Instituto do Cérebro https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/144861/all pt-br Cientistas brasileiros e suecos identificam mecanismo da memória que pode ajudar na cura do mal de Alzheimer https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-10-11/cientistas-brasileiros-e-suecos-identificam-mecanismo-da-memoria-que-pode-ajudar-na-cura-do-mal-de-al <p> Renata Giraldi<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; Um grupo de cientistas do Instituto do C&eacute;rebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ICe-UFRN), em colabora&ccedil;&atilde;o com cientistas da Universidade de Uppsala, na Su&eacute;cia, descobriu o funcionamento de mecanismo da mem&oacute;ria que pode ajudar na elabora&ccedil;&atilde;o de medicamentos para a cura do mal de Alzheimer e da esquizofrenia, entre outras doen&ccedil;as.</p> <p> De acordo com os cientistas, o c&eacute;rebro utiliza somente um mecanismo para gravar e lembrar mem&oacute;rias, alternando entre uma fun&ccedil;&atilde;o e outra em fra&ccedil;&atilde;o de segundo. Nas pesquisas, os cientistas descobriram que as c&eacute;lulas respons&aacute;veis pela mem&oacute;ria s&atilde;o sens&iacute;veis &agrave; nicotina, precisamente o grupo analisado. Outros pesquisadores dever&atilde;o tentar desenvolver um medicamento semelhante &agrave; subst&acirc;ncia, por&eacute;m, sem os efeitos nocivos.</p> <p> O neurocientista e professor da UFRN Richardson Le&atilde;o, que participou das pesquisas, disse que &eacute; necess&aacute;rio ter cautela sobre os medicamentos que ser&atilde;o desenvolvidos. Segundo ele, &eacute; preciso ainda realizar mais etapas de pesquisas. &ldquo;As pesquisas s&atilde;o feitas com animais - neste caso espec&iacute;fico, com roedores - que s&atilde;o diferentes dos seres humanos, embora, no caso das c&eacute;lulas estudadas, existam semelhan&ccedil;as.&rdquo;</p> <p> Os pesquisadores descobriram que a ativa&ccedil;&atilde;o de um tipo espec&iacute;fico de neur&ocirc;nios, conhecido como&nbsp; OLM , altera o fluxo de informa&ccedil;&atilde;o do hipocampo - regi&atilde;o cerebral que funciona de forma semelhante &agrave; mem&oacute;ria RAM dos computadores, armazenando temporariamente a informa&ccedil;&atilde;o que depois ser&aacute; salva no c&oacute;rtex. A revela&ccedil;&atilde;o foi poss&iacute;vel devido aos avan&ccedil;os tecnol&oacute;gicos recentes e testes feitos com camundongos transg&ecirc;nicos.</p> <p> Pesquisas anteriores indicavam que os neur&ocirc;nios do tipo OLM tinham um papel-chave no controle da mem&oacute;ria. Mas o camundongo desenvolvido na Su&eacute;cia permitiu testar a hip&oacute;tese. O cientista sueco Klas Kullander e o grupo dele geraram um camundongo transg&ecirc;nico cujos&nbsp; neur&ocirc;nios brilham quando iluminados por luz verde.</p> <p> Os cientistas brasileiros injetaram um v&iacute;rus geneticamente modificado no animal, deixando as c&eacute;lulas OLM sens&iacute;veis &agrave; luz. Ao utilizarem fibras &oacute;ticas, os cientistas conseguiram ativar e inativar essas c&eacute;lulas, lan&ccedil;ando m&atilde;o de uma nova tecnologia, conhecida por optogen&eacute;tica.</p> <p> No estudo, cientistas brasileiros e suecos mostraram que as c&eacute;lulas OLM modulam a entrada e a sa&iacute;da de informa&ccedil;&otilde;es nas vias do hipocampo. Quando ativadas, essas c&eacute;lulas priorizam os sinais provenientes do pr&oacute;prio hipocampo, atraindo as mem&oacute;rias armazenadas ao mesmo tempo em que fecham a entrada de informa&ccedil;&otilde;es sensoriais na regi&atilde;o.</p> <p> A pr&oacute;xima etapa das pesquisas &eacute; fazer estudos eletrofisiol&oacute;gicos no Instituto do C&eacute;rebro da UFRN, com base em uma investiga&ccedil;&atilde;o da atividade el&eacute;trica do c&eacute;rebro, para entender de que forma as c&eacute;lulas OLM influenciam as ondas cerebrais no hipocampo, tamb&eacute;m envolvidas na forma&ccedil;&atilde;o de mem&oacute;rias.</p> <p> Nas pesquisas, os cientistas conseguiram tamb&eacute;m demonstrar que o contr&aacute;rio ocorre quando essas c&eacute;lulas est&atilde;o inativas. O estudo foi publicado na revista <em>Nature Neuroscience</em> de outubro. A pesquisa foi poss&iacute;vel devido a um conv&ecirc;nio de coopera&ccedil;&atilde;o cient&iacute;fica financiado pela Coordena&ccedil;&atilde;o de Aperfei&ccedil;oamento de Pessoal de N&iacute;vel Superior (Capes).</p> <p> Os cientistas brasileiros, no entanto, advertem que &eacute; necess&aacute;rio vencer algumas limita&ccedil;&otilde;es existentes no Brasil e que acabam por limitar as pesquisas com animais transg&ecirc;nicos trazidos do exterior. Segundo eles, a Ag&ecirc;ncia Nacional de Vigil&acirc;ncia Sanit&aacute;ria (Anvisa) relaciona como biopirataria a importa&ccedil;&atilde;o de animais transg&ecirc;nicos para pesquisas cient&iacute;ficas de financiamento p&uacute;blico.<br /> &nbsp;&nbsp; &nbsp;<br /> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</em><br /> &nbsp;</p> ICe-UFRN Instituto do Cérebro limitação à pesquisa com animais medicamento para a esquizofrenia medicamento para o mal de Alzheimer neurônios OLM Pesquisa e Inovação revista Nature Neuroscience Saúde Universidade de Uppsala Thu, 11 Oct 2012 16:12:09 +0000 davi.oliveira 705392 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/