wilson batista https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/140440/all pt-br Duelo entre Noel e Wilson Batista será relembrado em show da série Grandes Discos da Música Brasileira https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-09-10/duelo-entre-noel-e-wilson-batista-sera-relembrado-em-show-da-serie-grandes-discos-da-musica-brasileir <p> Paulo Virgilio<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Uma desaven&ccedil;a musical hist&oacute;rica ser&aacute; revivida amanh&atilde; (11), &agrave;s 20h, no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro (IMS-RJ) em mais um <em>show </em>da s&eacute;rie Grandes Discos da M&uacute;sica Brasileira. Trata-se da briga, travada em sambas, que envolveu, na d&eacute;cada de 1930 do s&eacute;culo passado, os compositores Noel Rosa (1910-1937) e Wilson Batista (1913-1968).</p> <p> Cerca de 20 anos depois, a troca de provoca&ccedil;&otilde;es musicais foi registrada em um LP (disco de vinil), lan&ccedil;ado em 1956 pela gravadora Odeon, intitulado <em>Pol&ecirc;mica</em>, tendo como int&eacute;rpretes os cantores Francisco Egydio e Roberto Paiva.</p> <p> No <em>show </em>de amanh&atilde;, caber&aacute; ao portelense Monarco e ao mangueirense Nelson Sargento reviver o embate musical, iniciado em 1933, quando Wilson Batista comp&ocirc;s <em>Len&ccedil;o no Pesco&ccedil;o</em>, samba que exaltava a malandragem. Noel Rosa n&atilde;o gostou do retrato musical da malandragem feito por Batista e rebateu com <em>Rapaz Folgado</em> e Wilson Batista contra-atacou com <em>Mocinho da Vila</em>.</p> <p> A pol&ecirc;mica atingiu seu auge quando Noel Rosa comp&ocirc;s uma de suas obras-primas, <em>Feiti&ccedil;o da Vila</em>, rebatida por Batista com o samba <em>Conversa Fiada</em> que, por sua vez, motivou outro cl&aacute;ssico de Noel, <em>Palpite Infeliz</em>. Wilson Batista ainda acrescentou um samba &agrave; pol&ecirc;mica, <em>Frankenstein da Vila</em>, mas acabou sugerindo que os dois, em vez de advers&aacute;rios, se tornassem parceiros.</p> <p> E foi com samba que a briga acabou: Noel Rosa escreveu uma nova letra para a melodia de <em>Terra de Cego</em>, de autoria do advers&aacute;rio, agora parceiro.</p> <p> &ldquo;N&oacute;s temos nesta s&eacute;rie uma forte vertente no samba&rdquo;, reconhece a coordenadora de m&uacute;sica do IMS e da sele&ccedil;&atilde;o dos Grandes Discos da M&uacute;sica Brasileira, Bia Paes Leme. O g&ecirc;nero est&aacute; presente em quase todos os dez t&iacute;tulos da s&eacute;rie que resgata importantes LPs da era do vinil, aberta em outubro de 2010 com o disco <em>A Arte Negra de Wilson Moreira e Nei Lopes</em>, de 1980.</p> <p> Na sequ&ecirc;ncia, vieram <em>Monarco</em>, de 1976; <em>O Grande Circo M&iacute;stico</em>, de 1983, &aacute;lbum com as can&ccedil;&otilde;es de Chico Buarque e Edu Lobo para o espet&aacute;culo de mesmo nome do Ballet Teatro Gua&iacute;ra; <em>Acabou Chorare </em>(1972), dos Novos Baianos; <em>Pobre Menina Rica </em>(1964), de Carlos Lyra e <em>Galos de Briga</em> (1976), de Jo&atilde;o Bosco.</p> <p> Em 2012, o primeiro <em>show </em>da s&eacute;rie neste ano resgatou o &aacute;lbum <em>Sidney Miller </em>(1967), com a cantora Joyce interpretando as m&uacute;sicas do compositor falecido em 1980. Em junho, o cantor Roberto Silva, que morreu no &uacute;ltimo domingo (9), aos 92 anos, fez no IMS um dos seus &uacute;ltimos <em>shows</em>, revivendo o repert&oacute;rio de seu LP <em>Descendo o Morro</em>, de 1958. O disco &eacute; apontado como o mais importante na carreira de Roberto Silva, o &ldquo;Pr&iacute;ncipe do Samba&rdquo;.</p> <p> No m&ecirc;s passado, a s&eacute;rie homenageou o &aacute;lbum <em>Jards Macal&eacute; </em>(1972), considerado um marco do tropicalismo. De acordo com Bia Paes Leme, outros discos ser&atilde;o revividos, depois de escolhidos pela equipe encarregada do projeto. &ldquo;A s&eacute;rie n&atilde;o tem prazo para acabar&rdquo;, diz.</p> <p> No <em>show,</em> que ter&aacute; apresenta&ccedil;&atilde;o do jornalista Jo&atilde;o M&aacute;ximo, os sambistas Monarco e Nelson Sargento estar&atilde;o acompanhados dos m&uacute;sicos Paul&atilde;o Sete Cordas(dire&ccedil;&atilde;o musical, arranjos e viol&atilde;o), Alessandro Cardozo (cavaquinho), Vitor Mota (flauta e sax) e Netinho Albuquerque (pandeiro). Os ingressos custam R$ 30 e R$ 15 (meia). O IMS-RJ fica na Rua Marqu&ecirc;s de S&atilde;o Vicente, 476, na G&aacute;vea.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> Cultura feitiço da vila lenço no pescoço LP mocinho da vila monarco nelson sargento noel noel rosa palpite infeliz poeta da vila polêmica rapaz folgado samba vinil wilson batista Mon, 10 Sep 2012 21:57:58 +0000 fabio.massalli 702961 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Show relembra primeiro disco de Jards Macalé https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-08-14/show-relembra-primeiro-disco-de-jards-macale <p> Paulo Virgilio<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro - A s&eacute;rie de <em>shows Grandes Discos da M&uacute;sica Brasileira</em>, realizada desde outubro de 2010 pelo Instituto Moreira Salles (IMS) relembra nesta ter&ccedil;a-feira (14), &agrave;s 20h, mais um LP (disco de vinil) considerado hist&oacute;rico pelos estudiosos da MPB. O primeiro disco do compositor e int&eacute;rprete carioca Jards Macal&eacute;, lan&ccedil;ado em 1972, ser&aacute; revivido em uma apresenta&ccedil;&atilde;o do pr&oacute;prio artista, a partir das 20h, no audit&oacute;rio do IMS do Rio de Janeiro.</p> <p> As nove faixas que constituem o repert&oacute;rio do disco, uma s&iacute;ntese de <em>rock </em>e bai&atilde;o, abrangem as mais importantes parcerias da trajet&oacute;ria do compositor, como Waly Salom&atilde;o, Torquato Neto e Jos&eacute; Carlos Capinam. O LP foi gravado ap&oacute;s Macal&eacute; retornar de Londres, onde participou, como violonista e compositor, da produ&ccedil;&atilde;o do &aacute;lbum <em>Transa</em>, de Caetano Veloso. Intitulado <em>Jards Macal&eacute; Canta</em>, o disco teve participa&ccedil;&atilde;o dos m&uacute;sicos Tutty Moreno, na bateria, e Lanny Gordin, na guitarra, viol&atilde;o e baixo.</p> <p> &ldquo;O disco continua sendo muito emblem&aacute;tico, porque representa toda uma gera&ccedil;&atilde;o que naquela &eacute;poca estava &agrave;s voltas com a Tropic&aacute;lia e com a quebra de paradigmas, em busca de um som mais contempor&acirc;neo na M&uacute;sica Popular Brasileira&rdquo;, diz a coordenadora de m&uacute;sica do IMS, Bia Paes Leme. &ldquo;Foi o primeiro LP de Macal&eacute;, autoral, ousado e onde ele literalmente fez o que quis&rdquo;.</p> <p> Nascido em 1943, o carioca Jards Anet da Silva estudou orquestra&ccedil;&atilde;o, viol&atilde;o cl&aacute;ssico, composi&ccedil;&atilde;o e an&aacute;lise musical, tendo como professores nomes como o maestro Guerra Peixe e o violonista Tur&iacute;bio Santos. O apelido &ldquo;Macal&eacute;&rdquo;, uma alus&atilde;o ao pior jogador do Botafogo na &eacute;poca, veio da inf&acirc;ncia, em fun&ccedil;&atilde;o da falta de habilidade do artista com a bola.</p> <p> Nas artes, Jards Macal&eacute; atua desde os anos 60 em diversas modalidades, principalmente na m&uacute;sica, tanto popular como erudita. Na MPB, ficou famoso ao concorrer, em 1969, no 4&ordm; Festival Internacional da Can&ccedil;&atilde;o com <em>Gotham City,</em> m&uacute;sica em parceria com Capinam que fazia cr&iacute;tica ao momento pol&iacute;tico vivido na &eacute;poca pelo pa&iacute;s. No mesmo ano, come&ccedil;ou a compor para a cantora Gal Costa, int&eacute;rprete que eternizou a composi&ccedil;&atilde;o mais conhecida de Macal&eacute;, <em>Vapor Barato</em>, feita em parceria com Waly Salom&atilde;o.</p> <p> Com o &aacute;lbum de Macal&eacute;, j&aacute; s&atilde;o oito os LPs marcantes da era do vinil relembrados na s&eacute;rie criada pelo IMS. Segundo Bia Paes Leme, o crit&eacute;rio de sele&ccedil;&atilde;o dos discos se baseia na mem&oacute;ria afetiva da equipe encarregada do projeto: al&eacute;m dela, os jornalistas Fl&aacute;vio Pinheiro, superintendente-geral do IMS, e Paulo Roberto Pires, ambos especializados em m&uacute;sica.</p> <p> &ldquo;A gente escolhe os discos conversando, lembrando de LPs e pensando em possibilidades de <em>show</em>, se o artista est&aacute; vivo ou n&atilde;o&rdquo;, diz. Para cada show &eacute; feito um folder no tamanho de um LP, como se fosse a capa, com textos sobre a hist&oacute;ria do disco e do artista e coment&aacute;rios sobre cada uma das m&uacute;sicas. &ldquo;H&aacute; um jornalista apresentando o <em>show</em>, que &eacute; um bate-papo entre o artista e o apresentador&rdquo;, explica Bia, tamb&eacute;m instrumentista e arranjadora.</p> <p> No caso de <em>shows </em>que revivem discos de artistas j&aacute; falecidos, a interpreta&ccedil;&atilde;o ficou a cargo de outro cantor. Foi o que ocorreu este ano com o espet&aacute;culo que relembrou o LP lan&ccedil;ado em 1967 por Sidney Miller, com as m&uacute;sicas do compositor interpretadas pela cantora Joyce.</p> <p> &ldquo;Abrimos a s&eacute;rie com um disco, <em>A Arte Negra de Wilson Moreira e Nei Lopes</em>, de 1980, que estava bastante esquecido. Depois disso, eles voltaram a fazer shows juntos e isso foi muito importante&rdquo;, diz a coordenadora de m&uacute;sica do IMS sobre a s&eacute;rie, que segundo ela, n&atilde;o tem prazo para acabar.</p> <p> O pr&oacute;ximo <em>show </em>da s&eacute;rie, ainda sem data marcada, vai reviver a pol&ecirc;mica entre Noel Rosa e Wilson Batista, que marcou o samba carioca na d&eacute;cada de 30 do s&eacute;culo passado. Caber&aacute; ao sambista Monarco defender as m&uacute;sicas de Noel, enquanto as de Batista ficar&atilde;o a cargo de outro veterano do samba: Nelson Sargento.</p> <p> Embora o embate no samba n&atilde;o tenha resultado em um LP protagonizado pelos dois protagonistas do duelo, a disputa foi gravada em um disco posteriormente em 1956 por Francisco Egydio e Roberto Paiva, entre outras regrava&ccedil;&otilde;es mais recentes.</p> <p> A disputa musical teve in&iacute;cio ap&oacute;s o lan&ccedil;amento de <em>Len&ccedil;o no Pesco&ccedil;o </em>de Wilson Batista sobre o estilo de vida do malandro carioca. Noel n&atilde;o gostou da forma como Wilson Batista retratou a malandragem e respondeu com <em>Rapaz Folgado</em>. A batalha musical resultou em cl&aacute;ssicos como <em>Palpite Infeliz</em> e <em>Feiti&ccedil;o da Vila</em>, ambas de Noel, e <em>Frankenstein Da Vila</em>, de Wilson Batista.</p> <p> Os ingressos para o <em>show </em>de Macal&eacute;, nesta ter&ccedil;a-feira, j&aacute; est&atilde;o esgotados, mas haver&aacute; um tel&atilde;o para o p&uacute;blico excedente na parte externa do Instituto Moreira Salles, localizado na Rua Marqu&ecirc;s de S&atilde;o Vicente, 476, na G&aacute;vea, zona sul do Rio.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> apresenta Cultura disco disco emblemático disputa entre noel rosa e wilson batista feitiço da vila frankestein da vila gothan city Jards Macalé jards macalé canta lenço no pescoço LP noel rosa palpite infeliz rapaz folgado show vapor barato vinil wilson batista Tue, 14 Aug 2012 21:27:55 +0000 fabio.massalli 701083 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/