grupo de articulação https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/135646/all pt-br Grupo de Articulação da Cúpula dos Povos não acredita em documento consensual dos governantes https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-06-15/grupo-de-articulacao-da-cupula-dos-povos-nao-acredita-em-documento-consensual-dos-governantes <p> Nielmar de Oliveira<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro &ndash; Os representantes da C&uacute;pula dos Povos, evento paralelo &agrave; Confer&ecirc;ncia das Na&ccedil;&otilde;es Unidas sobre Desenvolvimento Sustent&aacute;vel (Rio+20), n&atilde;o acreditam na elabora&ccedil;&atilde;o de um documento concreto por parte dos negociadores dos pa&iacute;ses que integram o evento oficial, que ocorre no Riocentro, na zona oeste da cidade.</p> <p> Hoje (15), no Aterro do Flamengo, onde se realiza o encontro da C&uacute;pula dos Povos, em entrevista coletiva concedida pelos representantes do Grupo de Articula&ccedil;&atilde;o do Comit&ecirc; Facilitador da Sociedade Civil (CFSC), o dirigente da Via Campesina, Luiz Zarref, disse que o grupo vem acompanhando com aten&ccedil;&atilde;o o desenrolar das negocia&ccedil;&otilde;es no Riocentro, mas que n&atilde;o alimenta expectativas de que haja acordos concretos e consensuais em prol da defini&ccedil;&atilde;o de uma pol&iacute;tica de sustentabilidade.</p> <p> &ldquo;At&eacute; agora, as nossas expectativas s&atilde;o que n&atilde;o sair&aacute; nenhum documento a favor dos povos, do planeta e do meio ambiente. Ao contr&aacute;rio, o que est&aacute; saindo &eacute; uma nova engenharia de um sistema capitalista que est&aacute; em crise no seu centro principal &ndash; a Europa e a Am&eacute;rica do Norte &ndash; e que est&aacute; tentando descobrir novas ferramentas para se apropriar dos territ&oacute;rios dos pa&iacute;ses do Sul, pa&iacute;ses que possuem povos e comunidades em espa&ccedil;os que n&atilde;o foram ainda totalmente dominados pelo capital&rdquo;.</p> <p> Na avalia&ccedil;&atilde;o dos representantes da C&uacute;pula dos Povos, os documentos do processo oficial j&aacute; n&atilde;o inspiram confian&ccedil;a, o que leva ao avan&ccedil;o cada vez maior da leitura de que n&atilde;o sair&aacute; nada de positivo da c&uacute;pula oficial. &ldquo;Se, na Rio92 [Confer&ecirc;ncia das Na&ccedil;&otilde;es Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento], n&oacute;s t&iacute;nhamos disputa por posi&ccedil;&otilde;es distintas, uma vez que tinham pa&iacute;ses que ainda se preocupavam com a solidariedade dos povos, com o bem da humanidade, nesta c&uacute;pula isso j&aacute; n&atilde;o ocorre. H&aacute;, sim, um ou outro pa&iacute;s que ainda tem defendido a sua posi&ccedil;&atilde;o mais favor&aacute;vel aos povos, mas que ainda est&aacute; em uma posi&ccedil;&atilde;o bastante isolada&rdquo;, disse Zarref, sem, no entanto, citar o nome de pa&iacute;ses nessa situa&ccedil;&atilde;o.</p> <p> Para Cindy Wiesner, do Grassroot Global Justice Alliance (GGJ), ativista dos Estados Unidos, est&aacute; cada vez mais claro que o que est&aacute; ocorrendo no Rio &eacute; o confronto simult&acirc;neo entre duas ideologias que, basicamente, v&atilde;o ditar o futuro da humanidade e do planeta. &ldquo;O que temos que ter claro &eacute; que esses dois pensamentos, essas duas filosofias, s&atilde;o pr&aacute;ticas muito diferentes. Uma fala diretamente sobre as causas estruturais e as ra&iacute;zes dos problemas &ndash; n&atilde;o se atendo basicamente a solu&ccedil;&otilde;es tempor&aacute;rias&rdquo;.</p> <p> Segundo Cindy Wiesner, enquanto na C&uacute;pula dos Povos ocorre um processo que envolve discuss&otilde;es que englobam mais de 800 atividades autogestionadas, com plen&aacute;rias em que se discutem solu&ccedil;&otilde;es para as mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas e os temas sociais, no encontro oficial, procura-se utilizar o tema do desenvolvimento sustentado como forma de justificar e salvar o capital.</p> <p> Para o Grupo de Articula&ccedil;&atilde;o, segundo ela, o que est&aacute; claro &eacute; a total falta de confian&ccedil;a nos resultados do encontro entre os governantes. &ldquo;Uma vez que os entraves ao desenvolvimento sustent&aacute;vel e a busca de uma solu&ccedil;&atilde;o real s&atilde;o exatamente os obst&aacute;culos colocados pelas empresas transnacionais e os governos que nada mais fazem do que defender os interesses dos capitalistas&rdquo;.</p> <p> Na entrevista, a mo&ccedil;ambicana Gra&ccedil;a Samo denunciou o avan&ccedil;o maci&ccedil;o do capital privado sobre as riquezas de Mo&ccedil;ambique. &ldquo;&Eacute; um pa&iacute;s que est&aacute; sofrendo muito com os grandes investimentos e a influ&ecirc;ncia cada vez maior das multinacionais. Eles est&atilde;o invadindo a vida particular das comunidades e criando muito sofrimento entre as pessoas ao expropriarem as suas propriedades e, com isso, retirando o sustento das fam&iacute;lias, que prov&eacute;m basicamente da agricultura&rdquo;.</p> <p> Segundo ela, esta &ldquo;invas&atilde;o&rdquo; capitalista est&aacute; se dando sem que haja qualquer di&aacute;logo ou busca de alternativas de sobreviv&ecirc;ncia para as comunidades. &ldquo;O fato &eacute; que h&aacute; uma revolta muito grande por parte das popula&ccedil;&otilde;es afetadas, totalmente afastadas das suas terras e zonas de resid&ecirc;ncia, muitas vezes para regi&otilde;es onde n&atilde;o h&aacute; condi&ccedil;&otilde;es b&aacute;sicas de sobreviv&ecirc;ncia &ndash; seja do ponto de vista do saneamento b&aacute;sico ou de condi&ccedil;&otilde;es adequadas de moradia&rdquo;.</p> <p> Acompanhe a <a href="http://www.rio20.ebc.com.br">cobertura multim&iacute;dia</a> da <strong>Empresa Brasil de Comunica&ccedil;&atilde;o (EBC)</strong> na Rio+20.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Lana Cristina</em><br /> &nbsp;</p> Aterro do Flamengo capital Cúpula dos Povos documento final futuro governantes grupo de articulação humanidade negociadores países planeta povos Rio+20 Rio+20 Riocentro Fri, 15 Jun 2012 22:30:35 +0000 lana 697160 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/