biotérios https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/138623/all pt-br Veterinários serão responsáveis por animais usados em experiências de laboratório https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-07-23/veterinarios-serao-responsaveis-por-animais-usados-em-experiencias-de-laboratorio <p> Carolina Gon&ccedil;alves<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; A partir de agora, as experi&ecirc;ncias cient&iacute;ficas com uso de animais no Brasil ter&atilde;o que ser acompanhadas, obrigatoriamente, por veterin&aacute;rios. A exig&ecirc;ncia da presen&ccedil;a desses profissionais foi determinada pelo Conselho Nacional de Controle de Experimenta&ccedil;&atilde;o Animal (Concea), do Minist&eacute;rio da Ci&ecirc;ncia, Tecnologia e Inova&ccedil;&atilde;o (MCTI).</p> <p> Na pr&aacute;tica, a maior parte dos laborat&oacute;rios de pesquisa que utilizam animais para experimenta&ccedil;&atilde;o cient&iacute;fica e ensino, mais conhecidos como biot&eacute;rios, j&aacute; mant&eacute;m veterin&aacute;rios em suas equipes, segundo informa&ccedil;&otilde;es do Conselho Federal de Medicina Veterin&aacute;ria (CFMV).</p> <p> &ldquo;O que se pretende &eacute; que a prerrogativa seja levada &agrave; sociedade em geral, para que o n&uacute;mero cada vez maior de universidades que t&ecirc;m biot&eacute;rios tamb&eacute;m cumpra essa norma&rdquo;, explicou o professor e pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Alberto Costa, que preside a Comiss&atilde;o de &Eacute;tica, Bio&eacute;tica e Bem-Estar Animal do CFMV.</p> <p> Com a medida, procedimentos como analgesia, eutan&aacute;sia, administra&ccedil;&atilde;o de medicamentos e &oacute;bito dos animais e a garantia de boas condi&ccedil;&otilde;es do ar e de alimenta&ccedil;&atilde;o passam a ser compet&ecirc;ncia e responsabilidade dos veterin&aacute;rios. A equipe de pesquisadores ficar&aacute; respons&aacute;vel exclusivamente pelos estudos cient&iacute;ficos.</p> <p> &ldquo;Quem pode avaliar se animal est&aacute; sendo submetido a sofrimento ou dor, durante um procedimento, em aula pr&aacute;tica ou pesquisa, &eacute; o medico veterin&aacute;rio&rdquo;, explicou Alberto Costa. Os cientistas reconhecem que, apesar de n&atilde;o terem o n&iacute;vel de consci&ecirc;ncia do ser humano, os animais s&atilde;o capazes de experimentar as sensa&ccedil;&otilde;es negativas e positivas, desde euforia &agrave; frustra&ccedil;&atilde;o, dor e sofrimento intenso. &ldquo;A presen&ccedil;a do m&eacute;dico veterin&aacute;rio contribui para que n&atilde;o ocorra essa situa&ccedil;&atilde;o de sofrimento&rdquo;, acrescentou o professor.</p> <p> A obrigatoriedade, por outro lado, desperta, entre alguns pesquisadores e cientistas, o temor de que os veterin&aacute;rios interfiram nos procedimentos exclusivamente cient&iacute;ficos. Mas o coordenador do Centro de Experimenta&ccedil;&atilde;o Animal do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), Carlos M&uuml;ller, garante que a nova norma, que cria mecanismos rigorosos de controle da experimenta&ccedil;&atilde;o, trata apenas da assist&ecirc;ncia t&eacute;cnica e sanit&aacute;ria aos animais. &ldquo;Atualmente, existem pessoas que n&atilde;o fazem sequer analgesia nos animais [submetidos &agrave;s experi&ecirc;ncias]. O pesquisador &eacute; pontual na pesquisa, mas nem sempre tem a experi&ecirc;ncia de dia a dia com o animal&rdquo;, disse.</p> <p> A altera&ccedil;&atilde;o nas regras desse tipo de experimento reacende ainda o debate sobre alternativas que substituam o uso de animais em pesquisas. Alguns segmentos, como o da ind&uacute;stria cosm&eacute;tica, validaram m&eacute;todos alternativos de substitui&ccedil;&atilde;o. Mas, quando se trata de pesquisas em geral, M&uuml;ller &eacute; enf&aacute;tico em afirmar que &ldquo;n&atilde;o ter&aacute; t&atilde;o cedo no Brasil. N&atilde;o existem m&eacute;todos substitutivos porque falta investimento&rdquo;.</p> <p> Para o pesquisador, o estabelecimento de m&eacute;todos alternativos em testes cient&iacute;ficos pode demorar de dez a 12 anos para ser conclu&iacute;do. Al&eacute;m da falta de sinaliza&ccedil;&atilde;o de investimentos, M&uuml;ller ainda destaca que apenas este ano o Brasil sediar&aacute; um evento internacional sobre o tema. &ldquo;Na Europa, voc&ecirc; v&ecirc; fortunas investidas nesses m&eacute;todos. Aqui [no Brasil], n&atilde;o adianta ficar cobrando do pesquisador. Voc&ecirc; at&eacute; substitui aulas com m&eacute;todos alternativos, mas na pesquisa n&atilde;o&rdquo;, relatou.</p> <p> A dificuldade em reproduzir, de forma padronizada, a variedade de condi&ccedil;&otilde;es exigidas pelas pesquisas &eacute; o principal problema apontado pelos pesquisadores para a substitui&ccedil;&atilde;o dos animais nos estudos. &ldquo;Imagina voc&ecirc; fazer controle de qualidade de vacina de hepatite, que &eacute; viral, sem usar o macaco. Se essa vacina for para a rua e n&atilde;o passar pelo macaco toda a popula&ccedil;&atilde;o que tomar a vacina ter&aacute; problema neurol&oacute;gico&rdquo;, afirmou M&uuml;ller.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Lana Cristina</em><br /> &nbsp;</p> animais biotérios CFMV Concea experiências científicos investimentos laboratórios MCTI método alternativo Pesquisa e Inovação pesquisas testes universidades veterinários Mon, 23 Jul 2012 22:39:35 +0000 lana 699586 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/