canais de TV https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/143985/all pt-br Lei da TV Paga gera “explosão de demanda” para o setor audiovisual brasileiro, diz diretor da Ancine https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-10-01/lei-da-tv-paga-gera-%E2%80%9Cexplosao-de-demanda%E2%80%9D-para-setor-audiovisual-brasileiro-diz-diretor-da-ancine <p> Guilherme Jeronymo<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro &ndash; &ldquo;Estamos diante de uma explos&atilde;o de demanda&rdquo;, disse o diretor da Ag&ecirc;ncia Nacional de Cinema (Ancine), Manoel Rangel, durante palestra sobre a <a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12485.htm" target="_blank">Lei 12.485/2011</a> e as cotas para conte&uacute;do de produtoras independentes nos canais de TV por assinatura. O debate foi parte da programa&ccedil;&atilde;o do Rio Market, evento paralelo ao Festival do Rio.</p> <p> <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-07-30/todos-canais-brasileiros-de-tv-cabo-terao-producao-nacional-ate-2013-diz-ancine" target="_blank">Com a entrada em vigor da lei</a>, a partir de novembro deste ano, os canais de TV por assinatura ter&atilde;o de oferecer uma quantidade de horas de programa&ccedil;&atilde;o com produ&ccedil;&atilde;o nacional e independente crescente.</p> <p> At&eacute; 2013, os canais por assinatura dever&atilde;o ter 3h30 por semana de conte&uacute;do nacional em hor&aacute;rio nobre (per&iacute;odo das 18h &agrave;s 24h nos canais abertos e fechados convencionais e das 11h &agrave;s 14h e das 17h &agrave;s 21h nos canais para crian&ccedil;as e adolescentes), do qual metade ser&aacute; de produtoras brasileiras independentes. A entrada em vigor da lei &eacute; tratada pelo setor como suficiente para o in&iacute;cio de um novo momento da ind&uacute;stria de audiovisual nacional.</p> <p> Segundo Rangel a lei, marcada por um intenso trabalho de costura entre o setor, o Conselho Superior de Cinema e o Congresso Nacional, representa um imenso acerto ao estabelecer as pol&iacute;ticas de carregamento, que cotizam o tempo de programa&ccedil;&atilde;o, a exemplo do que &eacute; feito h&aacute; mais de uma d&eacute;cada com o cinema nacional.</p> <p> A pol&iacute;tica conduz o mercado ao papel de financiador da produ&ccedil;&atilde;o independente nacional, que necessita, em grande medida, de recursos p&uacute;blicos para se manter e dar continuidade &agrave; sua produ&ccedil;&atilde;o. O pr&oacute;prio conceito de independente, que considera, entre outras coisas, os direitos da produtora sobre seu produto, mesmo que tenha investimento minorit&aacute;rio de recursos em sua execu&ccedil;&atilde;o, &eacute; fundamental para estruturar as iniciativas, explicou Rangel.</p> <p> Embora a obriga&ccedil;&atilde;o exija uma nova postura de mercado, a inclus&atilde;o do setor no Plano Brasil Maior, como uma das ind&uacute;strias priorit&aacute;rias para investimentos, deve permitir uma estrutura&ccedil;&atilde;o definitiva, e, aliada ao uso dos recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, que segundo Rangel devem atingir R$ 600 milh&otilde;es no curto prazo, v&atilde;o permitir a compra de equipamentos e novas din&acirc;micas de distribui&ccedil;&atilde;o e exibi&ccedil;&atilde;o.</p> <p> A abertura que a lei d&aacute;, integrada ao Plano de Diretrizes e Metas para o Audiovisual, tra&ccedil;ado pelo Conselho Superior de Cinema e aberto &agrave; consulta p&uacute;blica at&eacute; 22 de dezembro na p&aacute;gina da <a href="http://ancine.gov.br/" target="_blank">Ancine </a>na internet, leva tamb&eacute;m a uma possibilidade de estrutura&ccedil;&atilde;o de canais brasileiros fora do pa&iacute;s, n&atilde;o apenas com conte&uacute;do mas com programa&ccedil;&atilde;o de empresas nacionais, a exemplo de canais como os dos grupos Warner, Discovery e Fox nos pacotes de TV por assinatura brasileiros.</p> <p> A medida seria essencial para garantir a estrutura&ccedil;&atilde;o do setor no pa&iacute;s e poderia se valer dos conte&uacute;dos que t&ecirc;m sido criados para dar suporte &agrave; Lei 12.485, disse Rangel.</p> <p> Para o presidente da Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira de Produtores Independentes de Televis&atilde;o (ABPITV), Marco Altberg trata-se de &ldquo;uma pequena revolu&ccedil;&atilde;o no setor&rdquo;. Mas Altberg relativizou a conquista, ao dizer que as produtoras t&ecirc;m condi&ccedil;&otilde;es de atender sem dificuldades &agrave; demanda, pois o volume exigido na verdade &eacute; pequeno. Um canal exibe, em m&eacute;dia, 160 horas de programa&ccedil;&atilde;o por semana.</p> <p> Levantamento da Ancine para o setor, com dados de 2011, registrou que 80,5% da programa&ccedil;&atilde;o nas TVs pagas foram programas estrangeiros, ocupando 92,6% do tempo de tela. Na pesquisa estiveram inclusos canais como o Canal Brasil, que trabalha quase exclusivamente com conte&uacute;do nacional.</p> <p> Segundo as novas regras do setor, os pacotes de programa&ccedil;&atilde;o das operadoras de TV por assinatura dever&atilde;o ter obrigatoriamente um canal majorit&aacute;rio de conte&uacute;do e programa&ccedil;&atilde;o nacional para cada tr&ecirc;s canais estrangeiros.</p> <p> &ldquo;As leis criaram um mecanismo que garante o escoamento, dando mais paridade de poderes na negocia&ccedil;&atilde;o entre produtora e canal&rdquo;, disse, durante o evento, o advogado Bruno Senna, especializado no setor.</p> <p> Apesar das medidas, houve cr&iacute;ticas de produtores &agrave; falta de incentivos na profissionaliza&ccedil;&atilde;o da gest&atilde;o das pequenas empresas do setor. A secret&aacute;ria de Audiovisual do Minist&eacute;rio da Cultura, Ana Paula Santana, disse que a Secretaria de Audiovisual far&aacute;, em parceria com o Servi&ccedil;o Brasileiro de Apoio &agrave;s Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), oficinas de treinamento e qualifica&ccedil;&atilde;o, at&eacute; o primeiro semestre de 2013, mas n&atilde;o deu detalhes quanto ao enfoque ou ao alcance das medidas em termos de distribui&ccedil;&atilde;o geogr&aacute;fica.</p> <p> O mercado de produ&ccedil;&otilde;es &eacute; historicamente liderado pelos estados do Rio de Janeiro e S&atilde;o Paulo, que tamb&eacute;m est&atilde;o na vanguarda no <em>ranking </em>da capta&ccedil;&atilde;o de recursos do setor e do n&uacute;mero de obras produzidas.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> Ancine audiovisual canais de TV cinema Conselho Superior de Cinema Cultura Fundo Setorial do Audiovisual Lei da TV Paga produtoras independentes programação programação brasileira Rio Market setor audiovisual TV por assinatura Mon, 01 Oct 2012 21:06:45 +0000 fabio.massalli 704354 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/