Arquivo da Cidade https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/149925/all pt-br MPF denuncia no Rio 13 envolvidos em leilão de obras históricas furtadas https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-12-18/mpf-denuncia-no-rio-13-envolvidos-em-leilao-de-obras-historicas-furtadas <p> Paulo Virgilio<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil<br /> </em>&nbsp;&nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;<br /> Bras&iacute;lia - O Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal (MPF) no Rio de Janeiro denunciou 13 envolvidos na pr&aacute;tica do crime de recepta&ccedil;&atilde;o de bens p&uacute;blicos furtados do acervo de quatro institui&ccedil;&otilde;es: Arquivo Nacional, Pal&aacute;cio do Itamaraty, Funda&ccedil;&atilde;o Biblioteca Nacional (FBN) e Arquivo da Cidade. Os acusados estavam envolvidos no chamado &ldquo;leil&atilde;o colecionismo&rdquo;, que ocorreria no dia 18 de maio de 2006, em um estabelecimento do centro do Rio, com pe&ccedil;as dos acervos dessas institui&ccedil;&otilde;es.</p> <p> Na ocasi&atilde;o, o leil&atilde;o ilegal foi denunciado por funcion&aacute;rios do Arquivo Nacional e do Itamaraty. Dos 13 denunciados pelo MPF, 11 se faziam passar por propriet&aacute;rios dos bens a serem leiloados e dois praticavam a atividade comercial de leiloeiro. Durante a investiga&ccedil;&atilde;o, o MPF concluiu &nbsp;que os dois comerciantes, experientes no ramo, sabiam que as pe&ccedil;as apreendidas eram furtadas e que, caso tivessem d&uacute;vida quanto &agrave; legalidade dos objetos, deveriam ter recusado colocar &agrave; venda o material.</p> <p> Do material apreendido faziam parte fotografias que retratam momentos hist&oacute;ricos, entre elas diversas de autoria de Marc Ferrez e Augusto Malta, dois dos mais importantes fot&oacute;grafos brasileiros dos s&eacute;culos 19 e 20, al&eacute;m de documentos p&uacute;blicos firmados por autoridades como o Bar&atilde;o do Rio Branco, cart&otilde;es postais e livros dos s&eacute;culos 17 e 18. Segundo a den&uacute;ncia, os acusados sabiam do valor hist&oacute;rico das pe&ccedil;as.</p> <p> No decorrer do inqu&eacute;rito, foram realizadas diversas dilig&ecirc;ncias para identificar a proced&ecirc;ncia das pe&ccedil;as. No entanto, algumas n&atilde;o puderam ter sua origem confirmada, por terem sofrido lavagens e desfolhamentos. Segundo o MPF, &nbsp;ficou claro que os autores do furto ocultaram a identifica&ccedil;&atilde;o das pe&ccedil;as, prejudicando, em parte, a investiga&ccedil;&atilde;o.</p> <p> De acordo com o procurador da Rep&uacute;blica Jos&eacute; Guilherme Ferraz, respons&aacute;vel pela den&uacute;ncia, &ldquo;infelizmente, o Brasil ainda figura na lista dos dez pa&iacute;ses que apresentam os maiores roubos de obras culturais no mundo&rdquo;. No caso em quest&atilde;o, os furtos, amplamente noticiados pela m&iacute;dia na &eacute;poca, foram praticados entre 2003 e 2006 nas quatro institui&ccedil;&otilde;es, que abrigam grande parte da mem&oacute;ria da cidade do Rio de Janeiro.</p> <p> &ldquo;Os bens p&uacute;blicos pertencentes ao patrim&ocirc;nio hist&oacute;rico e cultural servem de registros documentais que contribuem significativamente para a reconstru&ccedil;&atilde;o da hist&oacute;ria pol&iacute;tica, cultural, arquitet&ocirc;nica e art&iacute;stica do pa&iacute;s&rdquo;, disse o procurador.</p> <p> O MPF ressalta a import&acirc;ncia da participa&ccedil;&atilde;o do cidad&atilde;o na comunica&ccedil;&atilde;o desse tipo de crime. Quem tomar conhecimento da venda e compra de bens pertencentes ao patrim&ocirc;nio hist&oacute;rico e cultural pode denunciar o fato ao MPF, &agrave; Pol&iacute;cia Federal e ao Instituto do Patrim&ocirc;nio Hist&oacute;rico e Art&iacute;stico Nacional (Iphan).</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm"> Em nota, o Arquivo Nacional informou que n&atilde;o teve qualquer pe&ccedil;a do seu acervo furtada. &ldquo;Com rela&ccedil;&atilde;o &agrave; origem da den&uacute;ncia, &eacute; correto afirmar que esta partiu do Arquivo Nacional. Em refer&ecirc;ncia &agrave; proced&ecirc;ncia dos bens apreendidos, no entanto, h&aacute; que se esclarecer que, quando do confisco dos bens, institui&ccedil;&otilde;es de guarda de acervo foram instadas a comparecer &agrave; Pol&iacute;cia Federal para examinar os bens e identific&aacute;-los. Embora alguns bens tenham sido identificados como de proced&ecirc;ncia do Itamaraty, da Funda&ccedil;&atilde;o Biblioteca Nacional e do Arquivo da Cidade, outros n&atilde;o tiveram sua proced&ecirc;ncia constatada. Quanto ao Arquivo Nacional, t&eacute;cnicos da institui&ccedil;&atilde;o constataram que nenhuma obra pertencia a seu acervo&rdquo;.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm"> Ainda de acordo com a institui&ccedil;&atilde;o, &ldquo;para evitar esse tipo de a&ccedil;&atilde;o criminosa e outras semelhantes, o Arquivo Nacional h&aacute; alguns anos implantou sistemas de monitoramento que t&ecirc;m se mostrado eficazes na seguran&ccedil;a de seu acervo. Al&eacute;m disso, a institui&ccedil;&atilde;o tem estado e sempre estar&aacute; disposta a colaborar no combate a atividades ou pr&aacute;ticas que criem obst&aacute;culos ao trabalho de preserva&ccedil;&atilde;o da mem&oacute;ria do pa&iacute;s. Para a devida elucida&ccedil;&atilde;o dos fatos, o Arquivo Nacional contatou o Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal no Rio de Janeiro, que prontamente retificou a not&iacute;cia&rdquo;, disse em nota.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm"> &nbsp;</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm"> <em>Mat&eacute;ria alterada &agrave;s 23h25 de quinta-feira (19) para acr&eacute;scimo de informa&ccedil;&atilde;o</em><br /> &nbsp;</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</em></p> Arquivo da Cidade Arquivo Nacional FBN Fundação Biblioteca Nacional Leilão Colecionismo Ministério Público Federal no Rio MPF no Rio Nacional obras furtadas Palácio do Itamaraty Tue, 18 Dec 2012 20:38:46 +0000 davi.oliveira 710358 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/