Ohtake https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/146479/all pt-br Justiça de SP bloqueia bens de nove ex-gestores do MIS e do Museu da Casa Brasileira https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-10-31/justica-de-sp-bloqueia-bens-de-nove-ex-gestores-do-mis-e-do-museu-da-casa-brasileira <p> Elaine Patricia Cruz<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> S&atilde;o Paulo &ndash; A Justi&ccedil;a de S&atilde;o Paulo determinou o bloqueio de bens de nove ex-gestores do Museu da Imagem e do Som (MIS) e do Museu da Casa Brasileira (MCB), em S&atilde;o Paulo, acusados pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico Estadual de promoverem desvios de verbas p&uacute;blicas que podem somar R$ 2,16 milh&otilde;es.</p> <p> Entre os acusados est&atilde;o o ex-secret&aacute;rio estadual de Cultura (1993-1995) e ex-diretor do MIS Ricardo Ohtake, o arquiteto e ex-diretor do MCB Carlos Bratke (entre os anos de 1992 e 1995), a curadora e ex-diretora do MCB Ad&eacute;lia Borges (entre os anos de 2003 e 2007), o ex-diretor t&eacute;cnico do MIS (entre os anos 1993-1995 e 2003-2005) e organizador do festival &Eacute; Tudo Verdade Amir Labaki e a ex-diretora do MIS Gra&ccedil;a Seligman.</p> <p> A den&uacute;ncia do Minist&eacute;rio P&uacute;blico (MP) &eacute; que, entre os anos de 1995 e 2006, ambos os museus alugavam seus espa&ccedil;os para eventos privados, mas o recurso obtido n&atilde;o era destinado para um fundo especial estadual, como determina a lei. A acusa&ccedil;&atilde;o do MP &eacute; que os recursos eram revertidos para o caixa da associa&ccedil;&atilde;o de amigos de cada um dos museus, que os geriam.</p> <p> Ambos os museus respondem &agrave; Secretaria Estadual de Cultura, mas, na &eacute;poca a que se refere a den&uacute;ncia, eles eram administrados por associa&ccedil;&otilde;es de amigos e n&atilde;o por organiza&ccedil;&otilde;es sociais (OSs), como ocorre desde 2006.</p> <p> Ohtake e Bratke s&atilde;o acusados pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico de terem sido omissos com rela&ccedil;&atilde;o aos desvios. J&aacute; Ad&eacute;lia Borges &eacute; acusada de receber valores em nome de pessoas jur&iacute;dicas e n&atilde;o os depositar no fundo especial, al&eacute;m de comprar notas frias para justificar gastos.</p> <p> Em sua decis&atilde;o, o juiz da 5&ordf; Vara de Fazenda P&uacute;blica, em S&atilde;o Paulo, disse que &ldquo;encontra-se devidamente comprovado&rdquo; o envolvimento dos ex-gestores dos museus em desvio de valores praticado por meio &ldquo;de fraudes diversas e utiliza&ccedil;&atilde;o de bens p&uacute;blicos para fins particulares&rdquo;.</p> <p> Al&eacute;m do bloqueio de bens, a Justi&ccedil;a tamb&eacute;m intimou a Fazenda P&uacute;blica do Estado para tomar conhecimento da a&ccedil;&atilde;o e tomar provid&ecirc;ncias com rela&ccedil;&atilde;o ao caso no prazo de 15 dias. Procurada pela <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>, a Procuradoria-Geral do Estado informou ter sido notificada no dia 29 de outubro e que somente ir&aacute; se manifestar ap&oacute;s &ldquo;o exame detido dos autos&rdquo;, que j&aacute; est&aacute; em andamento.</p> <p> Procurada pela <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>, a assessoria de imprensa do Museu da Casa Brasileira disse que a acusa&ccedil;&atilde;o se refere a administra&ccedil;&otilde;es anteriores, mas que vai contribuir com a Justi&ccedil;a e que tem interesse que tudo seja apurado e esclarecido. O Museu da Imagem e do Som respondeu que a den&uacute;ncia refere-se a uma organiza&ccedil;&atilde;o social anterior e que n&atilde;o tem nada a declarar sobre o caso.</p> <p> Em entrevista &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>, o ex-secret&aacute;rio Ricardo Ohtake disse que &ldquo;desvio desse dinheiro para o bolso, n&atilde;o houve&rdquo;. Em 2006, quando a investiga&ccedil;&atilde;o teve in&iacute;cio, Ohtake era presidente do conselho do MIS. &ldquo;O que pode ter havido &eacute; alguma irregularidade nos papeis. Pode ter papel mal preenchido, imprecis&atilde;o administrativa&rdquo;, falou. Ohtake disse que nunca teve conhecimento sobre irregularidades no MIS. &ldquo;Muita gente, inclusive eu, botou muito dinheiro do bolso no museu porque n&atilde;o havia dinheiro&rdquo;, disse.</p> <p> A ex-diretora do Museu da Casa Brasil, Ad&eacute;lia Borges, tamb&eacute;m negou irregularidades. &quot;Nenhum dos meus atos como diretora do Museu da Casa Brasileira causou qualquer preju&iacute;zo ao patrim&ocirc;nio p&uacute;blico. Ao contr&aacute;rio, fizemos uma gest&atilde;o com o melhor uso poss&iacute;vel dos escassos recursos existentes, conseguindo incrementar a atua&ccedil;&atilde;o cultural do museu. Nossa gest&atilde;o se pautou pelo interesse p&uacute;blico em todas as dimens&otilde;es dessa express&atilde;o&quot;, disse Ad&eacute;lia Borges, respondendo, por escrito, &agrave; solicita&ccedil;&atilde;o feita pela <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> adélia borges bens carlos bratke Cultura ex-gestores Justiça Justiça de SP Ministério Público MIS museu Museu da Casa Brasileira Nacional Ohtake Wed, 31 Oct 2012 20:54:09 +0000 fabio.massalli 706943 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/