Operação Marajoara https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/138448/all pt-br Ministério Público Federal denuncia mais um militar por sequestro durante a Guerrilha do Araguaia https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-07-20/ministerio-publico-federal-denuncia-mais-um-militar-por-sequestro-durante-guerrilha-do-araguaia <p> Heloisa Cristaldo<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia - Mais um militar respons&aacute;vel por crimes contra a humanidade durante a Guerrilha do Araguaia foi denunciado pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal (MPF) &agrave; Justi&ccedil;a Federal em Marab&aacute; (PA). O major da reserva L&iacute;cio Augusto Maciel, que usava, na d&eacute;cada de 1970, o codinome de dr. Asdr&uacute;bal, foi denunciado pelo sequestro de Divino Ferreira de Sousa, o Nunes, capturado e ilegalmente detido pelo Ex&eacute;rcito durante a repress&atilde;o &agrave; guerrilha em 1973.</p> <p> O sequestro de Divino ocorreu durante a Opera&ccedil;&atilde;o Marajoara, &uacute;ltima fase dos combates entre o Ex&eacute;rcito e os militantes. De acordo com a den&uacute;ncia, Divino foi emboscado no dia 14 de outubro de 1973 pelos militares chefiados por L&iacute;cio.</p> <p> Na ocasi&atilde;o, Divino estava acompanhado de tr&ecirc;s militantes do PCdoB, Andr&eacute; Grabois (o Z&eacute; Carlos), Jo&atilde;o Gualberto Calatroni (o Zeb&atilde;o) e Ant&ocirc;nio Alfredo de Lima (o Alfredo). Ao avistarem os militantes, L&iacute;cio e seus homens abriram fogo. Tr&ecirc;s guerrilheiros foram executados e Divino foi sequestrado e levado para a base militar da Casa Azul, em Marab&aacute;. Apesar de ferido, Divino foi interrogado e torturado na pris&atilde;o. Depois dessa ocasi&atilde;o, n&atilde;o foi mais visto.</p> <p> Entre as testemunhas do sequestro de Divino est&aacute; o militar Jos&eacute; Vargas Jimenez, que escreveu um livro sobre a repress&atilde;o &agrave; guerrilha e depois confirmou todas as informa&ccedil;&otilde;es em depoimento &agrave;s autoridades. Ele disse que Divino foi capturado com vida e levado para as depend&ecirc;ncias do Ex&eacute;rcito.</p> <p> O mesmo depoimento foi prestado por Manoel Leal Lima, o Vanu, que servia de guia para o grupo de militares durante a emboscada. Vanu e Jimenez, e outras testemunhas relataram os sepultamentos dos tr&ecirc;s militantes mortos na ocasi&atilde;o, sobre a morte de Divino, n&atilde;o h&aacute; relatos consistentes.</p> <p> Para o MPF, a responsabiliza&ccedil;&atilde;o penal de L&iacute;cio Augusto Maciel decorre da sua &ldquo;inequ&iacute;voca&rdquo; participa&ccedil;&atilde;o nos crimes relatados na den&uacute;ncia, o que inclusive foi reconhecido por ele em depoimento prestado na Justi&ccedil;a Federal do Rio de Janeiro, em 2010.</p> <p> Segundo o procurador da Rep&uacute;blica do estado do Par&aacute; Ubirat&atilde; Cazetta, a den&uacute;ncia &eacute; resultado de expedi&ccedil;&otilde;es do Grupo de Trabalho Araguaia e os crimes de sequestro cometidos durante o regime militar n&atilde;o est&atilde;o prescritos ou cobertos pela anistia por serem crimes permanentes, conforme decis&otilde;es do Supremo Tribunal Federal e tamb&eacute;m da Corte Interamericana de Direitos Humanos.</p> <p> Essa &eacute; a segunda a&ccedil;&atilde;o penal movida pelo MPF contra militares envolvidos em crimes contra a humanidade e graves viola&ccedil;&otilde;es a direitos humanos durante a Guerrilha do Araguaia. O primeiro denunciado foi o oficial da reserva Sebasti&atilde;o Curi&oacute;. A den&uacute;ncia n&atilde;o foi aceita pela 2&ordf; Vara da Justi&ccedil;a Federal de Marab&aacute;, mas o Minist&eacute;rio P&uacute;blico j&aacute; entrou com <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-03-13/mpf-vai-apresentar-denuncia-envolvendo-major-curio-por-crime-durante-guerrilha-do-araguaia">recurso</a>.<br /> &nbsp;</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Rivadavia Severo</em></p> crimes direitos humanos Exército Grupo de Trabalho Araguaia Guerrilha do Araguaia Justiça militares MPF Operação Marajoara sequestro Fri, 20 Jul 2012 21:03:38 +0000 rivadavia.severo 699466 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/