Santa Música Faz! https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/132581/all pt-br Projeto leva estilos musicais diferenciados às comunidades pacificadas do Rio https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-04-28/projeto-leva-estilos-musicais-diferenciados-comunidades-pacificadas-do-rio <p> Paulo Virgilio<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Um projeto de inclus&atilde;o cultural est&aacute; proporcionando &agrave;s comunidades pacificadas do Rio de Janeiro a oportunidade de conhecer outras sonoridades musicais, al&eacute;m daquelas que os ouvidos de seus moradores est&atilde;o mais acostumados, como <em>funk</em>, <em>hip hop</em>, pagode e samba. Iniciado em fevereiro no Morro da Mineira, no Catumbi, o Santa M&uacute;sica Faz! chega neste s&aacute;bado (28) ao Morro da Provid&ecirc;ncia, tamb&eacute;m na &aacute;rea central do Rio e considerado oficialmente a favela mais antiga da cidade.</p> <p> &ldquo;A gente quer trazer para essas comunidades estilos diferenciados, como <em>blues</em>, <em>rock</em>, <em>jazz</em>, instrumental brasileira e m&uacute;sica cl&aacute;ssica, sempre com artistas de renome&rdquo;, explica o coordenador-geral do projeto, David Miguel. Na Provid&ecirc;ncia, o evento tem como destaque apresenta&ccedil;&otilde;es do saxofonista Leo Gandelman, do trombonista Z&eacute; da Velha, dos trompetistas Silv&eacute;rio Pontes e Paulinho Trompete, al&eacute;m do baixista Rodrigo Santos, da banda Bar&atilde;o Vermelho.</p> <p> De acordo com Miguel, para cada comunidade o projeto estabelece um grupo de instrumentos musicais para ser o destaque das apresenta&ccedil;&otilde;es. No Morro da Mineira, foi o piano, tendo a consagrada concertista Clara Sverner como atra&ccedil;&atilde;o principal. Em mar&ccedil;o, no Morro do Chap&eacute;u Mangueira, no Leme, zona sul da cidade, o destaque foram os instrumentos de cordas, com a harpista Cristina Braga, o violinista Felipe Prazeres (spalla da orquestra Petrobras Sinf&ocirc;nica) e o maestro Jaime Alem. J&aacute; no Morro da Provid&ecirc;ncia, a escolha recaiu sobre os instrumentos de sopro.</p> <p> &ldquo;Foi uma licen&ccedil;a po&eacute;tica nossa. &Eacute; um morro alto, de frente para a zona portu&aacute;ria, com muito contato com o ar&rdquo;, explica Miguel. As apresenta&ccedil;&otilde;es ser&atilde;o a partir das 16h, em quatro espa&ccedil;os da comunidade, cada um deles com uma parte da programa&ccedil;&atilde;o. Al&eacute;m dos m&uacute;sicos de fora que o projeto leva ao morro, os destaques musicais da comunidade tamb&eacute;m t&ecirc;m sua vez no projeto. No caso do Morro da Provid&ecirc;ncia, a bateria mirim do Seu N&eacute;lio, a cantora Hel&ocirc; e seu filho, o violonista Marlon e um quinteto formado por jovens alunos de um professor da comunidade que ensina m&uacute;sica erudita se apresentam no projeto neste s&aacute;bado.</p> <p> De acordo com David Miguel, h&aacute; boa receptividade aos estilos diferenciados por parte dos artistas que se dedicam nas comunidades ao<em> funk</em>, ao <em>hip hop</em> e ao samba. &ldquo;Geralmente s&atilde;o pessoas muito abertas e que sempre quiseram que a comunidade tivesse outras op&ccedil;&otilde;es&rdquo;, afirma. &ldquo;Os artistas da comunidade que se apresentam no projeto tocam seus pr&oacute;prios estilos e ritmos. A gente faz uma fus&atilde;o&rdquo;, explica.</p> <p> O coordenador do Santa M&uacute;sica Faz! garante que os moradores tamb&eacute;m v&ecirc;m recebendo muito bem a iniciativa. &ldquo;No come&ccedil;o, t&iacute;nhamos um certo receio, j&aacute; que viemos de fora com a proposta de trazer algo diferente, mas hoje a nossa impress&atilde;o &eacute; de que essas comunidades ficaram tanto tempo exclu&iacute;das que agora se faz necess&aacute;rio que eles tenham essa op&ccedil;&atilde;o para se integrarem &agrave; cidade do Rio de Janeiro. Os pr&oacute;prios moradores j&aacute; n&atilde;o aguentavam mais essa exclus&atilde;o&rdquo;, diz David Miguel.</p> <p> O Santa M&uacute;sica Faz! tem patroc&iacute;nio do governo do Rio de Janeiro e apoio da prefeitura da cidade, de organiza&ccedil;&otilde;es n&atilde;o-governamentais e de entidades do meio empresarial, como o Sesi Cidadania. O objetivo &eacute; chegar at&eacute; 2013 a todas as 19 comunidades j&aacute; pacificadas. &ldquo;A nossa proposta &eacute; fazer da m&uacute;sica uma ferramenta para a paz e inclus&atilde;o cultural. &Eacute; quebrar essa parede imagin&aacute;ria que faz com que a cidade do Rio de Janeiro seja partida entre as pessoas que moram no asfalto e as que vivem nos morros&rdquo;, afirma o coordenador do projeto.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> comunidades pacificadas Cultura favela inclusão cultural morro música Santa Música Faz! Sat, 28 Apr 2012 17:41:46 +0000 fabio.massalli 693931 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/