remoção forçada de terras https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/135954/all pt-br MPF quer que União conceda indenização de R$ 170 milhões a indíos guyrarokás de MS https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-06-19/mpf-quer-que-uniao-conceda-indenizacao-de-r-170-milhoes-indios-guyrarokas-de-ms <p> Alex Rodrigues<br /> <em>Rep&oacute;rter Ag&ecirc;ncia Brasil </em></p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/3/gallery_assist638517/prev/1300VAC_4058.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />Bras&iacute;lia - O Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal de Mato Grosso do Sul (MPF-MS) ajuizou a&ccedil;&atilde;o civil p&uacute;blica na Justi&ccedil;a Federal contra a Uni&atilde;o e a Funda&ccedil;&atilde;o Nacional do &Iacute;ndio (Funai). No processo, o procurador da Rep&uacute;blica em Dourados (MS), Marco Antonio Delfino de Almeida, pede uma indeniza&ccedil;&atilde;o de R$ 170 milh&otilde;es por danos morais e materiais sofridos pelos &iacute;ndios guyrarok&aacute;s, v&iacute;timas da &ldquo;remo&ccedil;&atilde;o for&ccedil;ada de suas terras&rdquo; e da &ldquo;demora da Uni&atilde;o em demarcar as terras tradicionais ind&iacute;genas&rdquo;.</p> <p> O MPF quer que o valor da indeniza&ccedil;&atilde;o que for obtida na Justi&ccedil;a seja integralmente destinado a pol&iacute;ticas p&uacute;blicas que beneficiem os guyrarok&aacute;s e seu territ&oacute;rio, reconhecido como terra ind&iacute;gena em 2009.</p> <p> &ldquo;O importante &eacute; que isso sirva para que os governos repensem suas a&ccedil;&otilde;es. A mera devolu&ccedil;&atilde;o das terras aos ind&iacute;genas, embora seja um primeiro passo important&iacute;ssimo, n&atilde;o &eacute; o bastante. Quando s&atilde;o devolvidas, a maior parte delas est&aacute; desmatada, erodida e esgotada pelo uso agr&iacute;cola intensivo. Acusar os &iacute;ndios que obt&eacute;m a demarca&ccedil;&atilde;o de suas terras de n&atilde;o trabalhar &eacute; f&aacute;cil, mas a verdade &eacute; que para recuperar [a produtividade de] suas terras, de forma que elas garantam meios de subsist&ecirc;ncia &agrave; popula&ccedil;&atilde;o, s&atilde;o necess&aacute;rios recursos de que os &iacute;ndios n&atilde;o disp&otilde;em&rdquo;, disse Delfino &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>.</p> <p> Em 2011, o procurador j&aacute; havia antecipado &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> que ajuizaria uma s&eacute;rie de a&ccedil;&otilde;es individualizadas para tentar fazer com que a <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-12-05/mpf-quer-que-uniao-seja-responsabilizada-por-conflito-entre-fazendeiros-e-indios-de-ms">Justi&ccedil;a Federal responsabilizasse a Uni&atilde;o pela atual situa&ccedil;&atilde;o dos &iacute;ndios sul-matogrossenses</a>, especificamente os cerca de 50 mil &iacute;ndios guarani kaiow&aacute;.</p> <p> Segundo o procurador, <a href="http://www.prms.mpf.gov.br/servicos/sala-de-imprensa/publicacoes/tekoha-3-dia-do-indio-2012-mpf-ms/Tekoha-III-MPFMS.pdf/view?searchterm=revista%20tekoh%C3%A1">a partir do in&iacute;cio do s&eacute;culo passado, as diversas comunidades ind&iacute;genas de Mato Grosso do Sul passaram a sofrer com o processo de coloniza&ccedil;&atilde;o do estado</a>. Para dar lugar &agrave; agropecu&aacute;ria, que contava com o incentivo da Uni&atilde;o e do ent&atilde;o estado de Mato Grosso, os &iacute;ndios foram sendo expulsos &agrave; for&ccedil;a de seus territ&oacute;rios e reunidos em pequenas &aacute;reas, passando, ent&atilde;o, a depender de pol&iacute;ticas compensat&oacute;rias.</p> <p> Hoje, o estado tem a segunda maior popula&ccedil;&atilde;o ind&iacute;gena do pa&iacute;s (cerca de 70 mil pessoas), enquanto as <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-06-13/relatorio-indica-aumento-da-mortalidade-infantil-entre-povos-indigenas">disputas por terras sul-matogrossenses ocasionam os mais altos &iacute;ndices de homic&iacute;dios do pa&iacute;s</a>. Segundo relat&oacute;rio divulgado pelo Conselho Indigenista Mission&aacute;rio (Cimi), na semana passada, dos 51 assassinatos de ind&iacute;genas registrados em 2011, 32, ou 63%, ocorreram em Mato Grosso do Sul. O estado tamb&eacute;m lidera o <em>ranking</em> das tentativas de assassinatos contra &iacute;ndios, com 27 das 30 ocorr&ecirc;ncias registradas no ano passado.</p> <p> Embora esta primeira a&ccedil;&atilde;o tenha sido protocolada na 1&ordf; Vara Federal de Dourados (MS) em abril, s&oacute; hoje o MPF divulgou a iniciativa. Para chegar ao valor pedido de indeniza&ccedil;&atilde;o, o MPF usou um conceito parecido com o de lucros cessantes, tomando por base o tamanho da &aacute;rea da Terra Ind&iacute;gena Guyrarok&aacute; - pouco mais de 11 mil hectares localizados em Caarap&oacute; (MS) &ndash; e o valor anual do arrendamento da &aacute;rea e juros, desde 1927.</p> <p> De acordo com o MPF, &eacute; de 1927 o primeiro registro oficial de expuls&atilde;o da &aacute;rea de um &iacute;ndio guyrarok&aacute;. Al&eacute;m da repara&ccedil;&atilde;o m&iacute;nima de R$ 85 milh&otilde;es que os &iacute;ndios deixaram de lucrar com a &aacute;rea no per&iacute;odo, o procurador tamb&eacute;m reivindica mais R$ 85 milh&otilde;es a t&iacute;tulo de indeniza&ccedil;&atilde;o por danos morais, totalizando R$ 170 milh&otilde;es.</p> <p> Procuradas pela reportagem, a AGU informou que ainda n&atilde;o foi notificada sobre a a&ccedil;&atilde;o. J&aacute; a Funai prometeu comentar o assunto t&atilde;o logo tenha reunido as informa&ccedil;&otilde;es necess&aacute;rias.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em><br /> &nbsp;</p> Cidadania Dourados Funai guyrarokás indenização indígenas indíos guyrarokás Justiça justiça federal mato grosso do sul MPF MS políticas públicas remoção forçada de terras terras tradicionais União Tue, 19 Jun 2012 21:59:53 +0000 fabio.massalli 697437 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/