cultura afro https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/127736/all pt-br Cultura negra é cada vez mais presente no visual e nas músicas preferidas pelos jovens https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2011-11-20/cultura-negra-e-cada-vez-mais-presente-no-visual-e-nas-musicas-preferidas-pelos-jovens <p> Daniella Jinkings<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/25/gallery_assist683455/prev/Agencia%20Brasil181111_RNA4530.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />Bras&iacute;lia &ndash; A express&atilde;o &ldquo;orgulho de ser negro&rdquo; foi abolida do vocabul&aacute;rio de muitas pessoas por medo do preconceito. Com o passar do tempo, por&eacute;m, o resgate cultural fez com que os negros assumissem a &ldquo;negritude&rdquo; na maneira de ser. Cada vez mais difundida entre os jovens brasileiros, a cultura afro est&aacute; presente no visual, nas prefer&ecirc;ncia musicais, nos estudos e na religi&atilde;o.</p> <p> Por influ&ecirc;ncia da m&atilde;e, o motoboy Calleb Augusto do Nascimento, de 22 anos, come&ccedil;ou a se engajar no movimento negro h&aacute; quatro anos. O conhecimento do mundo afro fez com que o rapaz mudasse seu estilo e assumisse suas prefer&ecirc;ncias musicais, no caso, o <em>reggae</em>. &ldquo;Fiz o <em>rasta</em> [penteado caracter&iacute;stico dos apreciadores do<em> reggae</em>] para me diferenciar, quis mostrar meu estilo <em>black</em>. Se voc&ecirc; for ver, 80% dos homens negros t&ecirc;m cabelo rapado. Eu sou o &uacute;nico entre os meus amigos [que tem esse visual]&rdquo;. Para ele, o negro est&aacute; conseguindo conquistar o seu espa&ccedil;o, pois est&aacute; mais &ldquo;desinibido para isso&rdquo;.</p> <p> Cada vez mais, os jovens est&atilde;o se identificando com a cultura negra. Prova disso s&atilde;o os dados do Censo 2010, divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat&iacute;stica (IBGE), mostrando que os jovens brasileiros entre 15 e 24 anos se declaram pretos e pardos mais do que os adultos. De 34 milh&otilde;es de jovens nessa faixa de idade, 18,5 milh&otilde;es se autodeclararam pretos e pardos. Dentre os adultos, 54 milh&otilde;es dos 107 milh&otilde;es dessa faixa et&aacute;ria (25 a 59 anos) se disseram pretos ou pardos.</p> <p> De acordo com o soci&oacute;logo e professor do Decanato de Extens&atilde;o Universit&aacute;ria da Universidade de Bras&iacute;lia (UnB<strong>)</strong> Ivair Augusto Alves dos Santos, o movimento de resgate cultural negro come&ccedil;ou na d&eacute;cada de 1950. &ldquo;Em 1970, a mudan&ccedil;a foi f&iacute;sica, ou seja, na apar&ecirc;ncia, com o movimento Black Power. Na d&eacute;cada de 2000, a mudan&ccedil;a &eacute; pol&iacute;tica e envolve o debate de a&ccedil;&otilde;es afirmativas.&rdquo;</p> <p> Santos atribui esse movimento impulsionado pela juventude &agrave;s transforma&ccedil;&otilde;es tecnol&oacute;gicas, uma vez que os jovens negros de hoje t&ecirc;m mais possibilidades. &ldquo;Se compararmos as possibilidades, vemos que s&atilde;o maiores. Voc&ecirc; tem grupos de m&uacute;sica que conseguem atingir grandes massas, tem mais informa&ccedil;&otilde;es tamb&eacute;m.&rdquo;</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/25/gallery_assist683455/prev/Agencia%20Brasil181111_RNA4563.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: left;" />A cabeleireira Rosemeire de Oliveira, de 32 anos, aponta uma mudan&ccedil;a de mentalidade no pa&iacute;s, lembrando que, antigamente, ningu&eacute;m falava sobre &ldquo;o que &eacute; ser negro&rdquo;. Ela trabalha em um sal&atilde;o afro de Bras&iacute;lia h&aacute; 12 anos. A maioria dos clientes, segundo ela, s&atilde;o os jovens. &ldquo;Teve uma &eacute;poca que ser negro era moda. Agora, os negros realmente est&atilde;o se assumindo e aprendendo a se gostar mais.&rdquo;</p> <p> A tran&ccedil;a de raiz &eacute; o penteado mais popular no sal&atilde;o de Rosemeire. embora tamb&eacute;m haja procura por alisamento. &ldquo;Tem gente que alisa o cabelo porque gosta, mas tem outras que o fazem porque o trabalho imp&otilde;e ou para se sentirem mais iguais &agrave;s outras pessoas. Essas ainda n&atilde;o se assumiram&rdquo;, disse a cabeleireira. &nbsp;</p> <p> Cliente de Rosemeire desde crian&ccedil;a, a estudante Brenda Ara&uacute;jo Soares Alexandrino de Souza, de 14 anos,&nbsp; usa tran&ccedil;as no cabelo desde os 3 anos. &ldquo;Tinha cabelo volumoso e minha m&atilde;e fazia as tran&ccedil;as. Minhas amigas gostam, admiram e est&atilde;o pensando em fazer.&rdquo;</p> <p> A adolescente, que faz anivers&aacute;rio hoje (20), Dia da Consci&ecirc;ncia Negra, acredita que as pessoas est&atilde;o se identificando mais com a cultura. &ldquo;Antigamente, n&atilde;o tinham coragem de se mostrar por causa do preconceito. Eu n&atilde;o tenho medo disso.&rdquo;</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/25/gallery_assist683455/prev/Agencia%20Brasil181111_RNA4629.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />O percussionista baiano Ubirat&atilde; Jesus do Nascimento, de 40 anos, conhecido como Biradjham, cresceu envolvido com a cultura negra. H&aacute; 25 anos trabalha com m&uacute;sica e j&aacute; tocou com bandas famosas da Bahia.</p> <p> Adepto do candombl&eacute;, Biradjham diz que os negros t&ecirc;m mais liberdade atualmente. &quot;O movimento est&aacute; mais forte. A mudan&ccedil;a cultural vem de muito tempo, mas hoje tem mais for&ccedil;a&quot;.<br /> &nbsp;</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: N&aacute;dia Franco</em></p> Censo 2010 Cultura cultura afro IBGE Nacional negritude negros pardos preconceito pretos unb Sun, 20 Nov 2011 16:30:48 +0000 nfranco 683465 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/