Decreto Regulamentar 5.296/04 https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/147357/all pt-br Multas por falta de acessibilidade em prédios públicos no Rio passam de R$ 17 bilhões https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-11-11/multas-por-falta-de-acessibilidade-em-predios-publicos-no-rio-passam-de-r-17-bilhoes <p align="justify"> Fl&aacute;via Villela<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p align="justify"> Rio de Janeiro &ndash; Por lei, todos os pr&eacute;dios p&uacute;blicos devem ser acess&iacute;veis &agrave; pessoa com defici&ecirc;ncia. No Rio, uma senten&ccedil;a de abril de 2009 determinou que os entes federativos tornassem acess&iacute;veis os pr&eacute;dios p&uacute;blicos, em prazo de um ano, sob pena de multa di&aacute;ria de R$ 10 mil por pr&eacute;dio n&atilde;o acess&iacute;vel, ap&oacute;s o per&iacute;odo de um ano (e as reformas nos moldes do Decreto Federal 5.296 de 2004). Tr&ecirc;s anos depois, os 1.952 pr&eacute;dios p&uacute;blicos do estado continuam inacess&iacute;veis &agrave;s pessoas com defici&ecirc;ncia e a multa pelo n&atilde;o cumprimento da lei chega a R$ 17,56 bilh&otilde;es.</p> <p align="justify"> Os c&aacute;lculos foram feitos pelo Instituto Brasileiro dos Direitos das Pessoas com Defici&ecirc;ncia (IBDD) e o valor da multa refere-se a 26 pr&eacute;dios da Uni&atilde;o, 533 do estado e 1.393 do munic&iacute;pio. Os pr&oacute;prios administradores entregaram &agrave; Justi&ccedil;a uma lista desses edif&iacute;cios.</p> <p align="justify"> As esferas de poder recorreram da senten&ccedil;a que aguarda resposta da Justi&ccedil;a Federal. A senten&ccedil;a, deferida pela ju&iacute;za Regina Coeli Formisano, da 6&ordf; Vara Federal, atendeu a uma A&ccedil;&atilde;o Civil P&uacute;blica impetrada pelo IBDD em junho de 2007. Na a&ccedil;&atilde;o, o Instituto solicitou o cumprimento da Lei Federal 10.098 e do Decreto Regulamentar 5.296/04, que estabeleceram que os pr&eacute;dios p&uacute;blicos em todo o Brasil deveriam ter acessibilidade a partir de 3 de junho de 2007.</p> <p align="justify"> Em maio de 2010, o IBDD pediu a execu&ccedil;&atilde;o provis&oacute;ria da multa e a ju&iacute;za determinou que a Uni&atilde;o, o governo do estado e o munic&iacute;pio apresentassem relat&oacute;rios mostrando a situa&ccedil;&atilde;o dos pr&eacute;dios p&uacute;blicos em rela&ccedil;&atilde;o ao cumprimento da senten&ccedil;a. Com base neles, o Minist&eacute;rio P&uacute;blico solicitou aos t&eacute;cnicos do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) que avaliassem a lista para saber o que de fato foi adaptado. Segundo o IBDD, nenhum pr&eacute;dio sofreu qualquer altera&ccedil;&atilde;o nesse sentido at&eacute; hoje.</p> <p align="justify"> &ldquo;O estado que deveria dar o exemplo, n&atilde;o assume sua obriga&ccedil;&atilde;o. &Eacute; uma omiss&atilde;o total, um descaso das autoridades. O direito das pessoas &eacute; inquestion&aacute;vel, mas at&eacute; mesmo obras para as Olimp&iacute;adas n&atilde;o est&atilde;o sendo constru&iacute;das com acess&iacute;bilidade&rdquo;, afirma Teresa d&rsquo;Amaral, superintendente do IBDD. &ldquo;A d&iacute;vida simboliza o descaso. Mas nossa luta n&atilde;o &eacute; pelo pagamento das multas e sim para que as obras aconte&ccedil;am. Como a Uni&atilde;o, o estado e o munic&iacute;pio v&atilde;o cobrar a obrigatoriedade da acessibilidade em pr&eacute;dios particulares se n&atilde;o d&atilde;o exemplo? Como tornar o pa&iacute;s mais justo se n&atilde;o respeitamos o direito de ir e vir de um percentual enorme da popula&ccedil;&atilde;o?&rdquo;.</p> <p align="justify"> Teresa lembrou que, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat&iacute;stica, um quarto da popula&ccedil;&atilde;o tem algum tipo de defici&ecirc;ncia (25%) &ldquo;E &eacute; um percentual que n&atilde;o para de crescer, porque as pessoas est&atilde;o vivendo mais e melhor&rdquo;, ponderou.</p> <p align="justify"> A <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil </strong>solicitou informa&ccedil;&otilde;es das tr&ecirc;s esferas de governo, por meio de suas assessorias. A Advocacia-Geral da Uni&atilde;o (AGU) informou que desde que foi proferida a decis&atilde;o da a&ccedil;&atilde;o foi feita &ldquo;a expedi&ccedil;&atilde;o de expedientes para os &oacute;rg&atilde;os p&uacute;blicos federais no Rio de Janeiro&rdquo;. E desde que foram oficiados sobre o caso, os &oacute;rg&atilde;os enviaram respostas sobre as provid&ecirc;ncias adotadas para obras e reformas necess&aacute;rias. A AGU recorreu da aplica&ccedil;&atilde;o da multa di&aacute;ria, pois, segundo sua assessoria, n&atilde;o houve resist&ecirc;ncia quanto a determina&ccedil;&atilde;o inicial e o pedido ainda ser&aacute; apreciado na Justi&ccedil;a.</p> <p align="justify"> A prefeitura do Rio respondeu, por meio da Procuradoria-Geral do Munic&iacute;pio, que &ldquo;recorreu da senten&ccedil;a e aguarda aprecia&ccedil;&atilde;o do Tribunal Regional Federal&rdquo;. At&eacute; o fechamento da mat&eacute;ria o governo do estado n&atilde;o havia se pronunciado sobre o assunto.</p> <p align="justify"> &nbsp;</p> <p align="justify"> <em>Edi&ccedil;&atilde;o Beto Coura</em></p> 6ª Vara Federal Acessibilidade nos prédios públicos Decreto Federal 5.296 Decreto Regulamentar 5.296/04 IBDD Instituto Brasileiro dos Direitos das Pessoas com Deficiência Lei Federal 10.098 Nacional Regina Coeli Formisano Sun, 11 Nov 2012 20:46:27 +0000 alberto.coura 707650 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/