estacionamento do Maracanã https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/143251/all pt-br Defensoria da União e Crea vistoriam prédio histórico ameaçado de demolição para ceder lugar a obras do Maracanã https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-09-20/defensoria-da-uniao-e-crea-vistoriam-predio-historico-ameacado-de-demolicao-para-ceder-lugar-obras-do <p> <em>Da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/27/gallery_assist703730/prev/AgenciaBrasil210912_ABR9582.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 3px; float: right;" />Rio de Janeiro &ndash; Representantes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) e da Defensoria P&uacute;blica da Uni&atilde;o no Rio de Janeiro (DPU/RJ) fizeram, na manh&atilde; de hoje (20), uma vistoria no pr&eacute;dio do antigo Museu do &Iacute;ndio, na Tijuca, zona norte da cidade, para avaliar as condi&ccedil;&otilde;es estruturais do im&oacute;vel. A constru&ccedil;&atilde;o est&aacute; amea&ccedil;ada de demoli&ccedil;&atilde;o para obras de urbaniza&ccedil;&atilde;o.</p> <p> Por causa das obras de reforma do Est&aacute;dio Jornalista M&aacute;rio Filho, o Maracan&atilde;, o pr&eacute;dio, que pertence &agrave; Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), &oacute;rg&atilde;o vinculado ao Minist&eacute;rio da Agricultura, Pecu&aacute;ria e Abastecimento, vem sendo negociado com o governo do estado do Rio, que pretende demolir o im&oacute;vel para que o terreno seja transformado em &aacute;rea de estacionamento e dispers&atilde;o de p&uacute;blico do est&aacute;dio.</p> <p> Apesar de centen&aacute;rio, o pr&eacute;dio n&atilde;o &eacute; tombado pelo Instituto do Patrim&ocirc;nio Hist&oacute;rico e Art&iacute;stico Nacional (Iphan). Depois que o museu foi transferido para outra sede, a constru&ccedil;&atilde;o foi ocupada e preservada por &iacute;ndios. Atualmente, cerca de 20 &iacute;ndios de diversas etnias se abrigam no local.&nbsp; Desde agosto, com o an&uacute;ncio das negocia&ccedil;&otilde;es para transfer&ecirc;ncia do pr&eacute;dio ao governo estadual, <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-08-21/defensoria-da-uniao-tenta-salvar-predio-que-abrigou-museu-do-indio-local-esta-ameacado-pelas-obras-do" target="_blank">a DPU/RJ se movimenta para tentar impedir a demoli&ccedil;&atilde;o</a>.</p> <p> Para o defensor p&uacute;blico federal Andr&eacute; Ordacgy, o im&oacute;vel, erguido h&aacute; cerca de 150 anos, deve ser preservado e no local constru&iacute;da uma grande &aacute;rea cultural ind&iacute;gena. Ordacgy, que desde 2010 busca nos &oacute;rg&atilde;os de preserva&ccedil;&atilde;o o tombamento do pr&eacute;dio, afirmou que estudos realizados no local apontam que &eacute; poss&iacute;vel fazer a restaura&ccedil;&atilde;o.</p> <p> &ldquo;Estamos reunidos aqui lutando em primeiro lugar pela preserva&ccedil;&atilde;o do pr&eacute;dio. &Eacute; poss&iacute;vel preservar. Em termos culturais ind&iacute;genas, eles [os &iacute;ndios] t&ecirc;m uma grande associa&ccedil;&atilde;o a esse local. Ent&atilde;o, por conta disso, eles [os &iacute;ndios] merecem uma aten&ccedil;&atilde;o&rdquo;, explicou. Em 2006, o pr&eacute;dio abandonado foi ocupado por cerca de <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-05-13/indios-querem-saber-destino-do-antigo-museu-do-indio-localizado-ao-lado-do-maracana" target="_blank">20 &iacute;ndios das etnias Guajajara, Apurin&atilde;, Fulni-&ocirc;, Kaingang e Guarani e passou a ser chamado de Aldeia Maracan&atilde;</a>.</p> <p> Atualmente, a defensoria est&aacute; tentando impedir a demoli&ccedil;&atilde;o do pr&eacute;dio hist&oacute;rico por meio de uma notifica&ccedil;&atilde;o extrajudicial. O defensor p&uacute;blico federal explicou que, caso os &oacute;rg&atilde;os respons&aacute;veis pela manuten&ccedil;&atilde;o do local n&atilde;o acatem o pedido, ser&aacute; proposta a&ccedil;&atilde;o na Justi&ccedil;a Federal com pedido de liminar para o im&oacute;vel n&atilde;o seja derrubado.</p> <p> O presidente do Crea-RJ, Agostinho Guerreiro, que acompanhou a vistoria, defende que o local seja preservado e transformado em uma &aacute;rea cultural, independente das obras que est&atilde;o sendo feitas no entorno. &ldquo;Eu acho que tudo &eacute; compat&iacute;vel, desde que exista o esp&iacute;rito do reconhecimento da hist&oacute;ria do Rio. O problema &eacute; que a hist&oacute;ria do Rio vem sendo sistematicamente destru&iacute;da&rdquo;, ressaltou.</p> <p> Agostinho Guerreiro lembrou que, em virtude das grandes constru&ccedil;&otilde;es imobili&aacute;rias nas grandes capitais, pr&eacute;dios antigos t&ecirc;m sido demolidos para dar espa&ccedil;o a im&oacute;veis novos e modernos. &ldquo;Aqui &eacute; uma &aacute;rea importante. Ent&atilde;o, se vai ter um estacionamento ou um <em>shopping,</em> isso &eacute; uma outra discuss&atilde;o. Existem mecanismos da engenharia, da arquitetura, dos historiadores, de integrar tudo isso e preservar um pr&eacute;dio hist&oacute;rico como esse&rdquo;.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/27/gallery_assist703730/prev/AgenciaBrasil210912_ABR9614.JPG" style="margin: 3px; width: 300px; height: 225px; float: left;" />A &iacute;ndia Twry Patax&oacute;, 41 anos, moradora da comunidade da Mar&eacute;, zona norte da cidade, que visita com frequ&ecirc;ncia o antigo Museu do &Iacute;ndio, disse se sentir &ldquo;agredida&rdquo; com a poss&iacute;vel demoli&ccedil;&atilde;o. &ldquo;Talvez o Brasil seja o &uacute;nico pa&iacute;s que n&atilde;o tenha interesse em preservar a sua mem&oacute;ria. N&oacute;s fazemos parte dessa hist&oacute;ria. Isto aqui n&atilde;o &eacute; apenas para preservar a cultura ind&iacute;gena. Isto aqui &eacute; para preservar a cultura do Brasil&rdquo;, enfatizou.</p> <p> O im&oacute;vel j&aacute; foi sede do extinto Servi&ccedil;o de Prote&ccedil;&atilde;o ao &Iacute;ndio (SPI), criado pelo marechal Rondon, que deu origem &agrave; Funda&ccedil;&atilde;o Nacional do &Iacute;ndio (Funai). O local tamb&eacute;m serviu de sede ao primeiro Museu do &Iacute;ndio, fundado por Darcy Ribeiro, institui&ccedil;&atilde;o que foi transferida mais tarde para o bairro de Botafogo, zona sul do Rio.</p> <p> Procurado, o Instituto do Patrim&ocirc;nio Hist&oacute;rico e Art&iacute;stico Nacional (Iphan) informou por meio de sua assessoria que, por se tratar de um pr&eacute;dio n&atilde;o tombado, o &oacute;rg&atilde;o n&atilde;o pode se pronunciar sobre o assunto. Tamb&eacute;m procurado pela <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>, o Minist&eacute;rio da Agricultura, Pecu&aacute;ria e Abastecimento n&atilde;o se pronunciou at&eacute; a publica&ccedil;&atilde;o da mat&eacute;ria.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</em></p> Aldeia Maracanã antigo Museu do Índio estacionamento do Maracanã Iphan Nacional patrimônio histórico prédio no Maracanã Thu, 20 Sep 2012 19:23:54 +0000 davi.oliveira 703648 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/