Ponto Cine https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/115550/all pt-br Cinemas populares se proliferam e se consolidam no Rio https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2011-03-20/cinemas-populares-se-proliferam-e-se-consolidam-no-rio <p> Fl&aacute;via Villela<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio &ndash; A sala, num <em>shopping</em> em Guadalupe, zona norte do Rio de Janeiro, &eacute; pequena, com lugar para 73 pessoas. Mas, nem por isso simples: h&aacute; equipamentos de &uacute;ltima gera&ccedil;&atilde;o, poltronas ergon&ocirc;micas e duas fileiras equipadas com assentos especiais para obesos. O pre&ccedil;o: R$ 6 a entrada inteira e R$ 3 a meia. Criado h&aacute; 11 anos, o Ponto Cine, idealizado por Adailton Medeiros, tinha como principal objetivo levar cinema de arte onde n&atilde;o havia, por pre&ccedil;o popular, a um dos bairros da cidade com menor &iacute;ndice de desenvolvimento humano, segundo dados do Programa das Na&ccedil;&otilde;es Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).</p> <p> O objetivo foi alcan&ccedil;ado, o projeto cresceu, ganhou pr&ecirc;mios Brasil afora e <span class="Object" id="OBJ_PREFIX_DWT308"><span class="Object" id="OBJ_PREFIX_DWT309">hoje</span></span> &eacute; o maior exibidor de filmes brasileiros. Tamb&eacute;m foi o primeiro Cinema da Am&eacute;rica Latina a ter o selo Carbon Free. Adailton explicou que o espa&ccedil;o, que inclui uma biblioteca e tamb&eacute;m serve de local para discuss&otilde;es e reflex&otilde;es sobre cinema e arte com atores e diretores, acabou se mostrando um sucesso de p&uacute;blico.</p> <p> &ldquo;Nosso p&uacute;blico &eacute; de pessoas que fazem parte desta cidade, que queriam mas que n&atilde;o tinham condi&ccedil;&otilde;es de usufruir dos bens culturais produzidos aqui. E o Ponto Cine acabou sendo um sucesso. <span class="Object" id="OBJ_PREFIX_DWT310"><span class="Object" id="OBJ_PREFIX_DWT311">Hoje</span></span>, a bilheteria e a <em>bomboni&egrave;re</em> sustentam o cinema e em cinco anos o cinema se pagou&rdquo; .</p> <p> Iniciativas similares surgiram e est&atilde;o se consolidando em comunidades cariocas carentes de cultura e lazer. Algumas eram antes redutos de criminosos e <span class="Object" id="OBJ_PREFIX_DWT312"><span class="Object" id="OBJ_PREFIX_DWT314">hoje</span></span> est&atilde;o pacificadas. &Eacute; o caso do Complexo do Alem&atilde;o, na zona norte, recente palco de uma batalha entre traficantes e policiais mostrada pela televis&atilde;o, que <span class="Object" id="OBJ_PREFIX_DWT313"><span class="Object" id="OBJ_PREFIX_DWT315">hoje</span></span> tem um cinema Multiplex, com ingressos subsidiados pela prefeitura, filmes de grande bilheteria por R$ 8 a inteira e R$ 4 para moradores, estudantes e idosos &mdash; menos da metade do que &eacute; cobrado nos demais cinemas cariocas.</p> <p> No sub&uacute;rbio de Sulacap, o projeto Cine 10 inaugurou cinco salas populares em outubro passado num supermercado, com recursos da Ag&ecirc;ncia Nacional de Cinema (Ancine) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ&ocirc;mico e Social (BNDES). O empres&aacute;rio Adhemar de Oliveira, respons&aacute;vel pelo projeto Cine 10, acredita que o quadro macroecon&ocirc;mico favoreceu o surgimento de uma nova classe m&eacute;dia brasileira e a cria&ccedil;&atilde;o de novos formatos de cinema para despertar o interesse de novos consumidores. No entanto, ele afirmou que os financiamentos p&uacute;blicos s&atilde;o fundamentais para disseminar esse tipo de cinema voltado para a nova classe m&eacute;dia.</p> <p> &ldquo;O custo dos equipamentos para montar um cinema &eacute; o mesmo, seja na periferia ou no <em>shopping</em> mais sofisticado, para fazer uma coisa de qualidade. Ora, mas os pre&ccedil;os finais s&atilde;o diferenciados. Com o Programa Cinema Perto de Voc&ecirc;, implementado pela Ancine e que o BNDES est&aacute; colocando em pr&aacute;tica, voc&ecirc; tem condi&ccedil;&otilde;es de financiamento melhores para regi&otilde;es que precisam desse fim&rdquo;, explicou o empres&aacute;rio, que tem planos de criar mais 200 salas com esse perfil nos pr&oacute;ximos anos.</p> <p> Ponto Cine tamb&eacute;m tem planos de extens&atilde;o, com o apoio do BNDES, para cria&ccedil;&atilde;o de salas no interior do estado e sub&uacute;rbios da regi&atilde;o metropolitana do Rio. T&atilde;o importante quanto inaugurar salas de cinema populares, segundo Adailton, &eacute; investir na forma&ccedil;&atilde;o de p&uacute;blico nas escolas . &ldquo;A gente fala muito de forma&ccedil;&atilde;o de plateia, mas &eacute; muito dif&iacute;cil esse trabalho e deve-se come&ccedil;ar pelas crian&ccedil;as, por meio da educa&ccedil;&atilde;o, para a democratiza&ccedil;&atilde;o do acesso ao cinema&rdquo;.</p> <p> O Ponto Cine desenvolve o projeto Rede Limpa de Exibi&ccedil;&atilde;o, em parceria com a Secretaria Estadual de Educa&ccedil;&atilde;o, com alunos de escolas do interior do Rio, para exibi&ccedil;&atilde;o de cinema e cria&ccedil;&atilde;o de cineclube nas escolas.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Gra&ccedil;a Adjuto</em></p> cinema de arte cinemas Cultura Ponto Cine rio Sun, 20 Mar 2011 12:14:06 +0000 gracaadjuto 666234 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/