hereros https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/132119/all pt-br Exposição no Rio revela cotidiano de etnia africana visto pelo olhar de fotógrafo brasileiro https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-04-14/exposicao-no-rio-revela-cotidiano-de-etnia-africana-visto-pelo-olhar-de-fotografo-brasileiro <p> Paulo Virgilio<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia - Uma viagem pela cultura dos hereros, mais antigo grupo &eacute;tnico do Continente Africano, pode ser feita at&eacute; o dia 8 de julho pelos visitantes do Museu Hist&oacute;rico Nacional (MHN), no Rio de Janeiro. Aberta ao p&uacute;blico na sexta-feira (13), a exposi&ccedil;&atilde;o <em>Hereros &ndash; Angola</em>, apresenta 120 imagens, em diversos formatos, de autoria do fot&oacute;grafo e publicit&aacute;rio S&eacute;rgio Guerra, acompanhadas de uma cenografia rica em vestimentas, adere&ccedil;os e objetos de uso tradicional da etnia.</p> <p> A mostra &eacute; o resultado da paix&atilde;o que o pernambucano S&eacute;rgio Guerra adquiriu por Angola, onde viveu por mais de 15 anos, desenvolvendo um projeto de comunica&ccedil;&atilde;o para o governo daquele pa&iacute;s. Nas viagens que fez, testemunhou momentos decisivos da luta pela paz e reconstru&ccedil;&atilde;o de uma na&ccedil;&atilde;o devastada por anos de guerra civil.</p> <p> Detentor de um dos mais completos acervos de imagens da cultura de Angola, Guerra j&aacute; publicou, desde o ano 2000, sete livros com suas fotos. O mais recente, lan&ccedil;ado em 2010, &eacute; o que d&aacute; nome &agrave; atual exposi&ccedil;&atilde;o, que chega ao Rio depois de ter percorrido as cidades de S&atilde;o Paulo, Bras&iacute;lia, Lisboa e Luanda.</p> <p> O primeiro contato do fot&oacute;grafo com os hereros ocorreu em 1999, quando ele viajava pelas prov&iacute;ncias angolanas de Huila e Namibe para a grava&ccedil;&atilde;o de um programa de televis&atilde;o. &ldquo;Quando os vi pela primeira vez foi como se uma porta da minha percep&ccedil;&atilde;o tivesse sido aberta para algo que sabia existir, mas exitava em acreditar&rdquo;, conta.</p> <p> Os hereros fazem parte do grupo &eacute;tnico banto e hoje se distribuem em tr&ecirc;s pa&iacute;ses: Nam&iacute;bia, Botsuana e Angola, onde chegaram por volta do s&eacute;culo 15 e ocupam uma regi&atilde;o semides&eacute;rtica, de pastagens naturais. Historicamente n&ocirc;mades, dedicados &agrave; pecu&aacute;ria, foram for&ccedil;ados pelas autoridades coloniais portuguesas a trocar o gado e o nomadismo pela agricultura e a vida sedent&aacute;ria. Com a independ&ecirc;ncia do pa&iacute;s, retomaram suas tradi&ccedil;&otilde;es ancestrais.</p> <p> Na vizinha Nam&iacute;bia, a resist&ecirc;ncia dos hereros &agrave; escravid&atilde;o e &agrave; domina&ccedil;&atilde;o da ent&atilde;o col&ocirc;nia pela Alemanha acabou fazendo deles v&iacute;timas de um genoc&iacute;dio. Em 1904, o general alem&atilde;o Lothar von Trotha ordenou o exterm&iacute;nio de 80% dos hereros.</p> <p> Para conhecer mais de perto o modo de vida dos hereros, S&eacute;rgio Guerra passou uma temporada vivendo em suas comunidades, observando as pr&aacute;ticas cotidianas do grupo. &ldquo;Mesmo diante da escassez, eles dividem o alimento com os demais. Eles cultivam a solidariedade, evitam o egocentrismo e praticam uma economia familiar de grande intelig&ecirc;ncia&rdquo;, destaca. &ldquo;Vi que honram e festejam os seus antepassados e que praticam com grande efic&aacute;cia a justi&ccedil;a, coibindo infra&ccedil;&otilde;es com pesadas multas, que mais que o preju&iacute;zo econ&ocirc;mico representam uma reprimenda moral&rdquo;, acrescenta.</p> <p> A exposi&ccedil;&atilde;o tem curadoria do artista pl&aacute;stico e muse&oacute;logo Emanoel Ara&uacute;jo, idealizador e diretor do Museu AfroBrasil, de S&atilde;o Paulo. A visita&ccedil;&atilde;o &eacute; de ter&ccedil;a-feira a sexta-feira, das 10h &agrave;s 17h30, e aos s&aacute;bados, domingos e feriados, das 14h &agrave;s 18h. Os ingressos custam R$ 6, mas alunos da rede particular de ensino, portadores de necessidades especiais e seu acompanhante, e brasileiros de 60 anos a 64 anos pagam a metade. Est&atilde;o isentos do pagamento, mediante comprova&ccedil;&atilde;o, alunos e professores da rede p&uacute;blica de ensino, brasileiros maiores de 65 anos, crian&ccedil;as at&eacute; 5 anos, guias de turismo e estudantes de museologia.&nbsp;</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Andr&eacute;a Quintiere</em></p> África Angola Cultura exposição hereros Museu Histórico Nacional rio de janeiro Sergio Guerra Sat, 14 Apr 2012 20:14:48 +0000 aquintiere 692874 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/