diesel S50 https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/129653/all pt-br Vendas fracas do óleo diesel menos poluente preocupam o setor https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-01-25/vendas-fracas-do-oleo-diesel-menos-poluente-preocupam-setor <p> Carolina Gon&ccedil;alves<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro - &Agrave;s v&eacute;speras de completar o primeiro m&ecirc;s de obrigatoriedade de oferta do &oacute;leo diesel S50, com menor teor de enxofre em sua composi&ccedil;&atilde;o (no caso, 50 partes por milh&atilde;o), a demanda, ainda t&iacute;mida, pelo produto, principalmente entre ve&iacute;culos pesados, preocupa o setor. A medida faz parte do Programa de Controle da Polui&ccedil;&atilde;o do Ar por Ve&iacute;culos Automotores (Proconve), criado em 2009.</p> <p> Entre as raz&otilde;es elencadas para a baixa procura pelo novo diesel, a mais citada &eacute; o prazo dado aos fabricantes de ve&iacute;culos pesados para entregar, at&eacute; mar&ccedil;o, os ve&iacute;culos vendidos e faturados em 2011, cujos motores podem funcionar com qualquer dos tr&ecirc;s tipos de &oacute;leo diesel a disposi&ccedil;&atilde;o no pa&iacute;s. Como o diesel S50 &eacute; o tipo mais caro - custa, em m&eacute;dia, R$ 0,10 a mais do que os tipos S500 e S1800 - ainda n&atilde;o consegue estimular a ades&atilde;o dos consumidores, mesmo sendo menos poluente.</p> <p> O S50 s&oacute; &eacute; obrigat&oacute;rio para motores pesados fabricados a partir deste ano. A nova frota menos poluente, estimada em quase 170 mil novos ve&iacute;culos pela Associa&ccedil;&atilde;o Nacional de Fabricantes de Ve&iacute;culos Automotores (Anfavea), s&oacute; deve come&ccedil;ar a rodar no segundo trimestre do ano.</p> <p> Para a Ag&ecirc;ncia Nacional de Petr&oacute;leo, G&aacute;s Natural e Biocombust&iacute;veis (ANP), a maior preocupa&ccedil;&atilde;o &eacute; com os quase 3 mil postos revendedores, selecionados pelo &oacute;rg&atilde;o regulador para oferecer o diesel S50. Esses postos j&aacute; compraram o novo combust&iacute;vel, mas o diesel s&oacute; pode ficar estocado de 30 a 60 dias, dependendo das condi&ccedil;&otilde;es de limpeza e filtragem dos tanques.</p> <p> &ldquo;Demanda baixa implica giro baixo do produto e o produto n&atilde;o pode passar do prazo de comercializa&ccedil;&atilde;o, [pois corre o risco de] se deteriorar. A ANP vai monitorar para que a qualidade n&atilde;o se deteriore, mas isso &eacute; uma a&ccedil;&atilde;o dos revendedores. O mercado de pre&ccedil;o &eacute; livre, mas n&atilde;o podemos permitir que um combust&iacute;vel de m&aacute; qualidade seja comercializado&rdquo;, explicou Dirceu Amorelli, superintendente de Abastecimento da ANP.</p> <p> Amorelli adiantou que vai reunir balan&ccedil;os da rede revendedora e tentar obter informa&ccedil;&otilde;es sobre venda de ve&iacute;culos pesados, mesmo que a ag&ecirc;ncia se comprometa a guardar sigilo desses dados. &ldquo;Preciso saber como est&aacute; a sa&iacute;da de ve&iacute;culos pesados para calibrar a resolu&ccedil;&atilde;o e a quest&atilde;o log&iacute;stica do [diesel] S50. Se a gente verificar que o novo veiculo pesado s&oacute; vai come&ccedil;ar a rodar a partir de dezembro, vamos ter que pensar em outro tipo de medida&rdquo;, explicou.</p> <p> Para o superintendente da &aacute;rea, o cen&aacute;rio ainda n&atilde;o permite uma avalia&ccedil;&atilde;o sobre o andamento do programa, mas a baixa demanda, por um lado, est&aacute; possibilitando pequenos ajustes na inser&ccedil;&atilde;o do diesel S50. Uma das mudan&ccedil;as &eacute; a atualiza&ccedil;&atilde;o de informa&ccedil;&otilde;es sobre postos revendedores que pode resultar na elimina&ccedil;&atilde;o de alguns empreendimentos e, para garantir a cobertura nacional do produto, poss&iacute;veis inclus&otilde;es de novos postos de abastecimento.</p> <p> Se, por um lado, o setor aguarda a chegada da nova frota de ve&iacute;culos pesados, por outro, a ANP garante que, entre ve&iacute;culos leves movidos a diesel, como utilit&aacute;rios esportivos e camionetes, est&aacute; aumentando o consumo do S50. &ldquo;Os SUVs [ve&iacute;culos utilit&aacute;rios esportivos, na sigla em ing&ecirc;s] t&ecirc;m demanda crescente do S50. E, nas frotas cativas, nos grandes centros, o diesel j&aacute; est&aacute; presente. Isso j&aacute; &eacute; um volume significativo, em torno de 6% [do volume total de diesel vendido no pa&iacute;s]. A expectativa &eacute; que, at&eacute; o fim do ano, o volume de demanda do S50 dobre e represente 12% do mercado e, no futuro, seja 100%&rdquo;, projetou Amorelli.</p> <p> Dirceu Amorelli, que mant&eacute;m reuni&otilde;es com representantes da rede revendedora para orientar e esclarecer d&uacute;vidas sobre a implementa&ccedil;&atilde;o do plano de uso do S50, garante que as resist&ecirc;ncias iniciais do setor, que temia os custos de adapta&ccedil;&atilde;o para ofertar o novo combust&iacute;vel, foram superadas quando a medida passou a valer.</p> <p> &ldquo;Alguns revendedores ficaram com alguns tipos de d&uacute;vidas. A gente tem que ver um pouco o lado do revendedor, que tem uma margem apertada&rdquo;, avaliou o superintendente da ANP, reconhecendo que a mudan&ccedil;a resultou em eleva&ccedil;&atilde;o de custos para toda a cadeia. &ldquo;Tanto os polos produtores quanto as bases e revendas tiveram que fazer algum tipo de investimento para receber o S50, que &eacute; um diesel mais delicado. Mas, &eacute; um custo ambiental que, hoje, todas as empresas est&atilde;o tendo que assumir.&rdquo;</p> <p> Os investimentos feitos para adequa&ccedil;&atilde;o ao diesel S50 servir&atilde;o com base para a implementa&ccedil;&atilde;o da pr&oacute;xima etapa do plano, que prev&ecirc; a entrada do &oacute;leo diesel S10, com teor ainda menor de enxofre, a partir de 2013. &ldquo;Quando come&ccedil;amos o plano de abastecimento, estavam previstas a obrigatoriedade do S50, em 2012, e do S10, em 2013. Existe a previs&atilde;o de investimentos em toda a rede, do polo produtor at&eacute; o revendedor. No caso do revendedor, a mudan&ccedil;a n&atilde;o seria significativa. Estamos acompanhando, nas bases distribuidoras e nos polos produtores, as mudan&ccedil;as necess&aacute;rias que s&atilde;o mais rigorosas no caso do S10, mas a base dos investimentos j&aacute; foram feitas no S50&rdquo;, disse Amorelli.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Vinicius Doria</em></p> Anfavea ANP combustíveis diesel S50 Economia energia Meio Ambiente petróleo poluição Proconve Wed, 25 Jan 2012 18:09:11 +0000 vinicius.doria 687615 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/