Katrina https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/115067/all pt-br Catástrofe no Japão já é o maior evento do mundo em indenizações de seguro https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2011-03-16/catastrofe-no-japao-ja-e-maior-evento-do-mundo-em-indenizacoes-de-seguro <p> Alana Gandra<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro - As cat&aacute;strofes registradas no Jap&atilde;o a partir da &uacute;ltima sexta-feira (11) representam o maior evento de consequ&ecirc;ncias indenizat&oacute;rias do mercado segurador e ressegurador mundial, superando, inclusive, os atentados de 11 de setembro de 2011, nos Estados Unidos, cujas perdas somaram em torno de US$ 120 bilh&otilde;es.</p> <p> A afirma&ccedil;&atilde;o foi feita hoje (16) &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil </strong>pelo presidente do Comit&ecirc; Ibero-Latino-Americano da Associa&ccedil;&atilde;o Internacional de Direito de Seguro (Cila-Aida), S&eacute;rgio Barroso de Mello. &ldquo;N&atilde;o h&aacute; d&uacute;vida de que estamos superando esses n&uacute;meros em muito, porque trata-se de um pa&iacute;s que era, at&eacute; bem pouco tempo, a segunda maior economia do mundo. Um pa&iacute;s desenvolvido, com uma cultura do seguro muito forte, em que n&atilde;o s&oacute; os bens eram segurados, mas as pessoas tamb&eacute;m tinham seus seguros individuais em capitais elevados&rdquo;. A consequ&ecirc;ncia natural &eacute; a busca desses segurados pelas indeniza&ccedil;&otilde;es, disse.</p> <p> Depois dos Estados Unidos, o Jap&atilde;o &eacute; o maior produtor e consumidor de seguros do mundo. Sergio Mello avaliou que, diante dos tr&ecirc;s sinistros sofridos pelo Jap&atilde;o (terremoto, <em>tsunami</em> e vazamento de radia&ccedil;&atilde;o nuclear), o impacto patrimonial no setor segurador e ressegurador mundial &ldquo;vai ser, com certeza, o maior de todos&rdquo;.</p> <p> Descartou, contudo, o risco de insolv&ecirc;ncia para as empresas do setor, tal como sucedeu nos atentados contra as torres g&ecirc;meas do World Trade Center, em Nova York, em 2001. &ldquo;O seguro n&atilde;o &eacute; uma opera&ccedil;&atilde;o financeira. Ele &eacute; uma verdadeira ci&ecirc;ncia&rdquo;. Algumas variantes utilizadas pelo setor para a avalia&ccedil;&atilde;o do risco e sua precifica&ccedil;&atilde;o s&atilde;o a ci&ecirc;ncia atuarial e a pulveriza&ccedil;&atilde;o de riscos. Mello explicou que essas variantes funcionam como amortizador, &ldquo;um verdadeiro colch&atilde;o dos preju&iacute;zos&rdquo;. Isso se aplica sobretudo &agrave;s opera&ccedil;&otilde;es do resseguro (seguro do segurador) e da retrocess&atilde;o, que &eacute; o seguro do ressegurador.</p> <p> Ele afirmou que a pulveriza&ccedil;&atilde;o dos riscos em n&iacute;vel mundial vai facilitar o pagamento das indeniza&ccedil;&otilde;es, sem consequ&ecirc;ncias danosas sobre um grupo pequeno de seguradores. Ao mesmo tempo, vai evitar uma insolv&ecirc;ncia individual e coletiva. Mello assegurou, contudo, que o impacto vai ser grande. &ldquo;Muitas reservas precisar&atilde;o ser utilizadas para fazer face a essas despesas&rdquo;. Em rela&ccedil;&atilde;o a pre&ccedil;os, informou que eles se baseiam na probabilidade de ocorr&ecirc;ncia de certos sinistros e no seu grau de severidade. No caso dos seguros japoneses, eles j&aacute; trabalham com essas possibilidades de maneira preventiva em diversas linhas.</p> <p> A exce&ccedil;&atilde;o verificada no Jap&atilde;o, em que o terremoto provocou um <em>tsunami</em> e um acidente nuclear, ser&aacute; suficiente para influir no aumento do pre&ccedil;o tanto do seguro como do resseguro. &ldquo;Pode ser que algumas linhas de neg&oacute;cios, como riscos nucleares, sequer encontrem condi&ccedil;&otilde;es de serem segurados, porque podem se tornar, como se nota, um risco extremamente elevado. Um risco catastr&oacute;fico, de propor&ccedil;&otilde;es que o mercado segurador pode n&atilde;o querer mais aceitar&rdquo;, observou.</p> <p> Ele acredita que alguns mercados e, em especial, o nuclear, podem sofrer uma consequ&ecirc;ncia ainda maior em rela&ccedil;&atilde;o ao pr&ecirc;mio do seguro que vai aumentar para todas as unidades industriais em &acirc;mbito mundial. Citou o caso dos Estados Unidos, da Fran&ccedil;a e da Alemanha. &ldquo;S&atilde;o pa&iacute;ses que v&atilde;o sentir um aumento de pr&ecirc;mio substancial na &aacute;rea nuclear nos pr&oacute;ximos dois a tr&ecirc;s anos&rdquo;.</p> <p> O presidente do comit&ecirc; da Aida revelou que as exce&ccedil;&otilde;es s&atilde;o mais comuns de acontecer do que se pensa. Um estudo usado durante d&eacute;cadas pela empresa resseguradora Swiss-Re para precificar coberturas para furac&otilde;es previa que a probabilidade era de dois furac&otilde;es em escala m&aacute;xima (grau 5 Beaufort) aparecerem com intervalo de dez a 12 anos entre um e outro. Esse estudo perdeu a credibilidade em 2005, quando o furac&atilde;o Katrina devastou o Sul dos Estados Unidos, em agosto, seguido pelo furac&atilde;o Wilma, que assolou o Caribe mexicano e os Estados Unidos em outubro do mesmo ano.</p> <p> &ldquo;Voc&ecirc; nota que um estudo feito dezenas de anos antes sofreu uma exce&ccedil;&atilde;o, capaz de gerar um consequente aumento de pre&ccedil;os naquela regi&atilde;o, para poder recompor as reservas dos seguradores que foram comprometidas por aqueles dois eventos em s&eacute;rie&rdquo;.</p> <p> Sergio Mello aposta, entretanto, que as autoridades japonesas conseguir&atilde;o controlar o risco de cat&aacute;strofe nuclear, possibilitando ao pa&iacute;s se recuperar com rapidez. Avaliou que a cultura do seguro no Jap&atilde;o contribuir&aacute; para que isso ocorra em breve tempo, mais do que em qualquer outro pa&iacute;s, porque o fluxo financeiro &eacute; mais r&aacute;pido. A expectativa &eacute; que, ap&oacute;s a reconstru&ccedil;&atilde;o do Jap&atilde;o, o mercado local se tornar&aacute; ainda mais consumidor de seguros. O mesmo se verificou na regi&atilde;o de Manhattan, em Nova York, que viu crescer a busca por seguros nas linhas industriais, empresariais e individuais ap&oacute;s os atentados de 11 de setembro de 2011.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Vinicius Doria</em></p> atentados Economia furacão Japão. terremoto Katrina Nova York resseguradoras resseguro seguradoras seguro Swiss-Re tsunami Wed, 16 Mar 2011 20:37:59 +0000 vinicius.doria 665905 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/