional.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Talita Cavalcante</em></p> <p> <em style="font-family: Verdana, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19.5px; background-color: rgb(255, 255, 255);">Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. &Eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave;&nbsp;<strong>Ag&ecirc;ncia Brasil.</strong></em></p> Agência Brasil alfabetização em mídia criança e adolescente direitos EBC ferramentas digitais ler e escrever mídia Nacional segurança na internet Sat, 09 Mar 2013 18:52:22 +0000 talita.cavalcante 715598 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Alfabetização em mídia é tão importante como ler e escrever, defende especialista https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-03-09/alfabetizacao-em-midia-e-tao-importante-como-ler-e-escrever-defende-especialista <p> Thais Leit&atilde;o<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia - Capacitar crian&ccedil;as e adolescentes a lidar adequadamente com as ferramentas digitais e incentivar a reflex&atilde;o sobre as produ&ccedil;&otilde;es das m&iacute;dias &eacute; fundamental para a garantia dos direitos da inf&acirc;ncia e juventude na avalia&ccedil;&atilde;o de especialistas que participaram do Semin&aacute;rio Internacional Inf&acirc;ncia e Comunica&ccedil;&atilde;o - Direitos, Democracia e Desenvolvimento.</p> <p> O debate terminou ontem (8) e reuniu, por tr&ecirc;s dias em Bras&iacute;lia, pesquisadores e representantes de organiza&ccedil;&otilde;es ligadas ao tema. Ao participar de uma das mesas de discuss&atilde;o, o consultor independente de m&iacute;dia australiano Mike McCluskey, disse que a alfabetiza&ccedil;&atilde;o em m&iacute;dia &eacute; t&atilde;o &quot;importante como ler e escrever&quot;.</p> <p> &quot;&Eacute; entender como o mundo moderno interage e usar o que j&aacute; existe de maneira eficaz para consumir, publicar, participar de uma paisagem de m&iacute;dia digital&quot;, enfatizou. O especialista acrescentou, no entanto, que os pais devem ficar atentos aos riscos a que as crian&ccedil;as est&atilde;o expostas no ambiente cibern&eacute;tico.</p> <p> Segundo ele, o p&uacute;blico infantil precisar ser capacitado lidar com a falta de seguran&ccedil;a na internet. &quot;Na Austr&aacute;lia temos uma campanha que alerta as crian&ccedil;as do perigo de se meterem com estranhos. O mesmo se aplica ao mundo cibern&eacute;tico. Quantos pais deixariam seus filhos andando soltos, sozinhos em um shopping ou supermercado? Tamb&eacute;m n&atilde;o se pode deixar as crian&ccedil;as sozinhas na rede&quot;, argumentou.</p> <p> J&aacute; a presidenta do Conselho Consultivo de R&aacute;dio e Televis&atilde;o do Peru, Rosa Mar&iacute;a Alfaro, que tamb&eacute;m participou dos debates do semin&aacute;rio, ressaltou que uma pesquisa feita em seu pa&iacute;s revelou que apenas 1,8% da oferta de programas de TV &eacute; dedicada a essa parcela do p&uacute;blico. Mesmo assim, crian&ccedil;as e adolescentes assistem &agrave; TV, em m&eacute;dia, tr&ecirc;s horas e meia por dia e 83% deles reclamam da exibi&ccedil;&atilde;o de imagens violentas.</p> <p> &quot;Verificamos que eles est&atilde;o abandonados pelos meios e esse &eacute; um problema latino-americano. N&atilde;o h&aacute; programas de televis&atilde;o dedicados a eles, sendo que a maioria tem conte&uacute;do violento ou elementos sexuais. A sociedade est&aacute; deixando a inf&acirc;ncia marginalizada em assuntos midi&aacute;ticos&quot;, lamentou. &quot;Isso acontece porque os enxergamos somente como v&iacute;timas e n&atilde;o como protagonistas da mudan&ccedil;a&quot;, acrescentou.</p> <p> Durante o encontro, a diretora do Conselho Nacional de Televis&atilde;o do Chile, Mar&iacute;a Dolores Souza, cobrou maior pluralidade e diversidade nas produ&ccedil;&otilde;es midi&aacute;ticas. Segundo ela, levantamento feito em seu pa&iacute;s mostrou que 64% do p&uacute;blico infantil dizem que as crian&ccedil;as e os adolescentes retratados na TV t&ecirc;m uma vida diferente da deles.</p> <p> Mar&iacute;a Dolores tamb&eacute;m citou que h&aacute; muitas cr&iacute;ticas principalmente em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; imagem de mulheres, que s&atilde;o retratadas como se &quot;s&oacute; quisessem fama, divertir-se de maneira sexy e com uma preocupa&ccedil;&atilde;o excessiva com o aspecto f&iacute;sico&quot; e dos adolescentes, que costumam aparecer como &quot;narcisistas e rebeldes&quot;.</p> <p> &quot;Em geral, o tratamento dado a determinados grupos sociais &ndash; como mulheres, ind&iacute;genas e as pr&oacute;prias crian&ccedil;as &ndash; &eacute; cheio de estere&oacute;tipos, o que faz com que eles n&atilde;o se vejam representados na m&iacute;dia&quot;, ressaltou.</p> <p> <br /> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Talita Cavalcante</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. &Eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; Ag&ecirc;ncia Brasil</em>.<br /> <em>&nbsp;</em></p> Agência Brasil alfabetização em mídia criança e adolescente direitos EBC ferramentas digitais ler e escrever mídia Nacional segurança na internet Sat, 09 Mar 2013 18:27:17 +0000 talita.cavalcante 715597 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/