tribunais de Conta https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/126151/all pt-br Pesquisa aponta falhas em órgãos de controle externo e comissões parlamentares de investigação https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2011-10-04/pesquisa-aponta-falhas-em-orgaos-de-controle-externo-e-comissoes-parlamentares-de-investigacao <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist680475/prev/Agencia%20Brasil041011VAC_3081.JPG" style="width: 300px; height: 225px; float: right;" />Paula Laboissi&egrave;re<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; Tribunais de Contas, assembleias legislativas e comiss&otilde;es parlamentares de inqu&eacute;rito, entre outros, n&atilde;o funcionam a contento no pa&iacute;s, de acordo com o pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Bruno Speck. Ele &eacute; um dos coordenadores do estudo Sistemas de Integridade dos Estados Brasileiros, divulgado hoje (4) em parceria com o Instituto Ethos.</p> <p> Segundo Speck, no caso espec&iacute;fico dos tribunais de Contas, o problema &eacute; a depend&ecirc;ncia extrema deles em rela&ccedil;&atilde;o ao poder pol&iacute;tico local. A pesquisa analisou o grau de independ&ecirc;ncia pol&iacute;tica dos conselheiros e apontou, por exemplo, que nem sempre se cumpre o preceito de que duas das sete vagas sejam preenchidas por pessoas do pr&oacute;prio quadro t&eacute;cnico.</p> <p> Acre, Alagoas, Mato Grosso, Sergipe e S&atilde;o Paulo n&atilde;o tiveram nenhuma das vagas preenchidas dentro dos padr&otilde;es constitucionais, enquanto Amap&aacute;, Bahia, Cear&aacute;, Maranh&atilde;o, Mato Grosso do Sul, Par&aacute;, Pernambuco, Rio de Janeiro, Roraima e Rio Grande do Sul cumpriram parcialmente a norma. No Tribunal de Contas do Amazonas, n&atilde;o foi poss&iacute;vel coletar informa&ccedil;&otilde;es sobre o cumprimento da meta.</p> <p> J&aacute; em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s assembleias legislativas, a conclus&atilde;o do estudo &eacute; que a oposi&ccedil;&atilde;o acaba por sucumbir ao que Speck se referiu como &ldquo;poder de atra&ccedil;&atilde;o&rdquo; da base do governo. O cen&aacute;rio, de acordo com o pesquisador, compromete a capacidade da institui&ccedil;&atilde;o de exercer sua fun&ccedil;&atilde;o de fiscalizadora do Poder Executivo.</p> <p> &ldquo;Esse talvez seja o ponto mais dif&iacute;cil de ser corrigido por reformas institucionais&rdquo;, avaliou o pesquisador. Em oito das 27 unidades da Federa&ccedil;&atilde;o, a coaliz&atilde;o que venceu as elei&ccedil;&otilde;es para governar obteve maioria tamb&eacute;m na Assembleia Legislativa. Ap&oacute;s a forma&ccedil;&atilde;o do governo, o n&uacute;mero aumentou para 21 estados &ndash; em sete deles, a oposi&ccedil;&atilde;o foi reduzida a menos de 30%; em dois, a menos de 20%; e em outros dois, a menos de 10%.</p> <p> De acordo com o estudo, em apenas dez estados, os deputados chegaram a abrir comiss&otilde;es parlamentares de inqu&eacute;rito (CPIs) com o objetivo de investigar irregularidades na administra&ccedil;&atilde;o ou no governo local. Em 22 assembleias legislativas, h&aacute; um limite para o n&uacute;mero de CPIs abertas concomitantemente. No Distrito Federal, Piau&iacute; e Tocantins, por exemplo, o teto &eacute; de apenas duas CPIs simult&acirc;neas.</p> <p> Outro problema identificado pelos pesquisadores inclui dados coletados nas &aacute;reas de sa&uacute;de e educa&ccedil;&atilde;o. Nessas setores, modalidades menos competitivas de contrata&ccedil;&atilde;o &ndash; como dispensa e inexigibilidade de licita&ccedil;&atilde;o &ndash; s&atilde;o respons&aacute;veis, em m&eacute;dia, por 57% do volume de contrata&ccedil;&otilde;es dos estados. No Par&aacute;, em Minas Gerais, no Esp&iacute;rito Santo e em S&atilde;o Paulo, o quadro &eacute; ainda mais preocupante, com taxas de dispensa e inexigibilidade de licita&ccedil;&atilde;o de 61%, 62%, 67% e 75%, respectivamente.</p> <p> O estudo identificou ainda que, embora 85% dos &oacute;rg&atilde;os estaduais de controle interno tenham sites pr&oacute;prios ou vinculados ao portal do governo, apenas 52% disponibilizam relat&oacute;rios de atividade. No Distrito Federal, em Minas Gerais, no Piau&iacute; e em Roraima, os dados estavam defasados em mais de um m&ecirc;s.</p> <p> &ldquo;A transpar&ecirc;ncia or&ccedil;ament&aacute;ria n&atilde;o &eacute; s&oacute; uma exig&ecirc;ncia da sociedade, mas uma exig&ecirc;ncia de lei. Muitos estados ainda n&atilde;o cumprem a lei. Nesse caso, &eacute; mais f&aacute;cil as organiza&ccedil;&otilde;es civis cobrarem e denunciarem o n&atilde;o cumprimento aos &oacute;rg&atilde;os competentes&rdquo;, assinalou Speck.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Jo&atilde;o Carlos Rodrigues</em><br /> &nbsp;</p> assembleias legislativas CPIs investigação Nacional orgãos de controle pesquisa Política tribunais de Conta unicamp Tue, 04 Oct 2011 20:40:06 +0000 joao.carlos 680492 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/