Besserman https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/130830/all pt-br Para ecologista, Rio+20 não dará receita, mas poderá estimular ações ambientais https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-03-06/para-ecologista-rio20-nao-dara-receita-mas-podera-estimular-acoes-ambientais <p> Alana Gandra<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro - O presidente do grupo de trabalho da prefeitura do Rio para a Confer&ecirc;ncia das Na&ccedil;&otilde;es Unidas sobre Desenvolvimento Sustent&aacute;vel, a Rio+20, Sergio Besserman, disse que o evento n&atilde;o dar&aacute; a receita para o desenvolvimento sustent&aacute;vel, mas ser&aacute; uma oportunidade significativa para que as a&ccedil;&otilde;es nessa &aacute;rea ganhem impulso.</p> <p> A Confer&ecirc;ncia Rio+20 foi convocada, de acordo com Besserman, para discutir o desenvolvimento sustent&aacute;vel com foco na economia verde e no combate &agrave; pobreza. &ldquo;&Eacute; preciso saber at&eacute; onde ir&atilde;o a profundidade e a coragem de enfrentamento dos grandes problemas da crise ambiental&rdquo;, disse.</p> <p> Para ele, a economia verde n&atilde;o pode restringir-se &agrave; quest&atilde;o das inova&ccedil;&otilde;es tecnol&oacute;gicas que poupem os recursos naturais. &ldquo;E o combate &agrave; pobreza n&atilde;o pode esquecer os que mais sofrem nas v&aacute;rias dimens&otilde;es da crise ambiental &ndash; aquecimento global, desertifica&ccedil;&atilde;o -, que s&atilde;o as popula&ccedil;&otilde;es pobres do planeta&rdquo;.</p> <p> &Eacute; preciso, destacou, &ldquo;enfrentar de frente e com coragem&rdquo; o fato de que o atual modo de produzir e de consumir n&atilde;o &eacute; sustent&aacute;vel. Segundo Besserman, esse deve ser o significado da Rio+20: discutir os modelos de economia de &nbsp;produ&ccedil;&atilde;o e de consumo que &nbsp;permitem a manuten&ccedil;&atilde;o do processo de inclus&atilde;o social, &ldquo;sem amea&ccedil;ar a civiliza&ccedil;&atilde;o nos seus custos e perdas, no horizonte que j&aacute; &eacute; visto&rdquo;.</p> <p> A confer&ecirc;ncia da ONU vai discutir tamb&eacute;m a quest&atilde;o da governan&ccedil;a global. O economista e ambientalista disse que hoje em dia h&aacute; uma defici&ecirc;ncia na &aacute;rea da governan&ccedil;a que se manifesta, inclusive, no &acirc;mbito das Na&ccedil;&otilde;es Unidas quando se obt&eacute;m um acordo. Ele citou o caso do Acordo de Biodiversidade, firmado em Nagoia, no Jap&atilde;o, no fim de 2010, em que o Brasil teve papel de lideran&ccedil;a. Esse novo tratado garante a soberania dos pa&iacute;ses sobre os recursos da biodiversidade.</p> <p> Besserman observou que apesar de o acordo ter sido ratificado, &ldquo;isso, no mundo de hoje, n&atilde;o se transforma em a&ccedil;&atilde;o. As metas n&atilde;o s&atilde;o cumpridas. N&atilde;o h&aacute; qualquer penalidade para os atores que n&atilde;o cumpram essas metas&rdquo;. Esse &eacute; um problema que evidencia a falta de governan&ccedil;a no mundo, refor&ccedil;ou.</p> <p> Ele lembrou que n&atilde;o h&aacute; a expectativa de que a confer&ecirc;ncia v&aacute; resolver todos esses problemas, mas admitiu que ela pode oferecer uma sinaliza&ccedil;&atilde;o positiva. &ldquo;Pode dizer ao mundo que &eacute; necess&aacute;rio come&ccedil;ar a avan&ccedil;ar mais rapidamente, que &eacute; necess&aacute;rio que passem a ocorrer as a&ccedil;&otilde;es que permitir&atilde;o evitar os piores cen&aacute;rios de toda essa situa&ccedil;&atilde;o de crise ecol&oacute;gica&rdquo;.</p> <p> Na opini&atilde;o do ambientalista, este &eacute; um momento singular da hist&oacute;ria, uma vez que os pa&iacute;ses t&ecirc;m que enfrentar uma crise econ&ocirc;mica e, ao mesmo tempo, n&atilde;o perder de vista os limites do planeta.</p> <p> Na Confer&ecirc;ncia da ONU sobre o Meio Ambiente de 1992, a Rio 92, havia, argumentou Besserman, um &ldquo;otimismo ing&ecirc;nuo de que nunca mais ocorreriam grandes crises e, identificados os problemas que a ci&ecirc;ncia apontava, n&oacute;s nos reunir&iacute;amos e encontrar&iacute;amos as solu&ccedil;&otilde;es. Em 2012, sabemos que h&aacute; &nbsp;um processo muito mais profundo e mais complexo, assim como as imensas transforma&ccedil;&otilde;es que a economia e a pol&iacute;tica &nbsp;global ter&atilde;o que passar&rdquo;. Por isso, assegurou que n&atilde;o h&aacute; nenhuma raz&atilde;o para &nbsp;esperar que a Rio+20 seja uma cartilha &nbsp;ou mapa do caminho, ou que apresente solu&ccedil;&otilde;es para um problema da magnitude que &eacute; o desenvolvimento sustent&aacute;vel.</p> <p> O ecologista lembrou ainda que na Rio+20, chefes de Estado estar&atilde;o fazendo uma declara&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica e discutindo a governan&ccedil;a global. &ldquo;Essa declara&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica, se for fraca, representar&aacute; um retrocesso nas discuss&otilde;es. Mas, se for forte, pode significar um impulso para que se acelerem as negocia&ccedil;&otilde;es do clima, da biodiversidade e os meios para torn&aacute;-las realidade&rdquo;.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Gra&ccedil;a Adjuto</em></p> Besserman conferência desenvolvimento sustentável ecologista Meio Ambiente onu Rio+20 Tue, 06 Mar 2012 09:44:13 +0000 gracaadjuto 690159 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/