potencial de consumo https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/154321/all pt-br Poder de consumo dos moradores de favela no paĆ­s chega a R$ 56 bi por ano https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-02-20/poder-de-consumo-dos-moradores-de-favela-no-pais-chega-r-56-bi-por-ano <p> Fl&aacute;via Villela<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro &ndash; Os moradores das favelas brasileiras consomem cerca de R$ 56 bilh&otilde;es por ano, o que equivale ao Produto Interno Bruto (PIB) da vizinha Bol&iacute;via. A constata&ccedil;&atilde;o &eacute; de pesquisa realizada pelo instituto Data Popular, em parceria com a Central &Uacute;nica de Favelas (Cufa) divulgada hoje (20).</p> <p> De acordo com o estudo, feito a partir de entrevistas e do cruzamento de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic&iacute;lios (Pnad) com os da Pesquisa de Or&ccedil;amentos Familiares (POF), o consumo popular triplicou nos &uacute;ltimos dez anos.</p> <p> No entanto, apesar do enorme potencial de consumo de uma popula&ccedil;&atilde;o de cerca de 12 milh&otilde;es de habitantes, esse nicho de mercado ainda &eacute; pouco explorado devido ao preconceito, segundo o diretor do Data Popular, Renato Meirelles.</p> <p> &ldquo;O morador de favela n&atilde;o quer sair da favela, ele quer capitalizar isso nas marcas que ele usa. Esse era um mercado invis&iacute;vel, pois estava debaixo dos nossos narizes, mas as pessoas s&oacute; enxergavam a favela pela &oacute;tica da viol&ecirc;ncia e do tr&aacute;fico&rdquo;, disse Meirelles. Segundo ele, dois ter&ccedil;os dos moradores de favelas do pa&iacute;s pertencem &agrave; metade mais rica do mundo.</p> <p> A pesquisa revela que a classe C cresceu muito mais nas comunidades das metr&oacute;poles do que no interior do pa&iacute;s, com alta de quase 50% na &uacute;ltima d&eacute;cada (de 45% para 66%), assim como a m&eacute;dia de escolaridade, que subiu de quatro para seis anos no mesmo per&iacute;odo.</p> <p> O dono da empresa Vai Voando, Tomas Rabe, &eacute; um dos empres&aacute;rios que apostaram no consumidor de baixa renda e hoje n&atilde;o se arrepende. Com cerca de 70 lojas de vendas de passagens &aacute;reas somente em favelas, sobretudo do Rio e S&atilde;o Paulo, a empresa, criada h&aacute; pouco mais de dois anos, tem planos de abrir mais 50 lojas este ano, apenas no Rio de Janeiro.</p> <p> &ldquo;Este mercado &eacute; invis&iacute;vel para quem n&atilde;o est&aacute; atento&rdquo;, disse o empres&aacute;rio. Segundo ele, menos de tr&ecirc;s anos depois, a empresa est&aacute; embarcando uma m&eacute;dia de 3 mil passageiros por m&ecirc;s, com 43 mil passageiros embarcados at&eacute; hoje.</p> <p> Rabe explicou que, uma vez rompido o preconceito, &eacute; importante entender esse p&uacute;blico e se adequar aos h&aacute;bitos de consumo e &agrave; realidade dessa popula&ccedil;&atilde;o. &ldquo;A maioria n&atilde;o usa cart&atilde;o de cr&eacute;dito e muitos n&atilde;o t&ecirc;m nem conta em banco. Ent&atilde;o, nossa forma de pagamento &eacute; por boleto pr&eacute;-pago&rdquo;, explicou ele.</p> <p> Segundo o estudo, 69% dessas popula&ccedil;&otilde;es utilizam dinheiro como forma de pagamento, 9% usam cart&atilde;o de cr&eacute;dito de terceiros e 10%, cart&atilde;o de cr&eacute;dito pr&oacute;prio. Al&eacute;m disso, cerca de 69% dos moradores de comunidades v&atilde;o ao <em>shopping</em> toda a semana e 50% comem fora semanalmente. Nos pr&oacute;ximos 12 meses, 49% pretendem comprar m&oacute;veis; 36%, querem um novo eletrodom&eacute;stico; e 24% pretendem contratar servi&ccedil;os de TV por assinatura.</p> <p> O empres&aacute;rio Elias Targilene &eacute; outro exemplo de sucesso entre os que investiram nas classes C, D e E. Com cinco <em>shoppings</em> populares constru&iacute;dos em um per&iacute;odo de tr&ecirc;s anos, ele pretende lan&ccedil;ar daqui a tr&ecirc;s meses o primeiro <em>shopping</em> do Brasil dentro de uma favela, no Complexo do Alem&atilde;o, zona norte do Rio.</p> <p> &ldquo;N&atilde;o podemos mais falar que ser popular &eacute; ser feio, sujo, fedido e desorganizado. Hoje, somos uma na&ccedil;&atilde;o rica e ser <em>pop</em> hoje significa ter servi&ccedil;o, ser bonito, atender bem&rdquo;, declarou o empres&aacute;rio.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> consumo da classe C consumo das favelas Economia pesquisa Cufa pesquisa Data Popular potencial de consumo Wed, 20 Feb 2013 17:22:58 +0000 davi.oliveira 714265 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/