gothan city https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/140445/all pt-br Show relembra primeiro disco de Jards Macalé https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-08-14/show-relembra-primeiro-disco-de-jards-macale <p> Paulo Virgilio<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro - A s&eacute;rie de <em>shows Grandes Discos da M&uacute;sica Brasileira</em>, realizada desde outubro de 2010 pelo Instituto Moreira Salles (IMS) relembra nesta ter&ccedil;a-feira (14), &agrave;s 20h, mais um LP (disco de vinil) considerado hist&oacute;rico pelos estudiosos da MPB. O primeiro disco do compositor e int&eacute;rprete carioca Jards Macal&eacute;, lan&ccedil;ado em 1972, ser&aacute; revivido em uma apresenta&ccedil;&atilde;o do pr&oacute;prio artista, a partir das 20h, no audit&oacute;rio do IMS do Rio de Janeiro.</p> <p> As nove faixas que constituem o repert&oacute;rio do disco, uma s&iacute;ntese de <em>rock </em>e bai&atilde;o, abrangem as mais importantes parcerias da trajet&oacute;ria do compositor, como Waly Salom&atilde;o, Torquato Neto e Jos&eacute; Carlos Capinam. O LP foi gravado ap&oacute;s Macal&eacute; retornar de Londres, onde participou, como violonista e compositor, da produ&ccedil;&atilde;o do &aacute;lbum <em>Transa</em>, de Caetano Veloso. Intitulado <em>Jards Macal&eacute; Canta</em>, o disco teve participa&ccedil;&atilde;o dos m&uacute;sicos Tutty Moreno, na bateria, e Lanny Gordin, na guitarra, viol&atilde;o e baixo.</p> <p> &ldquo;O disco continua sendo muito emblem&aacute;tico, porque representa toda uma gera&ccedil;&atilde;o que naquela &eacute;poca estava &agrave;s voltas com a Tropic&aacute;lia e com a quebra de paradigmas, em busca de um som mais contempor&acirc;neo na M&uacute;sica Popular Brasileira&rdquo;, diz a coordenadora de m&uacute;sica do IMS, Bia Paes Leme. &ldquo;Foi o primeiro LP de Macal&eacute;, autoral, ousado e onde ele literalmente fez o que quis&rdquo;.</p> <p> Nascido em 1943, o carioca Jards Anet da Silva estudou orquestra&ccedil;&atilde;o, viol&atilde;o cl&aacute;ssico, composi&ccedil;&atilde;o e an&aacute;lise musical, tendo como professores nomes como o maestro Guerra Peixe e o violonista Tur&iacute;bio Santos. O apelido &ldquo;Macal&eacute;&rdquo;, uma alus&atilde;o ao pior jogador do Botafogo na &eacute;poca, veio da inf&acirc;ncia, em fun&ccedil;&atilde;o da falta de habilidade do artista com a bola.</p> <p> Nas artes, Jards Macal&eacute; atua desde os anos 60 em diversas modalidades, principalmente na m&uacute;sica, tanto popular como erudita. Na MPB, ficou famoso ao concorrer, em 1969, no 4&ordm; Festival Internacional da Can&ccedil;&atilde;o com <em>Gotham City,</em> m&uacute;sica em parceria com Capinam que fazia cr&iacute;tica ao momento pol&iacute;tico vivido na &eacute;poca pelo pa&iacute;s. No mesmo ano, come&ccedil;ou a compor para a cantora Gal Costa, int&eacute;rprete que eternizou a composi&ccedil;&atilde;o mais conhecida de Macal&eacute;, <em>Vapor Barato</em>, feita em parceria com Waly Salom&atilde;o.</p> <p> Com o &aacute;lbum de Macal&eacute;, j&aacute; s&atilde;o oito os LPs marcantes da era do vinil relembrados na s&eacute;rie criada pelo IMS. Segundo Bia Paes Leme, o crit&eacute;rio de sele&ccedil;&atilde;o dos discos se baseia na mem&oacute;ria afetiva da equipe encarregada do projeto: al&eacute;m dela, os jornalistas Fl&aacute;vio Pinheiro, superintendente-geral do IMS, e Paulo Roberto Pires, ambos especializados em m&uacute;sica.</p> <p> &ldquo;A gente escolhe os discos conversando, lembrando de LPs e pensando em possibilidades de <em>show</em>, se o artista est&aacute; vivo ou n&atilde;o&rdquo;, diz. Para cada show &eacute; feito um folder no tamanho de um LP, como se fosse a capa, com textos sobre a hist&oacute;ria do disco e do artista e coment&aacute;rios sobre cada uma das m&uacute;sicas. &ldquo;H&aacute; um jornalista apresentando o <em>show</em>, que &eacute; um bate-papo entre o artista e o apresentador&rdquo;, explica Bia, tamb&eacute;m instrumentista e arranjadora.</p> <p> No caso de <em>shows </em>que revivem discos de artistas j&aacute; falecidos, a interpreta&ccedil;&atilde;o ficou a cargo de outro cantor. Foi o que ocorreu este ano com o espet&aacute;culo que relembrou o LP lan&ccedil;ado em 1967 por Sidney Miller, com as m&uacute;sicas do compositor interpretadas pela cantora Joyce.</p> <p> &ldquo;Abrimos a s&eacute;rie com um disco, <em>A Arte Negra de Wilson Moreira e Nei Lopes</em>, de 1980, que estava bastante esquecido. Depois disso, eles voltaram a fazer shows juntos e isso foi muito importante&rdquo;, diz a coordenadora de m&uacute;sica do IMS sobre a s&eacute;rie, que segundo ela, n&atilde;o tem prazo para acabar.</p> <p> O pr&oacute;ximo <em>show </em>da s&eacute;rie, ainda sem data marcada, vai reviver a pol&ecirc;mica entre Noel Rosa e Wilson Batista, que marcou o samba carioca na d&eacute;cada de 30 do s&eacute;culo passado. Caber&aacute; ao sambista Monarco defender as m&uacute;sicas de Noel, enquanto as de Batista ficar&atilde;o a cargo de outro veterano do samba: Nelson Sargento.</p> <p> Embora o embate no samba n&atilde;o tenha resultado em um LP protagonizado pelos dois protagonistas do duelo, a disputa foi gravada em um disco posteriormente em 1956 por Francisco Egydio e Roberto Paiva, entre outras regrava&ccedil;&otilde;es mais recentes.</p> <p> A disputa musical teve in&iacute;cio ap&oacute;s o lan&ccedil;amento de <em>Len&ccedil;o no Pesco&ccedil;o </em>de Wilson Batista sobre o estilo de vida do malandro carioca. Noel n&atilde;o gostou da forma como Wilson Batista retratou a malandragem e respondeu com <em>Rapaz Folgado</em>. A batalha musical resultou em cl&aacute;ssicos como <em>Palpite Infeliz</em> e <em>Feiti&ccedil;o da Vila</em>, ambas de Noel, e <em>Frankenstein Da Vila</em>, de Wilson Batista.</p> <p> Os ingressos para o <em>show </em>de Macal&eacute;, nesta ter&ccedil;a-feira, j&aacute; est&atilde;o esgotados, mas haver&aacute; um tel&atilde;o para o p&uacute;blico excedente na parte externa do Instituto Moreira Salles, localizado na Rua Marqu&ecirc;s de S&atilde;o Vicente, 476, na G&aacute;vea, zona sul do Rio.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> apresenta Cultura disco disco emblemático disputa entre noel rosa e wilson batista feitiço da vila frankestein da vila gothan city Jards Macalé jards macalé canta lenço no pescoço LP noel rosa palpite infeliz rapaz folgado show vapor barato vinil wilson batista Tue, 14 Aug 2012 21:27:55 +0000 fabio.massalli 701083 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/