tratamento de leucemia https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/151555/all pt-br Brasil reduziu pela metade índice de mortalidade precoce de leucemia LPA https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-01-20/brasil-reduziu-pela-metade-indice-de-mortalidade-precoce-de-leucemia-lpa <p> Fl&aacute;via Villela<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro &ndash; Um estudo elaborado em rede por pa&iacute;ses em desenvolvimento e desenvolvidos&nbsp;mostra que, nos &uacute;ltimos seis anos, o Brasil, M&eacute;xico, Chile e Uruguai conseguiram reduzir pela metade o &iacute;ndice de mortalidade precoce da leucemia promieloc&iacute;tica aguda (LPA), um tipo mais agressivo de c&acirc;ncer do sangue e da medula &oacute;ssea. &nbsp;</p> <p> Para o coordenador do grupo no Brasil, Eduardo Rego, do Centro de Terapia Celular do Hemocentro de Ribeir&atilde;o Preto (CTC-HRP), a coopera&ccedil;&atilde;o em rede foi fundamental para o bom resultado e para a melhoria operacional nos controles de casos.</p> <p> &ldquo;Esse tipo de c&acirc;ncer &eacute; um dos mais agressivos, h&aacute; elevada mortalidade nos primeiros dias ap&oacute;s o diagn&oacute;stico, devido a manifesta&ccedil;&otilde;es hemorr&aacute;gicas muito graves. Por isso, o diagn&oacute;stico mais precoce &eacute; muito importante, e o fato de conseguirmos trabalhar em cons&oacute;rcio permitiu que a gente fizesse o reconhecimento dessa forma de leucemia em poucas horas, o que &eacute; crucial&rdquo;.</p> <p> Antes da cria&ccedil;&atilde;o do cons&oacute;rcio, em 2006, a mortalidade no primeiro m&ecirc;s ap&oacute;s o diagn&oacute;stico era acima de 30% e a sobrevida global ap&oacute;s tr&ecirc;s anos era cerca de 50%. Em 2011, a pesquisa mostrou que a taxa de mortalidade caiu para 15% e a de sobrevida aumentou para 80%. Rego explicou que, em pa&iacute;ses da Europa como a Espanha, a mortalidade precoce fica entre 5% a 7% e a taxa de sobrevida de 90%, onde o modelo de cons&oacute;rcio &eacute; antigo. &ldquo;Esperamos alcan&ccedil;&aacute;-los em breve&rdquo;.</p> <p> O hematologista explicou que o grupo foi criado em 2006 para que pa&iacute;ses em desenvolvimento pudessem trocar experi&ecirc;ncias e dados de seus pacientes e receber apoio de grupos de refer&ecirc;ncia da Europa e dos Estados Unidos. Estudos cl&iacute;nicos de sucesso nos pa&iacute;ses desenvolvidos foram adaptados &agrave;s peculiaridades de cada pa&iacute;s. &nbsp;</p> <p> Uma das adapta&ccedil;&otilde;es de maior &ecirc;xito, segundo o estudo foi a substitui&ccedil;&atilde;o da idarrubicina, subst&acirc;ncia mais utilizada no combate &agrave; doen&ccedil;a na Europa e de elevado custo, pela daunorrubicina, que &eacute; uma subst&acirc;ncia de menor custo e mais facilmente encontrada no mercado brasileiro. &ldquo;Ela alcan&ccedil;a os mesmo resultados. A taxa de remiss&atilde;o, ou seja, de cura, foi semelhante a da &nbsp;idarrubicina&rdquo;, garantiu o m&eacute;dico.</p> <p> Outras sete institui&ccedil;&otilde;es brasileiras participam do cons&oacute;rcio: Universidade de Campinas (Unicamp); Faculdade de Medicina da Santa Casa de S&atilde;o Paulo; Funda&ccedil;&atilde;o Hemope, de Pernambuco; e as universidades federais de S&atilde;o Paulo, do Paran&aacute;, Rio Grande do Sul e de Minas Gerais. Al&eacute;m do Brasil, participam do cons&oacute;rcio internacional M&eacute;xico, Chile, Uruguai, pa&iacute;ses da Europa e Estados Unidos.</p> <p> O estudo foi patrocinado exclusivamente com dinheiro p&uacute;blico e, no Brasil, o financiamento foi provido pela Funda&ccedil;&atilde;o de Amparo &agrave; Pesquisa do Estado de S&atilde;o Paulo &nbsp;(Fapesp) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient&iacute;fico e Tecnol&oacute;gico (CNPq).</p> <p> Na &uacute;ltima segunda-feira (14), a pesquisa foi publicada no peri&oacute;dico cient&iacute;fico <em>Blood</em>, da Sociedade Americana de Hematologia, refer&ecirc;ncia mundial na especialidade. Para o editor-chefe da revista, Bob L&ouml;wenberg, o estudo aumenta o n&iacute;vel de percep&ccedil;&atilde;o sobre os problemas m&eacute;dicos e estimula a coopera&ccedil;&atilde;o e trocas entre especialistas para adaptar experi&ecirc;ncia &agrave;s realidades de cada pa&iacute;s.</p> <p> &ldquo;Esse estudo demonstra de forma convincente &ndash; n&atilde;o na teoria, mas dentro da realidade do cuidado m&eacute;dico - que &eacute; poss&iacute;vel implementar experi&ecirc;ncias sofisticadas de tratamento em &aacute;reas do globo menos privilegiadas tanto em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; infraestrutura com &agrave; <em>expertise</em> m&eacute;dica&rdquo;, disse o editor.</p> <p> No Brasil, o desconhecimento da incid&ecirc;ncia dos subtipos da doen&ccedil;a compromete o tratamento, porque n&atilde;o existem estat&iacute;sticas precisas da LPA. O Instituto Nacional de C&acirc;ncer (Inca) previu no ano passado 4.570 novos casos em homens e 3.940 em mulheres, mas o levantamento n&atilde;o distingue a leucemia aguda da cr&ocirc;nica.</p> <p> Eduardo Rego diz que a estimativa &eacute; que cerca de 20% das leucemias miel&oacute;ides agudas sejam do tipo LPA. &nbsp;&ldquo;Faltam estudos claros de base populacional que indiquem qual a incid&ecirc;ncia das leucemias miel&oacute;ides agudas. Ainda temos uma car&ecirc;ncia muito grande de base de dados populacional&rdquo;, explicou.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. &Eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; </em><strong><em>Ag&ecirc;ncia Brasil</em></strong></p> cooperação de rede entre pesquisadores leucemia promielocítica aguda LPA Saúde tratamento de leucemia Sun, 20 Jan 2013 17:32:49 +0000 davi.oliveira 712103 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/