campanha educativa https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/154901/all pt-br Aumento de infecções por HIV no carnaval é mito, diz pesquisa da Universidade Federal Fluminense https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-02-26/aumento-de-infeccoes-por-hiv-no-carnaval-e-mito-diz-pesquisa-da-universidade-federal-fluminense <p> Fl&aacute;via Villela<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro &ndash; A cren&ccedil;a de que o n&uacute;mero de infec&ccedil;&otilde;es por aids aumenta no carnaval &eacute; mito - pelo menos em Niter&oacute;i e em outros seis munic&iacute;pios da regi&atilde;o metropolitana da capital fluminense. A constata&ccedil;&atilde;o faz parte de uma pesquisa desenvolvida por m&eacute;dicos da Universidade Federal Fluminense (UFF), lan&ccedil;ada hoje (26), que analisou durante seis anos a distribui&ccedil;&atilde;o temporal de demanda e positividade de testes sorol&oacute;gicos anti-HIV no Laborat&oacute;rio Central de Sa&uacute;de P&uacute;blica Miguelote Viana, de Niter&oacute;i.</p> <p> O laborat&oacute;rio faz cerca de 1.150 exames por m&ecirc;s e &eacute; refer&ecirc;ncia no diagn&oacute;stico sorol&oacute;gico para todas as unidades de sa&uacute;de da rede p&uacute;blica da cidade e dos munic&iacute;pios de S&atilde;o Gon&ccedil;alo, Itabora&iacute;, Maric&aacute;, Rio Bonito, Tangu&aacute; e Silva Jardim.</p> <p> O estudo avaliou a sazonalidade existente entre o n&uacute;mero de pedidos de exames e os resultados positivos encontrados em todos os meses do ano, de janeiro de 2005 a dezembro de 2010.</p> <p> &ldquo;O Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de tem basicamente duas campanhas anti-HIV, uma para o carnaval e outra para o fim de ano. E resolvemos investigar se esse comportamento nessas &eacute;pocas festivas realmente era de risco aqui em Niter&oacute;i&rdquo;, contou o m&eacute;dico Christ&oacute;v&atilde;o Dami&atilde;o J&uacute;nior, autor da pesquisa de mestrado. &ldquo;Verificamos que n&atilde;o h&aacute; rela&ccedil;&atilde;o entre as &eacute;pocas festivas nem com a demanda por testes nem com a positividade dos exames.&rdquo;</p> <p> O estudo tamb&eacute;m mostrou que, nos dois meses ap&oacute;s o carnaval, a incid&ecirc;ncia de abortos era uma das mais baixas do munic&iacute;pio. O n&uacute;mero de nascimentos, nove meses ap&oacute;s esse per&iacute;odo festivo, tamb&eacute;m era baixo. &ldquo;As pessoas abortam mais no fim do ano e os nascimentos ocorrem mais em maio, ou seja, engravidando mais em agosto e setembro&rdquo;, destacou.</p> <p> Para o m&eacute;dico Mauro Romero, orientador da pesquisa, embora a an&aacute;lise n&atilde;o possa ser transposta para n&iacute;vel nacional, o estudo &eacute; um incentivo para que pesquisas similares e de maior abrang&ecirc;ncia sejam feitas. Com isso, ser&aacute; poss&iacute;vel um retrato mais fiel da situa&ccedil;&atilde;o do HIV no pa&iacute;s e, consequentemente, a ado&ccedil;&atilde;o de pol&iacute;ticas p&uacute;blicas mais eficazes. &ldquo;Esse imagin&aacute;rio popular, e mesmo de alguns profissionais m&eacute;dicos, de que aumentam os casos de HIV no carnaval n&atilde;o &eacute; verdadeiro. O mundo n&atilde;o pode mais ficar no &lsquo;achismo&rsquo;. N&atilde;o h&aacute; n&uacute;meros que suportem essa hip&oacute;tese. Esse estudo deve ser ampliado para se criar uma estrat&eacute;gia de combate ainda mais eficiente&rdquo;, defendeu Romero.</p> <p> Dos 64,5 mil exames de aids registrados no per&iacute;odo estudado, cerca de 10 mil a 11 mil por ano, foi constatada uma aleatoriedade no n&uacute;mero de casos positivos e n&atilde;o uma taxa mais acentuada logo ap&oacute;s o carnaval, em fevereiro. Nos seis anos estudados, a m&eacute;dia mensal de testes HIV positivo em janeiro chegou a 39,3 casos; em fevereiro, 29,3; em mar&ccedil;o, 40,8; em abril, 31,8; em maio, 31,1; em junho, 34,6; em julho, 33,8; em agosto, 38,6; em setembro, 35; em outubro, 34,8; em novembro, 31,5 e em dezembro, 33,6 casos.</p> <p> Romero, que h&aacute; 30 anos estuda doen&ccedil;as sexualmente transmiss&iacute;veis e aids, acredita que o Brasil n&atilde;o tem o h&aacute;bito de fazer an&aacute;lises estat&iacute;sticas de forma sistem&aacute;tica. &ldquo;N&atilde;o vou me assustar se na Bahia esse quadro for diferente, mas tamb&eacute;m n&atilde;o vou me assustar se for igual. Os laborat&oacute;rios centrais precisam estudar os seus n&uacute;meros para saber qual &eacute; a realidade.&rdquo;</p> <p> Um dado positivo, segundo ele, &eacute; o que mostra queda significativa tanto na demanda quanto na positividade de exames anti-HIV no decorrer dos anos estudados.</p> <p> &ldquo;O sistema de sa&uacute;de est&aacute; fazendo um bom trabalho, mas pode fazer ainda mais&rdquo;, avaliou Romero. &ldquo;O ideal &eacute; que se mantenham trabalhos educativos robustos e cont&iacute;nuos envolvendo escolas, m&iacute;dia e toda a sociedade. Educa&ccedil;&atilde;o em sa&uacute;de n&atilde;o pode ser uma vez por ano&rdquo;, disse ele, defendendo que as campanhas de preven&ccedil;&atilde;o &agrave; aids sejam feitas n&atilde;o s&oacute; no carnaval, mas durante todo o ano.</p> <p> <br /> A <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> entrou em contato com o Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, mas at&eacute; o fechamento desta mat&eacute;ria n&atilde;o recebeu posicionamento do governo sobre a pesquisa ou sobre dados que fundamentem as campanhas de preven&ccedil;&atilde;o de aids feitas no pa&iacute;s.</p> <p> Desde 1980, ano da detec&ccedil;&atilde;o da doen&ccedil;a, at&eacute; junho de 2012, de acordo com o boletim epidemiol&oacute;gico do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, o Brasil registrou 656.701 casos de aids. Nesse per&iacute;odo, 253.706 pessoas morreram de aids no pa&iacute;s. O estado do Rio registrou 40.817 mortes, ficando em segundo lugar, atr&aacute;s de S&atilde;o Paulo. A taxa de incid&ecirc;ncia no Brasil &eacute; de 20,8 casos por 100 mil habitantes.</p> <p> &nbsp;</p> <p> &nbsp;</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: L&iacute;lian Beraldo</em></p> <p> &nbsp;</p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; </em><strong><em>Ag&ecirc;ncia Brasil</em></strong></p> aids campanha educativa carnaval Christóvão Damião Júnior DST HIV Laboratório Central de Saúde Pública Miguelote Viana Mauro Romero ministério da saúde Niterói Saúde UFF Universidade Federal Fluminense Tue, 26 Feb 2013 13:27:11 +0000 lilian.beraldo 714653 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/