Índice Global de Desigualdade de Gênero https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/147257/all pt-br Estudante é premiada por trabalho que cria índice de desigualdade de gênero para o Brasil https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-11-09/estudante-e-premiada-por-trabalho-que-cria-indice-de-desigualdade-de-genero-para-brasil <p> Mariana Tokarnia<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia - Mulheres e homens t&ecirc;m acesso praticamente igual &agrave; educa&ccedil;&atilde;o no Brasil, mas quando se fala em pol&iacute;tica e economia, os homens t&ecirc;m vantagem consider&aacute;vel. Eles est&atilde;o em cerca de 54,4 milh&otilde;es de posi&ccedil;&otilde;es no mercado de trabalho, enquanto elas ocupam 43 milh&otilde;es. O peso tamb&eacute;m est&aacute; no or&ccedil;amento do final do m&ecirc;s: na m&eacute;dia, os homens ganham R$ 4,9 por hora a mais que as mulheres em cargos semelhantes. Na pol&iacute;tica, s&atilde;o 2.013 homens e 292 mulheres no poder.</p> <p> Os dados est&atilde;o no trabalho <em>A Mensura&ccedil;&atilde;o da Desigualdade de G&ecirc;nero: um &Iacute;ndice para os Estados Brasileiros</em>, da estudante de economia Lu&iacute;sa Cardoso, premiado pelo Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF). Lu&iacute;sa prop&otilde;e a cria&ccedil;&atilde;o do &Iacute;ndice Nacional de Desigualdade de G&ecirc;nero (INDG) capaz de medir, por estado, o acesso das mulheres &agrave; educa&ccedil;&atilde;o, sa&uacute;de, economia e pol&iacute;tica.</p> <p> A estudante se baseia no &Iacute;ndice Global de Desigualdade de G&ecirc;nero (do ingl&ecirc;s Global Gender Gap Index - GGGI) medido pelo F&oacute;rum Econ&ocirc;mico Mundial em 135 pa&iacute;ses, no qual, em 2012, o Brasil aparece em 62&ordm; lugar. &ldquo;O Brasil n&atilde;o tem um &iacute;ndice pr&oacute;prio. O GGGI considera vari&aacute;veis que n&atilde;o fazem parte da nossa realidade. O INDG seria uma forma de monitoramento das desigualdades brasileiras e pode ser atualizado constantemente&rdquo;, justifica a autora.</p> <p> Com base em dados de 2009, 2010 e 2011 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat&iacute;stica (IBGE), do Congresso Nacional e outros bancos de dados oficiais, ela aplicou a escala internacional de 0 a 1, na qual quanto mais pr&oacute;ximo a 1, maior o n&iacute;vel de igualdade para cada estado brasileiro. No total, o Brasil obteve 0,71 ponto. Se utilizado o INDG, o pa&iacute;s estaria na 45&ordf; posi&ccedil;&atilde;o no ranking mundial.</p> <p> Na escala, Santa Catarina, com 0,676, aparece como o estado mais desigual, enquanto Rio Grande do Norte (0,779), como o estado com maior igualdade de acesso, seguido por Roraima (0,776) e Maranh&atilde;o (0,768). O resultado mostra que a desigualdade n&atilde;o est&aacute; ligada a uma menor renda, j&aacute; que o Rio Grande do Norte tem quase metade (R$ 456,94) da renda <em>per capita</em> de Santa Catarina (R$ 864,51) de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domic&iacute;lios (Pnad) 2009.</p> <p> &ldquo;O Brasil tem uma desigualdade regional imensa. Mensurar isso com dados nacionais &eacute; mais interessante e confi&aacute;vel. Embora a discrimina&ccedil;&atilde;o por g&ecirc;nero, uma das principais causas da desigualdade, n&atilde;o possa ser medida apenas por dados quantitativos, ela continua existindo na sociedade como um todo&rdquo;, &nbsp;afirma a integrante do colegiado de gest&atilde;o do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), a soci&oacute;loga Nina Madsen.</p> <p> A soci&oacute;loga explica que a discrimina&ccedil;&atilde;o come&ccedil;a na educa&ccedil;&atilde;o e se estende ao mercado de trabalho, prejudicando os sal&aacute;rios e as promo&ccedil;&otilde;es de mulheres a altos cargos. Segundo Nina, um dos fatores da diferencia&ccedil;&atilde;o &eacute; que as mulheres ainda s&atilde;o respons&aacute;veis ao mesmo tempo pela produ&ccedil;&atilde;o e reprodu&ccedil;&atilde;o, o que faz com que acumulem fun&ccedil;&otilde;es.</p> <p> O acesso &agrave; economia teve pontua&ccedil;&atilde;o 0,730, quase igual ao &iacute;ndice nacional. J&aacute; a pol&iacute;tica foi a &aacute;rea com os menores &iacute;ndices: o Brasil obteve 0,102. O estado de Santa Catarina aparece mais uma vez em &uacute;ltima posi&ccedil;&atilde;o (0,035), seguido por Paran&aacute; (0,044) e Cear&aacute; (0,055). Os primeiros lugares tamb&eacute;m se repetem: s&atilde;o Rio Grande do Norte (0,404), Maranh&atilde;o (0,321) e Roraima (0,273).</p> <p> De acordo com a Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas (ONU), o Brasil aparece como pen&uacute;ltimo pa&iacute;s do <em>ranking</em> da Am&eacute;rica Latina em representatividade pol&iacute;tica: somente 9% dos candidatos eleitos s&atilde;o mulheres. &ldquo;&Eacute; preciso uma reforma de &acirc;mbito partid&aacute;rio para inclus&atilde;o de mulheres. Tem que haver um trabalho de base, de trabalho junto &agrave; sociedade, para que as mulheres tenham mais destaque em propagandas pol&iacute;ticas&rdquo;, afirma a oficial de Monitoramento e Avalia&ccedil;&atilde;o do Programa das Na&ccedil;&otilde;es Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) no Brasil, &nbsp;Juliana Wenceslau.</p> <p> A secret&aacute;ria nacional de Articula&ccedil;&atilde;o Institucional e A&ccedil;&otilde;es Tem&aacute;ticas da Secretaria de Pol&iacute;ticas para as Mulheres (SPM), Vera Soares, afirma que o governo tem se esfor&ccedil;ado para diminuir as desigualdades. &ldquo;Os pa&iacute;ses mais produtivos s&atilde;o os que t&ecirc;m menor desigualdade de g&ecirc;nero. &Eacute; onde se aproveita melhor a capacidade produtiva e onde se utiliza o capital humano de maneira mais completa. Ganha o mercado, ganha o governo e ganham as pessoas.&rdquo; Ela informou que a secretaria discute a elabora&ccedil;&atilde;o de indicadores complexos, como o INDG.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</em></p> Cfmea Cidadania Corecon-DF desigualdade de gênero Economia Fórum Econômico Mundial IBGE índice de desigualdade Índice Global de Desigualdade de Gênero onu Pnad Secretaria de Políticas para as Mulheres Fri, 09 Nov 2012 19:09:24 +0000 davi.oliveira 707575 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/